Igreja da Memória

Situada nas proximidades do Palácio da Ajuda, em 1760 iniciava-se a sua construção em memória da tentativa de assassinato do rei D. José pela família Távora, facto ocorrido em 1758.

O projeto deste templo coube ao italiano Giovanni Carlo Bibienna, arquiteto e cenógrafo encarregue de diversas encomendas régias à altura. A condução das obras esteve a cargo de Mateus Vicente de Oliveira, que substituiu o arquiteto italiano após a sua morte e que manteve as características essenciais do projeto por ele desenhado.

Os trabalhos de construção da Igreja pararam em 1762 e só em 1781 são retomados, já com alterações ao projeto inicial.

Trata-se de uma construção barroca com características neoclássicas que se impõe pelas linhas equilibradas e harmoniosas, sendo coroada por um zimbório. No interior, destaca-se a igreja-salão de nave única, caracterizada pela sua sobriedade, merecendo especial destaque os mármores lavrados e a tela do altar da autoria de Pedro Alexandrino de Carvalho.

Em 1923 nela seriam transladados os restos mortais do Marquês de Pombal.

Classificada como Monumento Nacional.

Texto: © DPC | 2018
Fotos: © José Vicente |CML | DPC | 2018

Igreja de São Domingos

A Igreja de São Domingos pertencia ao Convento de São Domingos, casa-mãe da Ordem dos Pregadores (dominicanos) e um das mais importantes e maiores casas religiosas de Lisboa. Localizado junto ao Rossio, o conjunto conventual foi mandado edificar por D. Sancho II em 1241, e a sua construção ficou concluída em 1259.

O templo foi objeto de vários cataclismos ao longo dos tempos, que obrigaram à sua reconstrução parcial e lhe alteraram a traça primitiva. Das várias campanhas de obras e de redecoração destacam-se a sacristia (1664), os silhares de azulejos da portaria nascente (c. 1710), da autoria de António de Oliveira Bernardes, e a reforma da capela-mor, por João Frederico Ludovice, adornada com esculturas de João António Bellini de Pádua.

O terramoto de 1755 e o incêndio subsequente causaram danos significativos no templo, tendo caído a frontaria e a torre sineira. No interior apenas se salvaram a sacristia, a capela-mor e a ala do claustro. O projeto de reconstrução, de Manuel Caetano de Sousa, seguiu o modelo das igrejas pombalinas mas integrou na fachada o portal e sacada que João Frederico Ludovice desenhara para a Capela Real do Paço da Ribeira.

Quase dois séculos depois, em 1954, a igreja é atingida por um violento incêndio. Após obras de limpeza geral e de reforço estrutural e colocação de uma cobertura provisória o templo é reaberto ao culto.

Além da sua importância artística, a Igreja de São Domingos destaca-se pela sua herança simbólica. Era daqui que saíam em procissão os condenados à fogueira da Inquisição; e desde finais de 1834 foi a igreja eleita para a celebração dos casamentos e batizados Reais.

Atestando a passagem do tempo e as catástrofes que assolaram esta igreja, o seu interior apresenta um estado de aparente ruína, que se assume como tal, mas que não dispensou uma cuidadosa intervenção. De planta em cruz latina e nave única com quatro capelas colaterais, a imensidão do espaço, despojado de elementos decorativos, é acentuada pela imponente cobertura em abóbada de berço, construída em 1992 e constituída por uma inovadora estrutura de metal suportante do telhado, em substituição da anterior de madeira.

Classificada como Monumento Nacional.

Texto: © DPC | 2018
Fotos: © José Vicente |CML | DPC | 2018

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Capela de Santo Amaro

Situada na freguesia de Alcântara, no concelho de Lisboa, terá sido edificada em 1549.

Templo de peregrinação, cuja fundação da capela, dedicada ao santo milagreiro, está envolta em lendas, não se sabendo ao certo se a sua instituição se deve a um grupo de marinheiros galegos ou a uma confraria instituída no local em 1532 por freires da Ordem de Cristo, com autorização régia de D. João III.

