Rua Prof. Mário Chicó

Rua Prof. Mário Chicó, topónimo atribuído a um arruamento da freguesia do Lumiar por Edital de 27 de Fevereiro de 1978

Mário de Sousa Tavares Chicó (1905-1966), historiador de Arte, conservador de museu e professor universitário. O seu apelido Chicó foi por ele adoptado em homenagem ao seu avô adoptivo, Manuel Rodrigues Chicó, natural de Goa, engenheiro agrónomo que trabalhou nas propriedades agrícolas da Casa Cadaval, em Évora. Terá sido também por influência deste avô que Mário Chicó, após o Liceu, se decidiu a frequentar a Escola Agrícola de Coimbra, curso que viria a abandonar e a trocar pelo de Direito, na mesma Universidade, até finalmente, ingressar e completar o Curso de Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras de Lisboa (1935). Entre 1937 e 1939 foi bolseiro do Instituto de Alta Cultura, o que lhe permitiu frequentar o Instituto de Arte e Arqueologia da Universidade de Paris, e de estudar Arqueologia Medieval. A sua obra escrita revela bem o interesse por este período tendo publicado Remarques sur le choeur de l´église Sainte Marie de la Victoire Batalha (1940), A arquitectura da Idade Média em Portugal (1944), A catedral de Évora na Idade Média (1946), A arquitectura gótica em Portugal (1954), entre outros. Em 1942 colaborou na História da Arte em Portugal com diversos outros historiadores e em 1959 planeou e dirigiu um inovador Dicionário da Pintura Universal em colaboração com José-Augusto França e Artur Nobre Gusmão. Concorreu ao lugar de director do Museu Regional de Évora, que venceu em 1943, aqui permanecendo até à sua morte. A partir de 1946, ingressou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa como professor da cadeira de Estética e História da Arte, tendo sido convidado a leccionar em várias universidades europeias e brasileiras. Em 1951 concretiza um outro projecto de investigação, obtendo o apoio da Junta das Missões Geográficas e Investigações Coloniais, viajando até à Índia para estudar a arquitectura de influência portuguesa naquela parte do Mundo. Foi o primeiro presidente da mesa da assembleia geral da Associação Portuguesa de Museologia, e pertenceu à Academia Nacional de Belas Artes.

O seu contributo para o conhecimento da história de Lisboa prende-se sobretudo com a sua carreira de Conservador de Museu, curso que fez em 1940 após o seu regresso do estrangeiro. É a Mário Chicó que a Câmara Municipal de Lisboa recorre para o projecto de criação de um museu municipal. A ideia de criar um espaço museológico dedicado à história da cidade fora lançada em 1909, e muito tenuemente executada em 1922, numa sala da Associação dos Arqueólogos Portugueses. O projecto de um museu de Lisboa, arrancou definitivamente por proposta do vereador Pereira Coelho, de 1935, destinando-se-lhe o Palácio da Mitra, adquirido pela autarquia em 1930. A adaptação do Palácio a Museu Municipal foi entregue a Mário Chicó, conservador dos Museus Municipais, o qual, consciente que seria uma morada provisória (como aliás tinha sido afirmado pela própria Câmara na proposta que apresentou à Junta Nacional de Educação, organismo da tutela), e das dificuldades em expor todas as espécies, optou por um circuito expositivo de acordo com a tipologia das peças (pinturas, gravuras, cerâmica, etc.) em detrimento de uma exposição cronológica, ao mesmo tempo que procurava valorizar o próprio edifício. No entanto, Mário Tavares Chicó deixou delineado um outro projecto para um futuro museu municipal que se pretendia edificar de raiz. Neste projecto, o museu deveria ter as seguintes secções: História e Geografia Locais, Arqueologia, Artes Plásticas, Estampas e Desenhos, Artes Decorativas, Etnografia, Medalhas, Sala de Exposições Temporárias, Biblioteca Olisiponense, Arquivo Municipal e Arquivo Fotográfico.

É de facto, Mário Tavares Chicó o primeiro a propor a criação de um núcleo arquivístico dedicado exclusivamente à fotografia, destinado a preservar a colecção inicial de fotografias que a Câmara possui, datadas de 1898-1908, e que constituem o seu núcleo antigo, bem como as fotografias que eram então tiradas, fosse para efeitos de propaganda da cidade, fosse para efeitos de recolha de imagens do património lisboeta. Desde o início da sua carreira de historiador de Arte Chicó utilizara a fotografia para documentar os seus trabalhos, valorizara a importância da fotografia para o estudo do património e deu destaque aos fotógrafos que com ele colaboraram como co-autores. Apesar desta sua proposta inicial, o Arquivo Fotográfico só abriria ao público, na década de 60 do século XX.

