A Travessa do Calado que liga a Calçada do Poço dos Mouros à Rua Dr. Lacerda e Almeida guarda a memória da Quinta do Calado que neste local existiu.
Nos séculos XVII e XVIII a Penha de França ainda era um arrabalde de Lisboa, uma zona eminentemente rural com algumas quintas de veraneio. Em 1807, na planta de Duarte José Fava já surge a Quinta do Calado no sítio onde hoje existe a travessa do mesmo nome. Depois, a Travessa do Calado passa a surgir em todas as plantas do local como no Atlas da Carta Topográfica de Lisboa de Filipe Folque (1858), no levantamento topográfico de Francisco e César Goullard (1878) e, na planta de Silva Pinto e Sá Correia de 1909 tanto é mencionada a Travessa do Calado como a Quinta do Calado.
O olisipógrafo Norberto de Araújo ao abordar a Travessa do Calado nas suas Peregrinações em Lisboa (vol. VIII), debruça-se antes sobre os vários edifícios que no final da década de trinta do séc. XX ainda existiam nesta artéria como a casa de Pêro de Alenquer (demolida quando se construiu a Piscina da Penha de França), o Palácio da Machada (desaparecido com a abertura da Avenida General Roçadas) ou «esse prédio enorme, entre a Travessa do Calado e a Rua Cesário Verde, aberta há dois ou três anos; é de 1937, modernista e aerodinâmico.»
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