O projeto desta ermida de planta centralizada, única na cidade de Lisboa, é atribuído a Diogo de Torralva um dos grandes arquitetos do século XVI português.

Esta Capela destaca-se pela singular e erudita estrutura centralizada, composta por capela-mor e nave circular, ladeada pela sacristia à direita e pela antiga casa de despacho à esquerda, precedida por três portões de entrada em ferro forjado, datados do séc. XVIII, e por átrio ou galilé semicircular, o que lhe confere uma notável originalidade, reforçada pelo revestimento azulejar polícromo, de finais do séc. XVII, de composição maneirista e proto-barroca, que emoldura e destaca os elementos arquitetónicos.

Celebrada a 15 de Janeiro, a romaria de Santo Amaro era uma das mais concorridas da cidade, tendo sido realizada pela última vez em 1911.

Com o advento da República, a ermida foi abandonada e saqueada, chegando a servir de carvoaria. Em 1927 foi entregue à Irmandade do Santíssimo Sacramento, e no ano seguinte o espaço foi reabilitado para o culto.

Classificada como Monumento Nacional.

Texto: © CML | DPC | 2018
Fotos: © José Vicente |CML | DPC | 2018

Igreja e Convento da Graça

Estrategicamente implantado na Colina de Santo André, o Igreja e o Convento da Graça formam um dos mais imponentes conjuntos arquitetónicos conventuais de Lisboa. A sua origem remonta à 2ª metade do século XII e parece estar ligada a uma comunidade de eremitas sediada no monte de São Gens, junto à ermida de Nossa Senhora do Monte. Depois de uma breve passagem por outro local, fundam o Convento de Santo Agostinho, mais tarde denominado Convento de Nossa Senhora da Graça, casa-mãe/sede da província de Portugal da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho.

Em 1586, este convento notabilizou-se por albergar o Senhor dos Passos que a partir do ano seguinte passou a sair numa famosa procissão que ainda hoje se realiza na Quaresma – a Procissão dos Passos da Graça.

A primitiva igreja foi reconstruída entre 1556 e 1565 sob a direção de frei Luís de Montoya e com o apoio de D. João III. Data dessa época, o soberbo claustro grande traçado ao gosto serliano. As dependências conventuais e a igreja foram objeto de melhoramentos vários, dos quais se destacam a vasta sala do capítulo, concluída em 1724, a portaria (1738), e ainda do 2º quartel do século XVIII, a torre sineira (atribuída a Manuel da Costa Negreiros) e o segundo claustro.

O terramoto de 1 de novembro de 1755 provocou a derrocada parcial da igreja, arruinando a capela-mor, o teto do cruzeiro, as capelas do transepto, o teto da nave, etc.. A reconstrução iniciou-se em 1765 sob a direção de Manuel Caetano de Sousa, nela se incorporando como batistério uma capela que havia sido construída em 1530. A capela-mor foi executada em 1783, sendo as pinturas dos tetos da autoria de Pedro Alexandrino, e pouco tempo depois foram colocados os azulejos na sacristia e executada a pintura do teto.

Com a extinção das ordens religiosas masculinas em 30 de Maio 1834 o convento foi ocupado pelo Exército, e a igreja, a sacristia e a casa do capítulo foram entregues à Irmandade do Senhor dos Passos. Em 1835 a igreja passou a ser paroquial das freguesias de Santo André e Santa Marinha.

Disfrute da vista panorâmica sobre Lisboa no miradouro fronteiro à Igreja da Graça, entre na igreja e visite também as dependências conventuais recentemente abertas ao público depois de um intenso trabalho de restauro – o claustro maneirista, a portaria, considerada uma das mais belas do país, e a sala do capítulo.

Desça depois a encosta percorrendo a antiga cerca conventual, agora jardim público.

Classificado Monumento Nacional.

Texto: © CML | DPC | 2018
Fotos: © José Vicente |CML | DPC | 2018

Sede e Parque da Fundação Calouste Gulbenkian

Em 1956 surgia a fundação, criada por testamento de Calouste Gulbenkian, destinada a promover o conhecimento através das artes, da beneficência, da ciência e da educação, ao que se associam objetivos atuais de coesão, integração social e sustentabilidade.