© CML | DPC | Gabinete de Estudos Olisiponenses | 2019

O Largo do fotógrafo e homem de cinema Gérard Castello-Lopes

Freguesia do Lumiar
(Foto: Google Maps editada pelo NT do DPC)

Gérard Castello-Lopes foi um homem do cinema e da fotografia a preto e branco, cuja memória está fixada como topónimo da Freguesia do Lumiar desde 2017, seis anos passados sobre o seu falecimento aos 85 anos de idade.

O Largo Gérard Castello-Lopes nasceu no Impasse entre os lotes 2 e 3 da Malha 6 do Projeto de Urbanização do Alto do Lumiar, por deliberação camarária de 22 de fevereiro de 2017 e consequente Edital de 17 de março seguinte, na freguesia onde se encontram a maioria dos topónimos ligados ao cinema português.

Gérard Maria José Leveque de Castello-Lopes (França – Vichy/06.08.1925 — 12.02.2011/Paris-França) foi um português que desenvolveu uma carreira no cinema como distribuidor, crítico e assistente de realização, assim como fotógrafo.

Filho de José Castello-Lopes, dos Filmes Castello-Lopes, e da pianista Marie-Antoinette Lévéque, foi herdeiro e gerente da distribuidora Castello-Lopes. Na década de sessenta foi assistente de realização de Artur Ramos, no filme Os Pássaros de Asas Cortadas (1962) – onde também interpretou o médico Manuel -, tal como o será mais tarde na curta-metragem Nacionalidade: Português (1970), sobre a emigração portuguesa em França, realizada por Fernando Lopes, a partir de texto de Nuno de Bragança, que era também o produtor. Também fez a voz-off da curta A Aventura Calculada (1970) de Fernando Lopes. Exerceu como crítico de cinema  na revista O Tempo e o Modo, de 1964 a 1966, bem como nos jornais A Tarde e o Semanário, entre 1982 e 1984. Esteve entre os fundadores da cooperativa Centro Português de Cinema nos final dos anos 60, foi presidente do júri do Instituto Português de Cinema (1991 a 1993) e integrou o Conselho Consultivo da Culturgest.

Antes do cinema fizera-se fotógrafo pelo desejo de registar o que via quando mergulhava. Começou de forma autodidata, a partir de 1956, através de revistas e livros estrangeiros da especialidade e seguindo os ensinamentos de Henri Cartier-Bresson como mestre e paradigma. Fotografou os modos de viver da Lisboa do Estado Novo para testemunhar a realidade que o rodeava. Realizou dezenas de exposições individuais e coletivas, antes e depois do 25 de Abril de 1974, em Portugal e no estrangeiro mas foi a sua mostra retrospetiva de 1956 a 1982, na Galeria Ether- Vale Tudo Menos Tirar Olhos, no nº 25 da Rua Rodrigo da Fonseca da Lisboa de 1982, que relançou a sua obra para o reconhecimento público. A partir desta passou a fotografar sobretudo objetos e composições mais abstractas, que vão surgir na retrospectiva Oui/Non de 2004, continuando a fotografar e a expor até 2008. Contudo, Gérard Castello-Lopes era muito exigente consigo declarando que «Nunca achei que era excepcional ou muito bom fotógrafo» e que Joshua Benoliel era «o único génio da fotografia portuguesa», mesmo que as suas fotografias estejam representadas no Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado e na The Berardo Collection.

Gérard Castello-Lopes, licenciado em Economia pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras foi ainda assistente de encenação de duas óperas produzidas pelo Grupo Experimental de Ópera de Câmara, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, já que ele próprio era um pianista talentoso e foi um dos fundadores do Hot Clube de Portugal, em Lisboa, em 1950, com Luiz Villas-Boas, os irmãos Ivo e Augusto Mayer, Helena Villas-Boas e os irmãos Sangareau.

Ao longo da sua vida, Gérard residiu em Lisboa, Cascais, Estrasburgo – quando integrou o Corpo Diplomático da Missão Permanente de Portugal junto do Conselho da Europa – Azóia e Paris, onde fixou residência. Casou com Danièle de quem teve uma filha (1972) e um filho (1982) e foi vítima de  Alzheimer.

O cineasta Fernando Lopes, que afirmou inspirar-se no estilo da fotografia de Gérard para realizar o seu filme Belarmino (1964), rodou em 1997 o seu retrato através do documentário  – Olhar / Ver – Gérard Fotógrafo, com direção de produção de Manuel Costa e Silva, assim como seis meses após a sua morte Jorge Calado concretizou a mostra Aparições (2011) e, em 2012, no Consulado de Portugal em Paris foi organizada uma exposição de homenagem só com fotografias dos anos 50 e de Portugal.

A Rua do Arquitecto-chefe da Exposição do Mundo Português e d’ A Canção de Lisboa, Cottinelli Telmo

Freguesia dos Olivais
(Foto: Google Maps editada pelo NT do DPC)

O Arquiteto-Chefe da Exposição do Mundo Português de 1940 e também realizador do filme A Canção de Lisboa tem o seu nome perpetuado desde o ano de 1971 numa Praça dos Olivais.

