O Edital municipal de 8 de Junho de 1903 determinou «que a nova via publica , entre a Avenida Casal Ribeiro e a estrada das Picôas» se passasse a designar Rua Fernão Lopes, o cronista designado pelo segundo rei da dinastia saída da crise de 1383-85 para fazer as crónicas do reino, e que já revelava uma concepção moderna da História ao esforçar-se por manter a imparcialidade, sem a mundanal afeição mas com a nua verdade, pelo que também é apelidado de pai da História Portuguesa.
Fernão Lopes nasceu e morreu lisboeta, tendo vivido provavelmente entre 1380/90 e 1460, e foi guarda-mor da Torre do Tombo (desde 29/11/1418), escrivão dos livros de D. Duarte (12/12/1418), tabelião geral do reino (1419), escrivão de puridade do Infante D. Fernando (1422) e cronista-mor do reino (1434), com tença concedida para o efeito.
Talvez tenha sido em 1419 que começou a escrever a Crónica dos Sete Primeiros Reis de Portugal mas só numa carta de D. Duarte de 19/03/1434 é declarado cronista do reino. Chegaram até nós as suas Crónicas de D. Pedro I, D. Fernando e D. João I . E todavia, apesar de ser designado oficialmente para compor a história portuguesa, não faz o panegírico do rei que encomendava como era tradição. Fernão Lopes usa o rei como centro da história mas a sua narrativa integra o povo – a arraia miúda– e a sua influência nas modificações sociais de Portugal e, fundamenta o que afirma com provas documentais.
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