O complexo de arquitetura modernista, que inclui vários espaços e jardins circundantes, foi desenhado por três arquitetos portugueses – Ruy d’Athouguia, Alberto José Pessoa e Pedro Cid.

A par do Museu Calouste Gulbenkian (com a coleção do fundador e a coleção moderna), podemos visitar a Biblioteca de Arte e Arquivos, o Jardim e o respetivo Centro Interpretativo Gonçalo Ribeiro Telles (em homenagem ao arquiteto paisagista que concebeu o Jardim), as exposições temporárias e ainda assistir a concertos do Coro e Orquestra Gulbenkian e outras formações de elevado mérito musical.

Na promoção do conhecimento científico de destacar as ações desenvolvidas pelo Instituto Gulbenkian de Ciência e o Programa Gulbenkian Conhecimento, tendo como premissas qualificar cidadãos para o futuro face aos desafios e problemas que emergem de uma nova sociedade.

Nas áreas do Desenvolvimento Social e Sustentabilidade são promovidos vários programas como as Bolsas Gulbenkian, o Programa Gulbenkian Coesão e Integração Social, o Programa Gulbenkian Parcerias para o Desenvolvimento e o Programa Gulbenkian Sustentabilidade e Comunidades Arménias.

Fazer percursos por entre o arvoredo, os lagos e as plantas, assistir a um concerto ao ar livre, simplesmente descansar num banco ou na relva observando as aves que ali habitam, são possibilidades infinitas e oferecidas pelo Jardim Gulbenkian em qualquer altura do ano.

O complexo modernista de edifícios que inclui a Sede da Fundação, o Museu Gulbenkian e ainda o Jardim circundante foi considerado em 1975 Prémio Valmor.

Classificado Monumento Nacional.

Texto: © DPC | 2018
Fotos: © José Vicente |CML | DPC | 2018

Igreja e Convento do Carmo

Situado na colina fronteira ao Castelo de São Jorge, com o Rossio a “seus pés”, o Convento do Carmo foi mandado edificar por D. Nuno Álvares Pereira após a Batalha de Aljubarrota. A sua construção teve início em 1389 e prolongou-se até 1422, tendo surgido vários problemas com os alicerces, devido ao solo arenoso e à escarpa. A igreja conventual, apesar de arruinada, é um dos raros edifícios em Lisboa que mantém uma estrutura gótica.

Os primeiros religiosos instalaram-se em 1397, vindos do Convento de Nossa Senhora do Carmo de Moura, de Carmelitas Calçados mas o convento só foi oficialmente entregue à Ordem do Carmo em 1423.

A igreja, com quase 70 m de comprimento, tinha planta em cruz latina e era composta por três naves longitudinais com arcos em cruzaria de ogivas e transepto pouco saliente; a iluminação do templo era feita através de janelas em arco apontado. A fachada principal era tripartida, com portal flanqueado por dois contrafortes, rematado em empena com óculo.

O terramoto de 1755 e o incêndio que se seguiu causaram danos profundos no conjunto conventual: a biblioteca ficou destruída e na igreja  ruíram a cobertura da capela-mor, o transepto e parte da nave. Os 126 religiosos viram-se obrigados a procurar abrigo noutro local, tendo regressado a 2 de julho de 1758, para uma pequena igreja provisória.

Houve várias tentativas para a reconstrução do templo gótico mas as obras nunca foram concluídas e a igreja manteve-se a céu aberto. A degradação da igreja arruinada foi travada quando o espaço foi cedido em 1864 à Real Associação dos Arquitetos e Arqueólogos Portugueses que aí instalou um museu arqueológico.

Atualmente, o museu reúne um importante acervo de peças de valor histórico, arqueológico e artístico que contempla artefactos e obras desde a Pré-História à Época Contemporânea.

Após a extinção das casas religiosas masculinas, decretada a 30 de maio de 1834, o núcleo conventual foi ocupado com serviços do exército e mais tarde pela Guarda Nacional Republicana, que aí instalou o seu comando-geral.