Os impasses A1 e A1 – 1 do Plano de Urbanização da Quinta do Morgado passaram a constituir um único arruamento com a denominação de Praça Cottinelli Telmo, pelo Edital municipal de 14 de agosto de 1971, a cerca de um mês de se completarem 23 anos do falecimento deste arquiteto-cineasta. Refira-se ainda que 5 meses antes, o Edital municipal de 15 de março de 1971 colocara em praças próximas os nomes dos também  arquitetos Carlos Ramos e Faria da Costa.

Cottinelli Telmo ficou conhecido por ser o realizador de A Canção de Lisboa, rodada em 1933 nos estúdios da Tóbis Portuguesa, na Quinta das Conchas, no Lumiar, contando com um elenco composto por Beatriz Costa, António Silva,  Manoel de Oliveira (o cineasta), Teresa Gomes ou Vasco Santana.  Este filme estreou no Teatro São Luiz, no dia 7 de novembro de 1933  e tornou-se um modelo para o humor do cinema português das décadas de 30 e 40 do século XX. Diga-se que ainda no decorrer do seu curso de arquitetura, já Cottinelli Telmo havia colaborado  com a Lusitânia-Film, em 1918, na produção dos filmes Malmequer e Mal de Espanha, ambos de Leitão de Barros, e mais tarde, em 1932, em parceria com A.P. Richard, construiu o estúdio da Tóbis Portuguesa.

Animatógrafo, 8 de maio de 1933

O homenageado nesta Praça dos Olivais, de seu nome completo José Ângelo Cottinelli Telmo (Lisboa/13.11.1897 – 18.09.1948/Cascais), formado em Arquitetura pela Escola de Belas Artes de Lisboa no ano de 1920, assinou entre outras obras, o Pavilhão de Honra da Exposição do Rio de Janeiro (com Carlos Ramos e Luís da Cunha em 1922) e o Pavilhão Português da Exposição de Sevilha (1929), a Estação Fluvial do Sul e Sueste (1929-1931), a Standard Eléctrica (1945-1948), o Liceu D. João de Castro (1939), o projeto de construção do Jazigo Roque Gameiro no Cemitério dos Prazeres (1936) e, em 1940, foi o Arquiteto-chefe da Exposição do Mundo Português, tendo delineado o plano da Praça do Império, a sua Fonte Monumental, o Monumento dos Descobrimentos e a Porta da Fundação.

Cottinelli Telmo trabalhara para os Caminhos-de-Ferro (entre 1923 e 1943) e por isso, fora da cidade de Lisboa, foi o responsável pelos edifício de passageiros de Tomar (1932-34) e do Carregado (1933), da Colónia de Férias da CP na Praia das Maçãs (1943) e do Sanatório Ferroviário das Penhas da Saúde (1945). Por solicitação do  ministro Duarte Pacheco, integrou a Comissão das Construções Prisionais e foi assim autor das Cadeias de Alijó, Castelo Branco e Alcoentre (1937-1944), para além de outras obras como o Liceu de Lamego (1931), a Cidade Universitária de Coimbra (1943-1948) e o Plano de urbanização de Fátima. Ainda nesta área  refira-se que dirigiu a revista Arquitectos, no período de 1938 a 1942, e mais tarde, presidiu  ao Sindicato dos Arquitetos (1945-1948), onde foi responsável pela organização do I Congresso da classe, no ano de 1947.

Embora menos conhecido por essas facetas, Cottinelli Telmo foi também bailarino, autor de banda desenhada  – foi o criador do Pirilau, um dos primeiros heróis infantis portugueses, publicado no ABC – , fotógrafo (em campanhas pelo país com Mário Novais) e ainda, ilustrador em jornais e revistas nacionais.

A título póstumo, Cottineli Telmo foi agraciado em 1961 com a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa e o seu nome integra também a toponímia dos concelhos do Amadora, Cascais (Parede), Seixal (Fernão Ferro) e Sintra (Mem Martins).

Freguesia dos Olivais
(Planta: Sérgio Dias| NT do DPC)

A Rua Manuel Costa e Silva do Cinema Documental

Freguesia do Lumiar
(Foto: Google Maps editada pelo NT do DPC)

O criador dos Encontros Internacionais do Cinema Documental, o cineasta Manuel Costa e Silva, está desde o ano 2000 como topónimo da  Rua C da Urbanização do Parque das Conchas, a unir a Rua António Lopes Ribeiro à Rua Manuel Guimarães, duas artérias também com topónimos de realizadores de cinema, na mesma freguesia da cidade que viu nascer a Tobis Portuguesa.

Foi pelo Edital municipal de 31 de maio de 2000 que este realizador lisboeta, cuja história de vida é também o percurso do cinema português na 2ª metade do séc. XX, ficou consagrado na Freguesia do Lumiar.

