David Lopes, o filólogo e historiador que publicou Toponímia Árabe de Portugal, desde 1949 que dá o seu nome a uma Rua do Bairro da Quinta dos Apóstolos.
Foi pelo Edital municipal de 13 de maio de 1949 que o seu nome foi atribuído à Rua C do Bairro da Quinta dos Apóstolos à Rua Lopes, também conhecida como Rua C à Rua Lopes ou Rua C ao Alto do Varejão.
Pelas Atas da Comissão Consultiva Municipal de Toponímia sabe-se que a Casa do Distrito de Porto solicitou que a um novo arruamento de Lisboa fosse dado o nome de Sousa Viterbo, tendo a referida Comissão, na sua reunião de 28 de abril de 1949, emitido parecer favorável, escolhendo para o efeito os arruamentos ainda sem denominação do Bairro da Quinta dos Apóstolos e assim fixando na toponímia lisboeta o arqueólogo, genealogista e presidente da Câmara Municipal de Lisboa Braamcamp Freire na Rua A, o solicitado historiógrafo Sousa Viterbo na Rua B, e os professores e filólogos Adolfo Coelho e David Lopes, nas Ruas D e C, respetivamente.
De seu nome completo David de Melo Lopes (Sertã – Nesperal /07.04.1867 – 03.02.1942/Lisboa), distinguiu-se como professor, historiador, filólogo e arabista que em Portugal renovou a tradição destes estudos.
De 1889 a 1892 frequentou em Paris a Escola de Línguas Orientais e a Escola de Altos Estudos para nos anos seguintes, de 1892 a 1895, já em Lisboa, seguir o Curso Superior de Letras e no ano imediato, em 1896, começar a sua carreira oficial como professor de Francês, no Liceu de Lisboa . Passados cinco anos enveredou pela docência da cadeira de língua e literatura francesa do Curso Superior de Letras (que dez anos depois, após a implantação da República, se tornaria Faculdade de Letras). Em 1914 passou a ter a responsabilidade da cadeira de Língua Árabe, criada por decreto no ano anterior, situação que manteve até 1937, ano em que atingiu o limite de idade.
A par do ensino David Lopes deixou ainda vasta obra nos campos da filologia e da história com, entre outros, Textos em aljamia portuguesa (1897), História dos Portugueses no Malabar (1898), Toponímia Árabe de Portugal (1902), Os árabes na obra de Alexandre Herculano: notas marginais de língua e história portuguesa (1911), Anais de Arzila (1915), Bases da Ortografia que deve ser Adoptada no Dicionário da Academia (1916), «Cousas arábico-portuguesas» no Boletim da 2ª Classe da Academia das Ciências de Lisboa (1917), Rudimentos de gramática árabe: para uso dos alunos do curso de língua árabe da Faculdade de Letras de Lisboa (1919), História de Arzila (1925), «Alguns vocábulos arábico-portuguesas de natureza religiosa, étnica e lexicológica» na Revista da Universidade de Coimbra» (1930), A Expansão da Língua Portuguesa no Oriente, nos séculos XVI, XVII e XVIII (1936), «Notas filológicas sobre particularidades vocabulares do português das praças de África» no Boletim de Filologia (1941), sendo também de destacar as publicações póstumas Nomes árabes de terras de Portugal (1968) ou O cancioneiro Árabe de IBN Cuzmane: A sua importância histórica e filológica (1970).
David Lopes que foi também sócio efetivo da Academia das Ciências de Lisboa, académico titular fundador da Academia Portuguesa de História, sócio estrangeiro da Academia Árabe de Damasco e colaborar da Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, deixou também trabalhos sobre numismática e epigrafia árabe publicados no Arqueólogo Português.
David Lopes é ainda topónimo de uma Travessa na Amora (Seixal), de uma Praça de São Brás (Amadora) e na sua terra natal (Sertã) como Rua Professor Doutor David Lopes.