A pombalina Rua Áurea de 1760, topónimo oficial nascido do primeiro diploma de toponímia de Lisboa, é pela maioria chamada como Rua do Ouro por ser de pronúncia mais fácil mas também porque outrora existiram ruas do Ouro alfacinhas.
No séc. XV, os vereadores da cidade de Lisboa proibiram o lançamento de esterco e outras sujidades na rua do Ouro, que era a Betesga, estipulando pena por incumprimento, conforme lavrou o escrivão da Câmara Gomes Eanes de Monte Agraço.
A partir da 2ª metade do século XVI, Lisboa começa a apresentar uma Rua Nova dos Ourives do Ouro, também designada Rua da Ourivesaria do Ouro (em 1577 e em 1700), aberta sobre um antigo esteio do Tejo que D. João II mandou parcialmente tapar, talvez situada na área hoje ocupada pelas Ruas de São Nicolau e de São Julião, ou ainda, como Rua dos Ourives do Ouro (por exemplo, em 1577, 1600, 1602, 1619, 1663, 1686, 1688, 1692, 1702, 1704, 1705, 1707, 1719).
Após o Terramoto de 1755 nasceu a nova Rua Áurea, rasgada e integrada no todo simétrico da Baixa Pombalina, em resultado da Portaria de 5 de novembro de 1760, de D. José I, que atribuiu toponímia a todos os novos 14 arruamentos entre a Praça do Rossio (hoje Praça D. Pedro IV) e a Praça do Comércio, bem como regulamentou a distribuição dos vários artesãos e comércios por eles.
No séc. XIX, seguramente a partir de 1849 passou a ser conhecida vulgarmente como Rua do Ouro, tanto mais que em 1906 circulavam postais com o Banco de Portugal e Rua do Ouro na legenda. Aliás, nos postais da primeira década do séc. XX era comum encontrar-se a imagem dos estabelecimentos bancários que a artéria albergava: o Monte Pio dos Empregados Públicos (1840), o Banco de Portugal (na última metade do séc. XIX), o Banco Lisboa & Açores (1907), como mais tarde, também aconteceu com a Agência Havas (1931).