Manuel Fernando da Costa e Silva (Lisboa/19.03.1938 – 26.01.1999/Lisboa) começou a mostrar-se como realizador no ano de 1969, com o documentário A Grande Roda – com argumento de Alexandre O’Neill– a que seguiu a rodagem em Trás-os-Montes, em 1973, do documentário Festa, Trabalho e Pão em Grijó de Parada; a curta-metragem Madanela, filmada na aldeia da Venda (entre Mosaraz e Mourão), que foi exibida na RTP2 nesse mesmo ano de 1978; a longa-metragem de ficção A Moura Encantada (estreada em 1985) e a sua última película, a curta A Primeira Vez (1999). Para além dos inúmeros documentários que realizou foi também um dos cineastas que participou no documentário coletivo de abril de 1974, intitulado As Armas e o Povo, como Alberto Seixas Santos, António da Cunha Telles, António Escudeiro, António de Macedo, António Pedro Vasconcelos, Artur Semedo, Eduardo Geada, Fernando Lopes, Fernando Matos Silva, Glauber Rocha, João Matos Silva, José Fonseca e Costa, José de Sá Caetano, Luís Galvão Teles e Ricardo Costa.

Em 1990, criou os Encontros Internacionais do Cinema Documental, com sede no Centro Cultural da Malaposta, iniciativa que dirigiu durante 9 anos, um trabalho notável na divulgação do cinema, e do documentarismo em particular, que marcou indiscutivelmente a cultura cinematográfica portuguesa.

Em 1957, após concluir o ensino secundário, Manuel Fernando abalou para a Áustria, onde frequentou um curso de engenharia mecânica na Universidade de Graz. Dois anos depois, mudou-se para Paris, para ser aluno na escola oficial de cinema, o IDHEC – Institut des Hautes Études Cinématographiques, com uma bolsa do Fundo de Cinema português, onde em 1961 ficou cineasta diplomado.

Costa e Silva começou a trabalhar em cinema como operador de imagem: em La Pyramide Humaine (1960) de Jean Rouch, em O Milionário (1962) de Perdigão Queiroga ou em Belarmino de Fernando Lopes (1964), assim como em vários trabalhos de reportagem. Continuou como assistente de imagem tendo desempenhado essa função logo em 1963 e 1964, em três filmes de Jorn Donner, na Suécia. De volta a Portugal, trabalhou na Tobis Portuguesa, na Média Filmes, na Unifilme e na cooperativa Centro Português de Cinema, tendo sido um dos fundadores quer na segunda quer na quarta mencionadas.

Desenvolveu a sua carreira também como assistente de produção, assistente de realização, diretor de produção e produtor executivo. Destaque-se que foi o diretor de fotografia de Coimbra, Uma Universidade – a sua primeira vez, em 1961-, de  Uma Abelha na Chuva (1971) – no mesmo ano em que ficou correspondente da CBS- ou de Crónica dos Bons Malandros (1984) e do documentário Olhar / Ver – Gérard Fotógrafo (1998), películas de Fernando Lopes, assim como de O Mal-Amado (1972) de Fernando Matos Silva, Sofia ou a Educação Sexual (1974) e Saudades para Dona Genciana (1985) de Eduardo Geada, do documentário Almada, Um Nome de Guerra (1977) de Ernesto de Sousa, do Amor de Perdição (1979) de Manoel de Oliveira, de  Repórter X (1986) de José Nascimento, tendo também trabalhado com os realizadores Alfredo Tropa, Ana Luísa Guimarães, António de Macedo, António Pedro Vasconcelos, Artur Semedo, Claude Miller, Cristina Hauser, Faria de Almeida, Ginette Lavigne, Isabel Calpe, João César Monteiro, Jorge Paixão da Costa, Jorge Queiroga, Lauro António, Luís Galvão Teles, Luís Vidal Lopes, Manuel Carvalheiro, Margarida Gil e Monique Rutler. Saliente-se que foi ainda  produtor executivo de séries de TV estrangeiras como Love Boat (1985) ou Le Retour d’Arséne Lupin (1989), tendo nesta década criado a sua produtora: A Quimera de Ouro.

Manuel Costa e Silva também somou à sua história de vida a escrita de artigos  para revistas especializadas como FilmeCelulóide ou Plano e para a revista sueca Chaplin, entre 1962 e 1965. A visita a estúdios e laboratórios nos E.U.A., em 1967, para estudar técnicas de cinema, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Ter dirigido, de 1969 a 1974, a Secção de Cinema e os Serviços de Produção do ITE – Instituto de Tecnologia Educativa. Ter sido membro da direção do Festival Internacional de Cinema de Tróia, em 1985 e 1986, bem como professor na Escola de Cinema do Conservatório Nacional e na Escola Superior de Teatro e Cinema. Ser autor de livros sobre cinema como o Guia Profissional Cinema Televisão Video (1989) ou Do Animatógrafo Lusitano ao Cinema Português (1996).

Costa e Silva teve um livro-homenagem editado por Nelson de Matos, intitulado Os Meus Amigos (1983), assim como está também presente na toponímia do concelho da Amadora.