É ainda hoje um dos lugares mais simbólicos da revolução de 25 de Abril de 1974, o local onde Marcelo Caetano se refugiou. Depois de longas horas de impasse, as portas abriram-se finalmente para deixar entrar o capitão Salgueiro Maia que no gabinete do comandante-geral negociou o fim do regime com o então líder do governo.

Suba até ao Largo do Carmo, visite o espaço museológico da antiga igreja e passeie pelo miradouro dos Terraços do Carmo. Para além da vista deslumbrante sobre parte do Rossio e zona envolvente, pode observar de perto a imponente estrutura de contrafortes do antigo conjunto conventual.

Classificado Monumento Nacional.

Texto: © CML | DPC | 2018
Fotos: © José Vicente |CML | DPC | 2018

Praça do Comércio

Obra de referência da reconstrução pombalina pós terramoto, delineada no plano de Eugénio dos Santos e Carlos Mardel, veio dar continuidade ao primitivo Terreiro do Paço, que na época dos Descobrimentos (séculos XV e XVI) era o centro da vida dos residentes e a principal saída da cidade para o mar.

Praça de planta retangular, definida por três alas dispostas em U e aberta a Sul sobre a paisagem e o estuário do Tejo, constituindo esta face o seu elemento de originalidade em relação à linha de praças que então se construíam na Europa e na qual esta se integrava perfeitamente.

A proporção e harmonia das formas revelam-se nas construções que a envolvem, de arquitetura arcaizante, apoiadas em arcadas de volta inteira, cobertas de soluções medievais; nos dois torreões, de planta quadrada e inspiração setecentista que rematam a face aberta ao rio; no Arco Triunfal, encimado por um monumental conjunto escultórico alegórico e no enfiamento da Rua Augusta, eixo principal do conjunto; e ainda na recuperação de um antigo cais, desaparecido com o terramoto, nascendo, assim, o Cais das Colunas, ponto de observação da panorâmica sobre o rio e a outra banda. No centro evidencia-se a estátua equestre de D. José I, executada pelo escultor Machado de Castro.

A Praça foi ainda palco de alguns acontecimentos políticos nacionais mais relevantes, entre assassinatos e revoluções, como em 25 de abril de 1974, enquanto ponto estratégico para o movimento que derrubou a ditadura do Estado Novo.

Classificada como Monumento Nacional.

Texto: © CML | DPC | 2018
Fotos: © José Vicente |CML | DPC | 2018

 

Teatro de São Carlos

Localizado no “coração” do Chiado, na Freguesia de Santa Maria Maior, foi inaugurado em 30 de junho de 1793 pelo Príncipe Regente D. João para substituir o Teatro Ópera do Tejo, então destruído no Terramoto de 1755, tendo nascido do traço do arquiteto José da Costa e Silva.

Construído em apenas seis meses, na sua arquitetura estão presentes elementos neoclássicos e rococó, num projeto geral conforme aos cânones do chamado “Teatro à Italiana”, sendo exemplos o Teatro Alla Scala (Milão) ou o Teatro San Carlo (Nápoles), entre outros.

A construção do teatro, decidida em 1792, tornou-se possível invocando-se como fonte de receita destinada a uma futura obra de caridade – a Casa Pia, fundada em 1780 pelo intendente Pina Manique. Antigo homem de confiança do primeiro-ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, foi ele quem conseguiu obter da Coroa a respetiva permissão. O financiamento da obra é inspirado pelos interesses de abertura e modernização da sociedade portuguesa de um grupo de grandes negociantes de Lisboa, entre os quais Joaquim Pedro Quintela, feito Barão de Quintela alguns meses antes do início da construção do Real Theatro, cedendo os terrenos para o edifício em troca da propriedade de um camarote de primeira ordem, com anexos e acesso privado à rua a nascente. Quintela, vem a ser pai do também Joaquim Pedro Quintela, 2º Barão de Quintela e mais tarde – 1833 – feito Conde de Farrobo, que foi director do Real Theatro entre 1838 e 1840. A inauguração ocorreu com o bailado “A Felicidade Lusitana” e a Ópera “La Ballerina Amante”.

