Nuno Álvares Pereira, apoiante do Mestre de Avis e participante na conquista de Ceuta, deu nome à Avenida Vinte e Quatro de Julho por 2 meses do ano de 1932 mas acabou por fixar-se na toponímia de Lisboa numa Avenida de Marvila, como Santo Condestável, no ano de 1984.
O Edital municipal de 11 de abril de 1932 transformou a Avenida Vinte e Quatro de Julho em Avenida de Nuno Álvares, mas a modificação gerou tal polémica nos jornais que logo em junho voltou a denominar-se Avenida Vinte e Quatro de Julho.
Em 1970 o nome de Nuno Álvares Pereira regressou como hipótese de topónimo já que pela Ata da reunião da Comissão Municipal de Toponímia de 21 de outubro de 1970 sabemos que foi analisado um «Despacho de Sua Excelência o Presidente da Câmara [então o Engº Santos e Castro], solicitando parecer sobre a consagração na toponímia citadina, dos nomes de Paulo Dias de Novais, Diogo Cão, André Vidal de Negreiros, Duarte Lopes, Rui de Sousa, Oliveira Cadornega, Luís Lopes de Sequeira, Santo Condestável, Engenheiro Ferreira Dias, Aquilino Ribeiro, Manuel Teixeira Gomes, Palmira Bastos, Professor Lobo de Carvalho e Engenheiro Rodrigues de Carvalho», nomes com cuja consagração a Comissão concordou. Todavia, a falta de execução deste parecer positivo fez o assunto retornar às reuniões da Comissão de Toponímia em 18 de fevereiro de 1982 e 19 de abril de 1983, tendo sido concluído que « A Comissão é de parecer que deverá aguardar-se melhor oportunidade, em virtude de neste momento nenhum arruamento existir que possa servir condignamente para o fim em vista.» E assim, só em 16 de outubro de 1984 veio a ser possível à Comissão de Toponímia sugerir um arruamento para concretizar a atribuição do topónimo: «Despacho do Exmº Presidente da Câmara [Engº Kruz Abecasis], solicitando parecer para atribuição a uma artéria de Lisboa, de topónimo Avenida do Santo Condestável ou Avenida Nun’Álvares Pereira. Parecer : A Comissão propõe, para o efeito, a nova artéria em construção na zona de Chelas, designada provisoriamente por “Avenida Principal de Chelas” que, partindo da Avenida Marechal Gomes da Costa, segue para Sul e que, assim, passará a denominar-se Avenida do Santo Condestável», o que foi tornado público pelo Edital de 22 de outubro de 1984.
Nuno Álvares Pereira (24.06.1360-01.04.1431/Lisboa), foi o estratega militar do Mestre de Avis que viria a ser D. João I e já assim o acompanhou na conquista de Ceuta. Considerado um génio militar pelo seu desempenho nas guerras durante a crise de 1383-1385, sobretudo pela dos Atoleiros e por Aljubarrota, ficou consagrado como patrono da infantaria portuguesa.
Nuno Álvares Pereira fez ainda construir às suas próprias custas numerosas igrejas e mosteiros, entre os quais se contam o Carmo de Lisboa e a Igreja de S. Maria da Vitória na Batalha e, em 1423, decidiu entrar no convento carmelita por ele fundado, tomando então o nome de frei Nuno de Santa Maria, e aí permaneceu até à morte. Foi beatificado como Beato Nuno de Santa Maria em 23 de janeiro de 1918 e canonizado como São Nuno em 26 de abril de 2009, sendo a sua festa a 6 de novembro.