Freguesia do Lumiar
(Planta: Sérgio Dias| NT do DPC)

O arqueólogo vimaranense da Citânia de Briteiros, Martins Sarmento, numa Rua da Penha de França

Freguesia da Penha de França
(Foto: Google Maps editada pelo NT do DPC)

O  arqueólogo Martins Sarmento, o investigador da Citânia de Briteiros no último quartel do séc. XIX – a principal referência da cultura castreja em Portugal que foi referência internacional – e pioneiro da fotografia científica, dá nome a uma artéria da Penha de França, entre a Rua Mestre António Martins e a Travessa do Calado, desde 1933.

Foi pelo  Edital municipal de 18 de julho de 1933 que foi atribuída a Rua Martins Sarmento, na Rua nº 5 do Olival do Monte Alperche à Penha de França, tendo na Rua nº 4 ficado outro arqueólogo na Rua Estácio da Veiga e nas Ruas nº 3 e nº 6 as dos geólogos:  Rua Carlos Ribeiro e Rua Néry Delgado. Neste bairro foram então também estabelecidos os seguintes topónimos: Rua Conde de Monsaraz (Rua nº 1), Rua Cesário Verde (Rua nº 2), Rua Visconde de Juromenha (Rua nº 7) e Rua Padre Sena de Freitas (Rua nº 8).

O Occidente, 30 de agosto de 1899

Francisco Martins de Gouveia de Morais Sarmento (Guimarães/09.03.1833 – 09.08.1899/Guimarães), bacharel em  Direito por  Coimbra, foi sobretudo um homem de sólida cultura que se notabilizou como  arqueólogo pela descoberta  e metódica investigação de 1874 a 1879 da Citânia de Briteiros, sítio arqueológico da Idade do Ferro próximo de Guimarães e junto ao solar paterno, a Casa da Ponte. Martins Sarmento trabalhou também no Castro do  Sabroso a partir de 1877, assim como em inúmeros sítios arqueológicos do Noroeste de Portugal. Destaquem-se as sua obras Ora marítima [de] R. Festus Avienus : estudo deste poema na parte respectiva à Galiza e Portugal (1880), Os Lusitanos (1880), Os argonautas : subsídios para a antiga historia do ocidente (1887), Lusitanos, Lígures e Celtas (1893).

Nascido numa família abastada, filho de Francisco Joaquim de Gouveia de Morais Sarmento e de Joaquina Cândida de Araújo Martins da Costa, conseguiu promover reuniões em Guimarães, como a célebre Conferência da Citânia, em 1877, assim como acolher o grupo de congressistas europeus que em 1880 se deslocou ao então remoto Vale do Ave para visitar a Citânia de Briteiros.

Foi igualmente importante ter-se dedicado à fotografia a partir de 1868, o que junto com a arqueologia o revelou como pioneiro da fotografia de carácter científico, tendo deixado centenas de negativos em vidro, na sua maior parte de temática arqueológica. Escreveu também sobre esta área entre 1868 e 1876, escritos que foram publicados em 2012 sob o título de Cadernos de Fotografia de Martins Sarmento.

Em 1882, um grupo de vimaranenses fundou em Guimarães,  a Sociedade Martins Sarmento, em cujo museu – criado em 1885  – se conservam uma grande parte dos objectos arqueológicos por si encontrados e à qual o arqueólogo legou inúmeros bens em testamento.

Martins Sarmento também se dedicou à poesia ultra-romântica, com títulos como Poesias (1855), para além de colaborar em revistas e jornais científicos como as revistas Renascença e O Pantheon ou o semanário Branco e Negro.

Martins Sarmento foi casado com Maria de Freitas Aguiar e condecorado pelo Governo francês com a Legião de Honra, assim como está homenageado com o seu nome numa Escola Secundária de Guimarães, bem como surge como Martins Sarmento  na toponímia de Oliveira do Castelo (Guimarães), Ronfe (Guimarães), Serzedelo (Guimarães), Braga, Porto, São Martinho (Trofa), Valongo, Amadora e Fernão Ferro,  tal como enquanto  Francisco Martins Sarmento está nos topónimos das  Caldas das Taipas (Guimarães), Salvador de Briteiros (Guimarães), Póvoa de Varzim e Agualva-Cacém.

Freguesia da Penha de França
(Planta: Sérgio Dias| NT do DPC)

 

O Largo do autor de dramas de crítica social e de costumes Vitoriano Braga

Freguesia de Marvila
(Foto: Sérgio Dias| NT do DPC)

Vitoriano Braga, autor de dramas de crítica social e de costumes no período da I República até à institucionalização da Censura , ficou perpetuado num Largo do Bairro dos Autores Teatrais, em Marvila, cinquenta e cinco após o seu falecimento aos 51 anos de idade.

