A Rua Maria da Fonte que hoje se estende da Rua da Bombarda até à Rua Angelina Vidal, nasceu da publicação do Edital camarário de 19/03/1917, que tornou a antiga Calçada do Forno do Tijolo numa homenagem à Revolução da Maria da Fonte iniciada na Póvoa do Lanhoso em 1846, em protesto contra a proibição de enterrar os mortos nas igrejas, decretada pelo Governo de Costa Cabral.
Maria da Fonte é o nome pelo qual ficou conhecido um movimento revolucionário popular, também denominado Revolução do Minho, que terá sido começado por uma mulher que hoje não sabemos bem quem seja. Talvez Josefa Caetano da Casa da Fonte que deu uma falsa identificação às autoridades. Ou Maria da freguesia de Oliveira que de machado em punho rebentou as grades da cadeia para libertar as suas companheiras. Ou Maria Luísa Baldaio, proprietária de uma hospedaria que era conhecida por Maria da Fonte e que dava de comer gratuitamente aos revolucionários. Ou então, Maria Angelina, evocada em canções populares por ser a única mulher que naquele tempo andava de pistolas à cinta.
Maria da Fonte inspirou um panfleto humorístico (1846) a António Feliciano de Castilho e a obra Maria da Fonte (1885) a Camilo, e esta última, por sua vez levou Campos Monteiro a escrever e a fazer representar uma opereta (1928).
Também o maestro Ângelo Frondoni compôs na época da sublevação popular um hino que ficou conhecido pelo nome de Hino da Maria da Fonte ou Hino do Minho, e que por muito tempo foi o canto de guerra do Partido Progressista. Aliás, a Rua Ângelo Frondoni, na freguesia alfacinha de Belém, tem como legenda «Autor do Hino da Maria da Fonte». E ainda hoje, o Hino da Maria da Fonte continua a ser a música com que se saúdam os ministros portugueses, sendo utilizado em cerimónias cívicas e militares, nomeadamente, nas inaugurações de novos arruamentos de Lisboa.