A Rua do Figueiredo nasceu em Belém no ano de 1917, pelo Edital municipal de 22 de Agosto, definida entre a Calçada do Galvão e o Largo do Figueiredo, colhendo o topónimo nos outros já instalados no local – o Largo e a Travessa do Figueiredo – , em virtude de uma proposta de ordenamento dos topónimos do Serviço de Polícia Municipal, que se deslocara à zona para fazer a numeração de polícia dos arruamentos.
Assim, este topónimo e outras alterações determinadas na reunião da Comissão Executiva da CML de 16 de agosto de 1917 e consequente Edital de dia 22, resultaram da proposta do Serviço de Polícia Municipal que se justificava do seguinte modo: « Tendo a ex.mª Camara deliberado que fossem numeradas diversas vias publicas da freguezia de Belem, e tendo eu pessoalmente percorrido as mesmas vias, que parte destas estão mal limitadas e ainda que algumas teem nomes repetidos sem mesmo terem qualquer relação de continuidade como pela planta que junto podereis vêr; por isso é para que, fazendo-se agora nova numeração, as numenclaturas não continuem no estado caótico em que actualmente estão».
Ficou estabelecido que o topónimo Rua do Figueiredo fosse atribuído ao troço da Travessa do Figueiredo que tinha os prédios com os nºs 1, 2, 3, 4, 5, 55, 56, s/n e 57, Travessa esta que já é mencionada por Filipe Folque em 1857 no seu Atlas da Carta Topográfica de Lisboa. Foi ainda determinado que a Travessa do Figueiredo ficasse com essa denominação na parte que tem os números 11, 12 s/n, 14 e 15, assim como a parte da Travessa com os números 6 a 8, 10, 17, 18, 52, 52-A, 53 e 54 fosse incluída no Largo do Figueiredo, bem como a parte da mesma Travessa com os números 21, 24 a 26 s/n, 44 junto com a parte da Rua Domingos Tendeiro com os números 18 a 20, 96, 97 passasse a ser o Largo Domingos Tendeiro e finalmente, a parte da Travessa do Figueiredo com os números 27 a 39 fosse doravante a Travessa Domingos Tendeiro. Refira-se que em 1890, num projeto de alargamento da Azinhaga de Domingos Tendeiro, que antes se havia denominado Caminho da Pedreira já surgiam tanto o Largo como a Travessa do Figueiredo.
Com base no mesmo Edital foram também atribuídos naquela área os topónimos Rua da Correnteza, Beco de Domingos Tendeiro, Beco da Enfermaria, Largo do Galvão, Rua do Galvão, Travessa do Galvão e Rua das Terras. Ora sabendo-se que Domingos Tendeiro foi um comerciante local e que o Galvão destes arruamentos era António José Galvão, oficial maior da Secretaria de Estado dos Estrangeiros e da Guerra ali morador, é lícito pensar que o Figueiredo também ali fosse residente.