A partir de um pedido dos CTT para que fossem atribuídos topónimos aos arruamentos da área envolvente da Azinhaga do Vale Fundão, foram dados por Edital municipal de 20 de março de 1995, os nomes de vários autores teatrais: Álvaro de AndradeBento Mântua, Ernesto Rodrigues, Lino Ferreira, Sousa Bastos, Xavier de Magalhães e Vitoriano Braga que ficou no Largo constituído pela Rua do Bairro do Alfenim que partindo da Rua Sousa Bastos dá acesso aos lotes 8, 9, 14 e 15.

Alma Nova, novembro de 1927

Vitoriano de Sousa Feio Peixoto Braga (Lisboa/11.06. 1888 – 30.01.1940/Lisboa), foi um funcionário da Companhia dos Caminhos-de-Ferro Portugueses que em paralelo se notabilizou como um autor teatral, a partir de 1908, muito conhecido pelos seus dramas teatrais que incidiam sobre a crítica social e de costumes, como A Casaca Encarnada, peça em 3 atos, representada pela primeira vez no Teatro Politeama em março de 1922, com cartaz de Almada Negreiros, protagonizada por Erico Braga e Lucília Simões, depois publicada pela Portugália em 1923. Também tiveram grande êxito as suas peças A Bi em parceria com Vasconcelos Sá (1911), Octávio (1916) pelo  escândalo que provocou ao abordar o casamento de conveniência e a homossexualidade latente e que Fernando Pessoa elogiou e até o motivou a escrever o ensaio Sobre o Drama ou O Salon de Madame Xavier (1918), Inimigos (1926), para além de ter publicado as comédias Extremo Recurso (1917), Conselho da Noite (1922), Entre as 5 e as 6 (1927) e  Lua de Mel (1928).

Luiz Francisco Rebello considerou que ele ocupou um lugar no teatro português, entre a implantação da República e a ditadura instaurada em 1926, em que exprimiu a crise económica, social e moral dos anos da guerra e do pós guerra. Depois da institucionalização da censura Vitoriano Braga abandonou a produção teatral.

Vitoriano Braga também colaborou na revista De Teatro como crítico e exerceu, interinamente, o cargo de comissário do governo junto do Teatro Nacional de Almeida Garrett, depois denominado D. Maria II, traduziu O Pequeno Eyolf de Ibsen que subiu à cena no Teatro São Carlos em 1923 e foi agraciado com o oficialato da Ordem de Santiago e Espada.

Paralelamente e de acordo com um estudo de Filomena Serra, Vitoriano Braga foi também um fotógrafo amador que retratou as principais figuras do Grupo de Orpheu –  Fernando Pessoa, Almada Negreiros (inclusive nus), Guilherme de Santa-Rita e José Pacheco – no  princípio do século XX, de quem era aliás, amigo, para além de retratos de Guerra Junqueiro, Rui Coelho ou Henrique Gonçalo de Mello Breyner. Utilizava o estúdio fotográfico de Pedro Lima,  na Avenida da Liberdade.

Na sua vida pessoal, Vitoriano Braga foi casado com Maria Isabel de Sousa Martins (sobrinha do Doutor Sousa Martins), assim como ginasta e jogador de futebol amador.

Freguesia de Marvila
(Planta: Sérgio Dias| NT do DPC)

#EuropeForCulture

Sete novos topónimos na freguesia do Lumiar

Pelo Edital nº 38/2017, de 17/03/2017,  foram atribuídos sete novos topónimos na freguesia do Lumiar:  Largo Gérard Castello-Lopes, Rua Irisalva Moita, Rua Isabel Magalhães Colaço, Rua Joaquim Rodrigo, Largo Michel’Angelo Lambertini, Rua Padre Manuel Antunes e Rua Pedro Bandeira Freire.

A Rua do professor de História de Arte Mário Chicó

Freguesia do Lumiar (Foto: Sérgio Dias)

Freguesia do Lumiar
(Foto: Sérgio Dias)

A Rua Prof. Mário Chicó, artéria com a legenda «Historiador de Arte/1905 – 1966» perpetua a memória do docente universitário que foi o mestre de várias gerações de historiadores de arte da Universidade de Lisboa  e que pelo Edital municipal de 27/02/1978 deu o seu nome à Rua 4 da Zona de Telheiras.

Pelo mesmo edital e na mesma zona foram também atribuídos mais 13 topónimos de professores universitários o que tornou Telheiras «O Bairro dos Professores». Os escolhidos foram os historiadores Damião Peres, João Barreira, Luís Reis Santos, Queiroz Veloso e Virgínia Rau, bem como o historiador de Literatura Portuguesa Hernâni Cidade, os filósofos Delfim Santos e Vieira de Almeida, os médico Fernando da Fonseca, Henrique Vilhena, Mark Athias e Pulido Valente  e ainda, o matemático Bento de Jesus Caraça.

