A Avenida e a Esplanada de Dom Carlos I

Dom Carlos I na «Ilustração Portuguesa» de 9 de Novembro de 1903.jpg

Dom Carlos I na «Ilustração Portuguesa» de 9 de Novembro de 1903

Avenida Dom Carlos I - Rua

A Avenida Dom Carlos I
(nas Freguesias de Santa Catarina, São Paulo e de Santos-O-Velho – nas futuras Freguesias da Misericórdia e da Estrela)

d carlos I - esplanada

A Esplanada D. Carlos I ao Parque das Nações
(na Freguesia de Santa Maria dos Olivais – na futura Freguesia do Parque das Nações)

D. Carlos I numa Avenida e numa Esplanada

Avenida Dom Carlos I (nas Freguesias de Santa Catarina, São Paulo e Santos-o-Velho - nas futuras freguesias da Misericórdia e da Estrela)

Avenida Dom Carlos I (nas Freguesias de Santa Catarina, São Paulo e Santos-o-Velho – nas futuras freguesias da Misericórdia e da Estrela)

Nascido a 28 de Setembro de 1863, é amanhã o 150º aniversário de D. Carlos I, que em Lisboa tem direito a duas artérias: a Avenida Dom Carlos I e a Esplanada D. Carlos I ao Parque das Nações.

A Esplanada D. Carlos I ao Parque das Nações foi uma artéria recentemente absorvida pela cidade de Lisboa (Edital de 16/09/2009) já que a mesma resultou da Expo 98, dada a ligação do monarca às investigações marítimas e, repete a homenagem a este rei português cujo nome já estava inscrito numa artéria de Lisboa desde 1889 (por edital de 28 de Dezembro), embora tenho desaparecido da toponímia lisboeta entre 5 de Novembro de 1910 e 23 de Dezembro de 1948, sendo nesta data que regressou a um novo arruamento  – a Avenida D. Carlos I – que se mantém até aos dias de hoje.

Ou seja, no final do séc. XIX a Rua Duque de Terceira passou a denominar-se Rua Dom Carlos I (edital de 28/12/1889), mas após a implantação da República tornou-se a  Avenida das Cortes (edital de 05/11/1910) e , após a entrada dos Estados Unidos da América na I Guerra passou a denominar-se Avenida Presidente Wilson (edital de 24/09/1918), nome que se manteve até 1948 quando voltou a ter o nome de Dom Carlos I embora já como Avenida.

Dom Carlos I na «Ilustração Portuguesa» 28 de Março de 1904

Dom Carlos I na «Ilustração Portuguesa» de 28 de Março de 1904

D. Carlos I (Lisboa/28.09.1863 – 01.02.1908/Lisboa), rei de Portugal de 1889 a 1908, filho de D. Luís e D. Maria Pia de Saboia, inseriu-se na toponímia da Expo 98 relativa aos oceanos pelas  investigações oceanográficas que realizou a bordo seu iate «Amélia» e das quais publicou os seguintes estudos: «Yacht Amélia – campanha oceanográfica de 1896» (1897), «Resultados das investigações científicas feitas a bordo do Yacht Amélia e sob a direção de D. Carlos de Bragança – Pescas Marítimas – A pesca do atum no Algarve em 1898» (1899), «Resultado das investigações científicas feitas a bordo do Yacht Amélia e sob a direção de D. Carlos de Bragança – Ictologia – Esqualos obtidos nas costas de Portugal durante as campanhas de 1896 a 1903» (1904).

Esplanada D. Carlos I (na Freguesia de Santa Maria dos Olivais - na futura Freguesia do Parque das Nações)

Esplanada D. Carlos I
(na Freguesia de Santa Maria dos Olivais – na futura Freguesia do Parque das Nações)

 

Parque Eduardo VII de Inglaterra

na Freguesia de São Sebastião da Pedreira - na futura Freguesia das Avenidas Novas

Freguesia das Avenidas Novas

Por ocasião da visita de Eduardo VII a Lisboa, em abril de 1903, foi renomeado o Parque da Avenida da Liberdade em Parque Eduardo VII, «em respeitosa homenagem da cidade de Lisboa a Sua Magestade o Rei Eduardo VII d’Inglaterra e Imperador das Indias» como narra o Edital municipal de 17 de abril de 1903.

Este espaço verde foi aberto no início do século XIX como prolongamento da Avenida da Liberdade e ficou conhecido como Parque da Liberdade.

Eduardo VII tinha uma amizade pessoal com o rei D. Carlos de Portugal e esta sua visita a Lisboa reafirmou a aliança luso-inglesa, tanto mais que foi a primeira visita ao estrangeiro que Eduardo VII fez enquanto monarca.

