Estrategicamente implantado na Colina de Santo André, o Igreja e o Convento da Graça formam um dos mais imponentes conjuntos arquitetónicos conventuais de Lisboa. A sua origem remonta à 2ª metade do século XII e parece estar ligada a uma comunidade de eremitas sediada no monte de São Gens, junto à ermida de Nossa Senhora do Monte. Depois de uma breve passagem por outro local, fundam o Convento de Santo Agostinho, mais tarde denominado Convento de Nossa Senhora da Graça, casa-mãe/sede da província de Portugal da Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho.
Em 1586, este convento notabilizou-se por albergar o Senhor dos Passos que a partir do ano seguinte passou a sair numa famosa procissão que ainda hoje se realiza na Quaresma – a Procissão dos Passos da Graça.
A primitiva igreja foi reconstruída entre 1556 e 1565 sob a direção de frei Luís de Montoya e com o apoio de D. João III. Data dessa época, o soberbo claustro grande traçado ao gosto serliano. As dependências conventuais e a igreja foram objeto de melhoramentos vários, dos quais se destacam a vasta sala do capítulo, concluída em 1724, a portaria (1738), e ainda do 2º quartel do século XVIII, a torre sineira (atribuída a Manuel da Costa Negreiros) e o segundo claustro.
O terramoto de 1 de novembro de 1755 provocou a derrocada parcial da igreja, arruinando a capela-mor, o teto do cruzeiro, as capelas do transepto, o teto da nave, etc.. A reconstrução iniciou-se em 1765 sob a direção de Manuel Caetano de Sousa, nela se incorporando como batistério uma capela que havia sido construída em 1530. A capela-mor foi executada em 1783, sendo as pinturas dos tetos da autoria de Pedro Alexandrino, e pouco tempo depois foram colocados os azulejos na sacristia e executada a pintura do teto.
Com a extinção das ordens religiosas masculinas em 30 de Maio 1834 o convento foi ocupado pelo Exército, e a igreja, a sacristia e a casa do capítulo foram entregues à Irmandade do Senhor dos Passos. Em 1835 a igreja passou a ser paroquial das freguesias de Santo André e Santa Marinha.
Disfrute da vista panorâmica sobre Lisboa no miradouro fronteiro à Igreja da Graça, entre na igreja e visite também as dependências conventuais recentemente abertas ao público depois de um intenso trabalho de restauro – o claustro maneirista, a portaria, considerada uma das mais belas do país, e a sala do capítulo.
Desça depois a encosta percorrendo a antiga cerca conventual, agora jardim público.
Classificado Monumento Nacional.
Texto: © CML | DPC | 2018
Fotos: © José Vicente |CML | DPC | 2018