Nascido Mário de Sousa Tavares (Beja/18.05.1905 – 11.08.1966/Lisboa) mas que a partir da maioridade assumiu o nome de Mário Tavares Chicó, começou a partir de 1945 a reger as cadeiras de Estética,  História da Arte Geral e História da Arte Portuguesa e Ultramarina na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, com inúmeras aulas práticas em monumentos e museus. Chicó tornou-se ainda figura destacada da História de Arte e Museologia portuguesas, já que organizou o Museu da Cidade de Lisboa em 1941 através de um programa de adaptação do Palácio da Mitra a Museu da Cidade de Lisboa e da escolha das coleções a expor, tal como nessa mesma década reformulou o Museu Regional de Évora. Da sua obra publicada destacam-se Arquitectura Gótica em Portugal (1954), bem como  Arquitectura da Idade Média em Portugal. Dois Estudos acerca do Mosteiro da Batalha (1944), A Catedral de Évora na Idade Média (1946), A ‘Cidade Ideal’ do Renascimento e as Cidades Portuguesas da Índia (1956), Algumas Observações acerca da Arquitectura da Companhia de Jesus no Distrito de Goa» (1956).

Para além de Historiador de Arte, Mário Chicó também se dedicou à fotografia, sobretudo como documentação, garantindo-lhe assim um papel preponderante como instrumento de trabalho vital em património, até nas parcerias que estabeleceu para o efeito com Mário Novaes.

Freguesia do Lumiar (Planta: Sérgio Dias)

Freguesia do Lumiar
(Planta: Sérgio Dias)

A Praça do arquiteto cineasta

Atlântida, N.º 32, s/d, 1918

Atlântida, N.º 32, 1918

O Arquitecto-chefe da Exposição do Mundo Português e realizador do filme A Canção de Lisboa tem o seu nome perpetuado numa Praça dos Olivais desde o ano de 1971.

Os impasses A1 e A1 – 1 do Plano de Urbanização da Quinta do Morgado passaram a constituir um único arruamento com a denominação de Praça Cottinelli Telmo, pelo edital municipal de 14 de agosto de 1971. Refira-se ainda que 5 meses antes o edital de 15 de março de 1971 colocara em praças próximas os nomes dos arquitetos Carlos Ramos e Faria da Costa.

O homenageado, de seu nome completo José Ângelo Cottinelli Telmo (Lisboa/13.11.1897 – 18.09.1948/Cascais), formado em Arquitectura pela Escola de Belas Artes de Lisboa no ano de 1920, assinou entre outras obras, o Pavilhão de Honra da Exposição do Rio de Janeiro (com Carlos Ramos e Luís da Cunha em 1922) e o Pavilhão português da Exposição de Sevilha (1929), foi o autor da Estação Fluvial do Sul e Sueste (1929-1931), da Standard Eléctrica (1945-1948), do Liceu D. João de Castro, do projeto de construção do Jazigo Roque Gameiro no Cemitério dos Prazeres (1936) e, em 1940, foi o Arquitecto-chefe da Exposição do Mundo Português, tendo delineado o plano da Praça do Império, a sua Fonte Monumental, o Monumento dos Descobrimentos e a Porta da Fundação.

Cottinelli Telmo trabalhara para os Caminhos-de-Ferro (entre 1923 e 1943) e por isso também fora de Lisboa foi o responsável pelos edifício de passageiros de Tomar (1932-34) e do Carregado (1933), da Colónia de Férias da CP na Praia das Maçãs (1943) e do Sanatório Ferroviário das Penhas da Saúde (1945). Por solicitação do  ministro Duarte Pacheco integrou a Comissão das Construções Prisionais, e foi autor das cadeias de Alijó, Castelo Branco e Alcoentre (1937-1944), para além de outras obras como o liceu de Lamego (1931), a cidade universitária de Coimbra (1943-1948) e o Plano de urbanização de Fátima. Ainda nesta área  refira-se que dirigiu a revista Arquitectos, no período de 1938 a 1942, e presidiu depois ao Sindicato dos Arquitectos (1945-1948), onde foi responsável pela organização do I Congresso da classe em 1947.

Cottinelli Telmo ficou também conhecido por ser o realizador de A Canção de Lisboa, rodada em 1933 nos estúdios da Tóbis, no Lumiar, e contando com  Manoel de Oliveira (o cineasta), Vasco Santana, António Silva, Beatriz Costa ou Teresa Gomes como atores. Este filme estreou no dia 7 de novembro de 1933 no Teatro São Luís e tornou-se um modelo do humor cinematográfico português das décadas de 30 e 40 do século XX, para além de ter sido o primeiro filme sonoro inteiramente produzido em Portugal, nos laboratórios da Lisboa Filme e com o equipamento da Tóbis.

Acresce que ainda no decorrer do seu curso de arquitetura, já Cottinelli Telmo havia colaborado  com a Lusitânia-Film, em 1918, na produção dos filmes Malmequer e Mal de Espanha, ambos de Leitão de Barros, e mais tarde, em 1932, em parceria com A.P. Richard, construiu o estúdio da Tóbis em Lisboa.

