A Rua Alberto MacBride perpetua o cirurgião de hospital, como ele próprio se intitulava, que também se empenhou no estudo da olisipografia, tanto como membro da comissão organizadora e sócio fundador nº 3 do Grupo «Amigos de Lisboa» quer enquanto sócio fundador nº 18 da Associação de Arqueólogos Portugueses, colaborando em particular na secção de estudos olisiponenses. Alberto Mac Bride foi fixado na Rua D à Avenida Doutor Alfredo Bensaúde, pelo Edital municipal de 20/01/1998, sendo na mesma data atribuído o nome do também médico Alfredo Franco na Rua A e B. Na Rua C, já desde 17/02/1995 dava nome à artéria o médico Carlos George.
Alberto MacBride Fernandes (Lisboa/11.09.1886 – 29.01.1953/Lisboa) nasceu na Rua dos Fanqueiros nº286 – 2º Dtº, filho do Dr. Gregório Rodrigues Fernandes também presente na toponímia do Bairro Grandela, e foi cirurgião no Hospital de S. José e presidente da Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa. O seu irmão Eugénio também foi médico e o seu grande colaborador ao longo da vida.
Paralelamente à carreira clínica e ligado que estava à Biblioteca de S. José desde 1918, produziu história da Medicina, dos Hospitais Civis de Lisboa e da Medicina na Índia Portuguesa e, na Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa, elaborou uma extensa monografia correspondente ao período 1835-1846 que integrou o volume da comemoração centenária da Sociedade em 1923. Mac-Bride defendeu mesmo a criação de um Museu da Medicina em 1911 e dois anos depois, a ideia inovadora de um serviço de pronto-socorro na via pública com ambulâncias-automóveis que hoje poderíamos chamar INEM. Foi ainda secretário e redator da revista Medicina Contemporânea durante 29 anos, de 1910 a 1939. No Grupo «Amigos de Lisboa» foi Presidente da Mesa da Assembleia Geral de janeiro de 1942 até ao seu falecimento e presidiu ao trabalho «A Urbanização de Lisboa» e à ideia do Parque de Monsanto como pulmão de Lisboa.
Formado pela Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa em 1909 passou a cirurgião dos hospitais civis em 1911, iniciando assim uma carreira profissional completamente dedicada aos hospitais, intitulando-se a si próprio cirurgião de hospital. O seu lema era que a Medicina nasce e cresce nos hospitais e o Banco do Hospital de São José foi para Alberto MacBride a sua aplicação prática, deixando uma obra incomparável no campo da cirurgia e anestesia em Portugal, bem como reformas que prestigiaram o Hospital como a reabertura dos internatos médicos, em 1912. Foi pioneiro em quase todas cirurgias modernas como as transfusões de sangue diretas, as anestesias endovasculares e raquidianas, a cirurgia vascular ou a cirurgia abdominal de urgência. Exerceu ainda os cargos de subdirector do Banco do Hospital São José (1920), Diretor-Geral dos Hospitais (1927), Diretor do Banco de São José (1930), Diretor do Serviço Clínico (1931) e Diretor do Serviço de Cirurgia dos Hospitais Civis de Lisboa.
Foi diretor da Associação dos Médicos (precursora da Ordem dos Médicos) e presidente do Conselho Regional de Lisboa, Membro do Conselho Geral da Ordem dos Médicos (1939-43), bem como o 49.º Presidente da Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa (1952 e 1953), 50 anos depois do seu pai, e já antes havia sido seu Secretário-Geral Adjunto, entre 1949 e 1951. Porque fez parte do CEP (1917-1919), como adjunto dos serviços de saúde do QGB esteve destacado no hospital militar inglês, no hospital canadiano de Montreal e em 1918, como chefe de cirurgia no hospital da base n.º 1 em Ambleteuse, tendo em 1923 sido sócio fundador da Liga dos Combatentes da Grande Guerra e mais tarde, seu Presidente.
Alberto MacBride foi condecorado com a Medalha Militar de Ouro de Serviços Distintos em Campanha, a Medalha de Prata de Campanhas do Exército Português, a Medalha inglesa Military Cross, o Grau de Cavaleiro da Bélgica e a comenda da Ordem de Santiago da Espada, para além de em 1957, de forma efémera ter existido um museu com o seu nome Hospital de Santa Marta.
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