Sobre a Rua dos Lagares que hoje vemos a ligar a Calçada de Santo André ao Largo das Olarias, defende o olisipógrafo Luís Pastor de Macedo que «Esta rua é a antiga Carreirinha, a rua do Lagar das Olarias dos meados do século XVI, e a actual rua dos Lagares.»
Na sua Lisboa de Lés a Lés, Luís Pastor de Macedo considera que uma azinhaga existente em 1510 perto do lagar de Pero Lopes do Carvalhal «tem todas as possibilidades de ser a antecessora da citada rua. Na área da freguesia dos Anjos, pelo menos, a não serem os lagares de El-Rei, que constítuiam, desde séculos, um sítio acima de Arroios, e o lagar de D. Brás (1629), que era o mesmo que o do Silveira (1675), situado junto à quinta de Joana Teixeira, que não sabemos onde era, só encontramos lagares no sítio onde depois correu a rua que deles tirou o nome, do que inferimos que os lagares, no sítio das Olarias, teriam estado sempre naquele mesmo local e que portanto a azinhaga que em 1510 corria nas proximidades dum lagar que existia naquele sítio, deveria ter sido a artéria que depois de ter tido outro nome, se chamou e chama Rua dos Lagares. Por outro lado sabe-se que o lagar de Pero Lopes do Carvalhal foi de facto um dos lagares que deram o nome à rua, conforme nos comunica um documento visto pelo rev.dº padre António Lourenço Farinha que , sobre o bairro das Olarias, publicou uma valiosa monografia.»
Ainda segundo Pastor de Macedo « Com respeito à Carreirinha, forma por que foi designada primitivamente a rua de que nos ocupamos ela reaparece em 1738, continuando depois a ser usada durante algumas dezenas de anos» e, observa que «no século XVIII o nome de Carreirinha é aplicado ao mesmo tempo que se aplica os de rua da Graça, rua Nova da Graça, rua da Graça atrás dos Lagares e rua detrás dos Lagares, circunstância que pode levar a supor-se que a serventia estivesse talvez dividida em duas denominações , pelo menos», para concluir que «Esta rua é a antiga Carreirinha, a rua do Lagar das Olarias dos meados do século XVI, e a actual rua dos Lagares.»