
Freguesia de Carnide
(Foto: Google Maps editada pelo NT do DPC)
Eugénio Salvador, que trabalhou sobretudo em teatro de comédia, foi também ator de cinema no período longo de 1930 a 1992, em cerca de uma vintena de filmes, e desde a publicação do Edital municipal de 7 de setembro de 1993 que é o topónimo da que era a Rua A do Bairro da Horta Nova, no troço compreendido entre o lote 11 e a Estrada do Paço do Lumiar.

Foto: Artur Bourdain de Macedo, Arquivo Municipal de Lisboa
Eugénio Salvador Marques da Silva (Lisboa/31.03.1908 – 01.01.1992/Lisboa), filho do cenógrafo e empresário teatral Luís Salvador Marques da Silva e de Eugénia Maria Dias, formou-se em Arte de Representar no Conservatório de Lisboa, e depois especializou-se em comédia, o género que nunca mais abandonou, para além de ser dançarino e coreógrafo. Fez a sua estreia profissional em 1928, no Teatro Maria Vitória, na peça O Grão de Bico, construindo-se como uma figura importante do teatro de revista, conseguindo ser compère, ator, encenador, diretor de cena, bailarino, ensaiador coreográfico e artista de variedades. No teatro, somou mais de 100 peças na sua carreira, de 1949 a 1988.
Destaque-se que em 1951, para a inauguração do Teatro Monumental, com a opereta de Strauss As três valsas, Eugénio Salvador para além de ator foi o ensaiador coreográfico, nomeadamente de Laura Alves, assim como seis anos depois, foi o encenador da comédia musical João Valentão (1957), onde dirigiu Mariana Vilar. Passou também pela televisão em programas como A TV Através dos Tempos ou A Feira.
No cinema, Eugénio Salvador começou logo em 1930, numa rábula com Chaby Pinheiro e Beatriz Costa no Lisboa, Crónica Anedótica, de Leitão de Barros, realizador com quem também trabalhou no Maria Papoila (1937). Depois, integrou os elencos de mais cerca de 20 longas-metragens, em que contracenou diversas vezes com Milú e António Silva. Esteve em Cais do Sodré (1946) de Alejandro Perla. Com Perdigão Queiroga, fez Fado, História d’uma Cantadeira (1948), Sonhar É Fácil (1951), Madragoa (1952), Os Três da Vida Airada (1952) em que também coreografou, As Pupilas do Senhor Reitor (1961) e O Parque das Ilusões (1963). Foi ator de Sol e Touros (1949) de José Buchs, de Eram Duzentos Irmãos (1952) de Armando Vieira Pinto, Um Marido Solteiro (1952) de Fernando Garcia, O Comissário de Polícia (1953) de Constantino Esteves, Vidas Sem Rumo (1956) de Manuel Guimarães, Aqui Há Fantasmas (1964) e Bonança & C.a (1969), ambos de Pedro Martins e por último, em Aqui D’El Rei! (1992) de António Pedro Vasconcelos. Refira-se que com Henrique Campos fez ainda Duas Causas (1953), A Maluquinha de Arroios (1970) e O Destino Marca a Hora (1970).
Refira-se ainda que Eugénio Salvador foi também um exímio dançarino, que ficou conhecido a partir da sua parelha Lina & Salvador, que por exemplo, se exibia nos intervalos das sessões de filmes duplos, no Cinema Éden. Casou com o seu par, Lina Duval, de quem teve um filho (António Manuel Salvador Marques). Mais tarde, foi casado com a atriz Odete Antunes.
Por último, diga-se que o futebol, também fez parte da vida de Eugénio Salvador, jogando a extremo-esquerdo desde a inauguração do Campo das Amoreiras do Sport Lisboa e Benfica, em 13 de dezembro de 1925. Nesse clube fez 43 jogos e marcou 20 golos, entre outubro de 1927 e junho de 1934.
Eugénio Salvador é também topónimo nos concelhos de Almada (uma Rua, uma Travessa e uma Praceta na Charneca de Caparica), Amadora (São Brás), Cascais (Parede), Montijo, Seixal (Arrentela), Odivelas (Pontinha) e Oeiras (Queijas).

Freguesia de Carnide
(Planta: Sérgio Dias| NT do DPC)