Embora menos conhecido por essas facetas Cottinelli Telmo foi ainda bailarino, autor de banda desenhada publicada no ABC (foi o criador do Pirilau, um dos primeiros heróis infantis portugueses), fotógrafo (em campanhas pelo país com Mário Novais) e ilustrador em jornais e revistas nacionais.

A título póstumo, Cottineli Telmo foi agraciado em 1961 com a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa.

Freguesia dos Olivais (Foto: Sérgio Dias)

Freguesia dos Olivais
(Foto: Sérgio Dias)

Freguesia dos Olivais

Freguesia dos Olivais

Stuart do Quim e Manecas numa rua do Arco do Cego

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Stuart Carvalhais, o autor de Quim e Manecas (1915-1953), a primeira e mais longa série  de banda desenhada portuguesa e, inconfundível ilustrador a tinta-da-china do quotidiano lisboeta, deu o seu nome à Rua E do Bairro Social do Arco do Cego, pelo Edital 31/03/1970, que também atribuiu em artérias próximas os nomes do jornalista José Sarmento e de Esculápio.

José Herculano Stuart Torrie de Almeida Carvalhais (Vila Real/07.03.1888 – 02.03.1961/Lisboa) destacou-se como desenhador e caricaturista mas foi um artista multifacetado sendo também pintor, repórter fotográfico, decorador e cenógrafo. Filho de mãe inglesa e, pai português de abastadas famílias rurais do Douro, passou parte da infância em Espanha e voltou a Portugal em 1891, tendo frequentado o Real Instituto de Lisboa (1901-1903) e trabalhado como pintor de azulejos no atelier de Jorge Colaço (1905).

Ilustração humorística de Stuart Carvalhais

Ilustração humorística de Stuart Carvalhais

Stuart começa a trabalhar em jornais como repórter fotográfico e, em 1906, publica pela primeira vez os seus desenhos no jornal O Século. Em 1911 é já um dos responsáveis pela revista humorística A Sátira e colabora na fundação da Sociedade de Humoristas Portugueses, a que presidirá Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro, filho de Rafael Bordalo Pinheiro, para além de participar na I e II Exposição de Humoristas Portugueses (1912 e 1913) e, mais tarde na Exposição dos Humoristas Portugueses e Espanhóis (1920). Na passagem de um ano para o outro está alguns meses em Paris, trabalhando como ilustrador no jornal Gil Blas e no regresso a Lisboa casa com a varina Fausta Moreira, com quem tem o seu único filho, Raul Carvalhais. Em 1914, e apesar de ser republicano, Stuart colabora no jornal satírico monárquico Papagaio Real, sob a direção artística de Almada Negreiros. No ano seguinte publica no suplemento humorístico do jornal O Século a sua banda desenhada pioneira em Portugal, inicialmente intitulada Quim e Manecas (1915-1953), a mais longa série  de banda desenhada portuguesa e que dará origem ao primeiro filme cómico português, hoje desaparecido, onde o próprio Stuart fez o argumento e desempenhou o papel de pai do Manecas, realizado por Ernesto de Albuquerque e que estreou em Lisboa no Cinema Colossal, na Rua da Palma.

Nos anos vinte Stuart acumula sucessos ao dirigir a revista ABC a Rir e a publicar na Ilustração – em cuja fundação também participa -, no Diário de Lisboa, no Diário de Notícias, O Domingo Ilustrado, A Corja, O Espectro, no semanário humorístico Sempre Fixe, ABCzinho, o Batalha e A Choldra. O seu trabalho reparte-se ainda por postais ilustrados para a exposição dos Mercados de 1925, ementas para o Bristol Clube,  uma pintura para a decoração do café A Brasileira, no Chiado  e,  a criação da publicidade da editora musical Sasseti, sendo o artista com mais capas de livros e de pautas de música, um trabalho gráfico em que associa o desenho aos tipos de letra a usar e assim ganhou dois prémios em concursos internacionais, em Itália e Espanha.

Encontramos ainda a assinatura a tinta-da-china de Stuart Carvalhais em diversos jornais e revistas, como a Gazeta dos Caminhos de Ferro e a Contemporânea. Em 1932 realiza a sua única exposição individual, na Casa da  Imprensa e, integra mostras coletivas de Artes Plásticas, mas será sempre uma figura isolada da 1ª geração de modernistas portugueses, não seguindo Almada ou Santa-Rita Pintor mas antes afirmando-se como um cronista perspicaz herdeiro da caricatura de Bordalo, deambulando pelas zonas de bas-fond lisboeta. Em 1948 recebe o prémio Domingos Sequeira na Exposição do SNI – Secretariado Nacional da Informação.

Para o teatro, Stuart trabalha como cenógrafo e figurinista do Teatro Nacional e do Politeama para além de ter experimentado a realização em cinema com Mário Huguin, para O Condenado, desdobrando-se ainda como ator.

Freguesia do Areeiro

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