A Rua da Fábrica de Material de Guerra de Braço de Prata

Freguesia de Marvila (Foto: Sérgio Dias)

Freguesia de Marvila
(Foto: Sérgio Dias)

A  Fábrica de Material de Guerra de Braço de Prata foi inaugurada em 12 de outubro de 1907 e a Primeira Guerra foi um dos períodos em que a sua laboração aumentou, sendo conhecida a artéria onde estava sediada como Rua da Fábrica de Material de Guerra, pelo que houve necessidade de oficializar o topónimo perpetuando no local a memória de mais de 8 décadas da Fábrica neste local, o que ocorreu através da publicação do Edital municipal de 06/05/2015.

No sítio da antiga Real Vidreira (1798) e da Oficina de Pirotecnia (1869) foi construída, de 1904 a 1908, a Fábrica de Material de Guerra, que apesar de inaugurada em 1907 apenas entrou em funcionamento no dia 15 de julho de 1908, produzindo munições de artilharia na dependência do Arsenal do Exército e ostentado a denominação oficial de Fábrica de Projécteis de Artilharia, embora fosse vulgarmente conhecida como Fábrica de Braço de Prata.

A partir de 1912 a Fábrica ganhou também uma importante oficina de espingardas e depois, com a entrada de Portugal na I Grande Guerra gerou-se uma enorme produção embora ao mesmo tempo se tenha assistido à saída de quase todos os seus engenheiros e operários especializados, mobilizados que foram para equipas de reparação e apoio do material bélico durante o conflito. Com o fim da guerra em 1918 a fábrica passou a um  período de produção reduzida.

Em 1927, com o fim do Arsenal do Exército autonomizou-se esta Fábrica e fruto de uma reformulação legislativa, passou à designação de Fábrica de Munições de Artilharia, Armamento e Viaturas, satisfazendo a partir de 1937 as forças armadas portuguesas e as encomendas de países estrangeiros, que tiveram um substancial aumento por via da Guerra Civil Espanhola e da II Guerra Mundial. A partir de 1947, passou a designar-se como Fábrica Militar de Braço de Prata e beneficiou com a entrada de Portugal na NATO e a ajuda financeira do chamado Plano Marshall de 1949-1950. A partir de 1961, com o despoletar da Guerra Colonial, houve novo incremento da laboração para centenas de milhares de espingardas automáticas, morteiros, metralhadoras, munições e outros equipamentos para as Forças Armadas Portuguesas, bem como para exportação, sobretudo para a República Federal da Alemanha.

Em 1980, a Fábrica Militar de Braço de Prata  foi absorvida pela Indep – Indústrias Nacionais de Defesa, E.P., que por sua vez foi introduzida em 1996 no grupo Empordef – Empresas Portuguesas de Defesa e, ainda nessa década, desativada.

Freguesia de Marvila (Planta: Sérgio Dias)

Freguesia de Marvila
(Planta: Sérgio Dias)

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