Alberto Eduardo (Buckingham Palace/09.11.1841- 06.05.1910/Buckingham Palace), apenas foi coroado Eduardo VII aos 60 anos, por morte da sua mãe, como mais velho dos filhos varões da Rainha Vitória,e deteve a coroa inglesa de 1901 a 1910 .

Eduardo VII na «Ilustração Portuguesa» de 7 de Novembro de 1904

Eduardo VII na Ilustração Portuguesa de 7 de novembro de 1904

Rua Tierno Galvan em Lisboa

Placa Tipo IV

Placa Tipo IV

Com a legenda «Alcaide de Madrid –  Grande Amigo de Lisboa» ficou Tierno Galvan perpetuado no arruamento até aí identificado como Ruas B1 e B2 da Urbanização das Amoreiras, pelo Edital de 08/07/1986, que também consagrou em Rua na mesma zona Joshua Benoliel.

Enrico Tierno Galvan ( Madrid/08.02.1918 – 19.01.1986/Madrid), sociólogo e jurista de formação tendo até redigido o Preâmbulo da Constituição Espanhola de 1978, distinguiu-se como Alcalde de Madrid, no período de 1979 a 1986, pelo PSOE, assim como desempenhou o cargo de Vice-Presidente da Federação Mundial das Cidades Gémeas. Mantinha uma relação com a cidade Lisboa enquanto membro do Grupo Amigos de Lisboa e como o único estrangeiro galardoado com o título de cidadão benemérito desta Cidade.

No dia seguinte ao seu falecimento (em 19 de Janeiro de 1986), uma deliberação de Câmara avançou o seu nome para ser atribuído a uma rua da cidade, o que se concretizou pelo Edital municipal de 8 de Julho de 1986, sendo depois a rua significativamente inaugurada no decorrer da Semana de Madrid em Lisboa que aconteceu de 25 de Outubro a 2 de Novembro desse mesmo ano. Já no ano anterior, em 27 de Junho, o autarca madrileno fora agraciado com a medalha de Ouro de Mérito Municipal, a chave da cidade de Lisboa e a Grã-Cruz da Ordem de Cristo.

Tierno Galvan foi um político marcante da Europa contemporânea já que foi o fundador em Julho de 1974 da Junta Democrática de España (JDE) e, nas primeiras eleições constituintes após a morte de Franco, em 1977, foi eleito deputado pelo Partido Socialista Popular que mais tarde se viria a fundir com o PSOE. Tierno Galvan foi um humanista e uma figura destacada da democracia, um defensor do movimento internacional de associativismo entre as cidades capitais e da fundação da União das Cidades Capitais Ibero-Americanas.

na Freguesia de Santa Isabel - na futura Freguesia de Campo de Ourique

na Freguesia de Santa Isabel – na futura Freguesia de Campo de Ourique

 

José Farinha, o escultor de Carnide

na Freguesia de Carnide

na Freguesia de Carnide

O escultor José Farinha dá nome à Rua A da Quinta do Bom Nome, desde a publicação do Edital municipal de 26/12/2001. Aliás, pelo mesmo edital e na mesma freguesia de Carnide, no Impasse A à Rua Prista Monteiro, foi dado o nome do seu pai, médico muito admirado pela população local, com o Largo José João Farinha Junior.

De seu nome completo José Fernandes Oliveira Prata Farinha (Elvas/03.01.1912 – 1979) foi um escultor, filho de Mariana da Encarnação Oliveira Prata Farinha e do farmacêutico e médico  José João Farinha Jr., que logo a partir dos seus 6 anos veio residir para Lisboa, para a freguesia de Carnide.

Este escultor autodidacta tem vasta obra pública na cidade de Lisboa, onde se destacam os azulejos do Palácio da Justiça e esculturas em diversos prédios da cidade, bem como na já desaparecida Escola de Pesca e Marinha de Comércio (em Belém) e na antiga Piscina Municipal dos Olivais, no Hotel Ritz, no Parque de Campismo e Parque Infantil de Monsanto, no Seminário dos Olivais e, no Salão Nobre da Reitoria da Universidade de Lisboa.  José Farinha foi  galardoado com o Prémio Soares dos Reis pelo busto que realizou de  Aquilino Ribeiro.

Dedicou-se também à medalhística executando entre outras, medalhas comemorativas da adesão de Portugal à OIT, dos 500 anos da publicação de «Os Lusíadas», do VII centenário da chegada das relíquias de S. Vicente à Sé de Lisboa e do 25 de Abril.

Placa Tipo II

Placa Tipo II