A obra Flores do Lima da autoria de Diogo Bernardes, impressa em 1597, deu origem em 1961 à Rua Flores do Lima que justamente tem entrada a partir da Rua Diogo Bernardes, no Bairro de São Miguel da Freguesia de Alvalade, e na qual esteve sediado de 1975 até 2007 o cinema Quarteto, obra do empenhado Pedro Bandeira Freire para toda a cidade.
A Rua Diogo Bernardes foi atribuída pelo Edital municipal de 6 de março de 1952 e nove anos mais tarde, os moradores de um arruamento paralelo à Avenida Estados Unidos da América cujo acesso se fazia a partir dessa artéria pediram a atribuição de denominação ao mesmo, tendo a Comissão Municipal de Toponímia proposto «que o referido arruamento se denomine: Rua Flores do Lima, porque Flores do Lima é o título de um livro da autoria de Diogo Bernardes, que teve várias edições», o que se veio a verificar pelo Edital municipal de 7 de julho de 1961.
O cinema Quarteto,obra do Arqt.º Nuno San-Payo, foi inaugurado no nº 16 da Rua Flores do Lima em 21 novembro de 1975, com 716 lugares e apresentando-se como o 1º complexo de salas de Lisboa, característica justamente realçada no slogan que usava: «4 Salas / 4 Filmes.». Foi gerido pelo cinéfilo Pedro Bandeira Freire, garantindo uma atmosfera de cinefilia com exibições exclusivas. Ficaram memoráveis as famosas maratonas de 24 horas de cinema, a exibição de A Religiosa (1967) de Jacques Rivette, um dos mais espantosos sucessos do pós 25 de Abril e o 2º maior êxito do Quarteto, o ter dado a conhecer em Portugal o realizador Martin Scorcese com Taxi Driver (a partir de 15 de abril de 1977),e a estreia de All That Jazz (1979) de Bob Fosse, em exclusivo e nas quatro salas, sendo o maior êxito de sempre deste cinema, propriedade de Pedro Bandeira Freire e do seu sócio, o escritor Almeida Faria. O Quarteto albergou ainda numa das suas salas, em 1981, a Cinemateca, devido a um incêndio que destruiu o edifício da Rua Barata Salgueiro.
Encerrou no dia 16 de novembro de 2007, por ordem da Inspecção-Geral das Actividades Culturais (IGAC) que invocou falhas de segurança, sobretudo no combate a incêndios. Pedro Bandeira Freire faleceu 5 meses depois, a 16 de abril de 2008, aos 68 anos de idade. Em 2014, o edifício passou para a Igreja da Plenitude de Cristo, de protestantes evangélicos.