Na atualidade, mantém-se como o único teatro nacional vocacionado para a produção e apresentação de ópera e de música coral e sinfónica, tendo como agrupamentos artísticos residentes o Coro do Teatro Nacional de São Carlos e a Orquestra Sinfónica Portuguesa.

O Teatro apresenta uma programação musical regular em três espaços: na Sala Principal, no Salão Nobre e ainda, no Foyer – entrada do Teatro – espaço privilegiado para concertos de câmara e breves recitais de entrada gratuita.

Classificado como imóvel de interesse público e Monumento Nacional

Texto: © DPC | 2018
Fotos: © José Vicente |CML | DPC | 2018

Torre de Belém

A Torre de Belém localiza-se na Freguesia de Belém, na margem norte do Rio Tejo, onde existiu outrora a praia com o mesmo nome, primitivamente cercada pelas águas em todo o seu perímetro. Ao longo dos séculos a Torre foi envolvida pela praia, até se incorporar hoje na terra firme.

Construída entre 1514-1520 em homenagem ao Santo Patrono de Lisboa, S. Vicente, a Torre de Belém fazia parte de um sistema de defesa tripartida entre o baluarte de Cascais e a fortaleza de S. Sebastião da Caparica, na margem oposta do rio.

Edificada sob as ordens do Rei D. Manuel I a decoração da Torre ostenta a simbologia própria do manuelino – cordas que envolvem o edifício rematando em elegantes nós, esferas armilares, cruzes da Ordem Militar de Cristo e elementos naturalistas sobressaindo porquanto iconografia das descobertas, num local que marca também o ponto de partida das expedições lusas até à Ásia, África e América.

Uma construção em estilo Manuelino, cujo arquiteto responsável, Francisco Arruda, já efetuara trabalhos em várias fortalezas em Marrocos, sendo por isso bem patente a influência árabe que podemos encontrar nesta Torre.

Dividida em várias áreas distintas: o baluarte, a Sala do Governador, a Sala dos Reis, a Sala das Audiências, a Capela e, finalmente, o terraço que nos oferece uma vista panorâmica para o estuário do rio Tejo e para a área envolvente.

Entrar na Torre de Belém significa viajar por mais de 500 anos da História de Portugal.

Património da Humanidade desde 2007, é considerada uma das 7 Maravilhas de Portugal.

Texto: © DPC | 2018
Fotos: © José Vicente |CML | DPC | 2018

Igreja de São Roque

Construída no “coração” do Bairro Alto, no sítio da antiga ermida manuelina, na segunda metade do século XVI, a sua edificação foi terminada sob a orientação do arquiteto Filipo Terzi, responsável pela cobertura e pela antiga fachada maneirista. A construção desta igreja, teve como objetivo essencial, a ação catequética da Companhia de Jesus, em conformidade com as orientações emanadas por esta Ordem religiosa. De formato retangular, a igreja é composta por uma só nave, uma capela-mor e oito capelas laterais, segundo um modelo tradicionalmente designado por “Igreja-salão”. Na parte superior das paredes laterais, intercalando com os janelões, um conjunto de pinturas, de grandes dimensões, representa episódios da vida de Santo Inácio de Loyola, o fundador da Companhia de Jesus, obra do pintor seiscentista Domingos da Cunha, “o Cabrinha”.

Esta Igreja terá sido um dos raros edifícios em Lisboa a sobreviver ao Terramoto de 1755 relativamente incólume, pelo que toda a sua arquitetura e decoração interior, de grande riqueza e monumentalidade, constituem uma obra de referência para outras edificações que se seguiram.  

Em 1768, nove anos após a expulsão dos jesuítas de Portugal, a Igreja e a Casa Professa de S. Roque foram doadas, por alvará régio de D. José I, à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, com todos os seus bens, situação que se mantém até à atualidade.

Texto: © DPC | 2018
Fotos: © José Vicente |CML | DPC | 2018

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