Inauguração do Largo da Fundação Champalimaud amanhã, dia 4

Freguesia de Belém                                                                          (Foto: Sérgio Dias| NT do DPC)

Amanhã, dia 4 de setembro, às 18 horas, será inaugurado na Freguesia de Belém o Largo da Fundação Champalimaud, junto à sede da instituição que assim terá o seu nome na sua morada.

António de Sommer Champalimaud (19.03.1918 – 08.05.2004) deixou em testamento um terço da sua fortuna,  para a criação da Fundação Champalimaud, com o nome de seus pais, D. Anna de Sommer Champalimaud e Dr. Carlos Montez Champalimaud, empenhada em estimular descobertas no campo da biomedicina que promovam a saúde e bem-estar da humanidade e assim intervindo na procura de soluções que aliviem o peso da doença, nomeadamente, nas áreas da oncologia, neurologia e da visão.

Freguesia de Belém
(Planta: Sérgio Dias| NT do DPC)

Valmor e Ventura Terra em Lisboa

Freguesias das Avenidas Novas e do Areeiro (Foto: Sérgio Dias)

Freguesias das Avenidas Novas e do Areeiro
(Foto: Sérgio Dias)

Valmor e Ventura Terra são nomes que se cruzam em Lisboa. Por um lado, porque o arqtº Miguel Ventura Terra recebeu 4 Prémios Valmor (nos anos de 1903, 1906, 1909 e 1911) e ainda uma menção honrosa no ano de 1913,  e por outro, porque a Casa dos Viscondes de Valmor, prédio de gaveto do  nº 38 da Avenida Ressano Garcia (hoje Avenida da República) com o  nº 22  da Rua Visconde Valmor (hoje Avenida Visconde Valmor) nasceu do traço de Ventura Terra.

Por Edital municipal de 11 de dezembro de 1902 a «nova via publica, entre a avenida Pinto Coelho e a rua nº 7» passou a ter o topónimo Rua Visconde de Valmor, tendo nascido do mesmo Edital a « Avenida Duque de Loulé, Avenida Marquez de Thomar,  Rua Conde de Redondo, Avenida Conde de Valbom, Rua Barbosa Bocage, Rua João Chrysostomo, Rua Gonçalves Crespo, Rua Luciano Cordeiro». Quase 23 anos anos, por Edital municipal de 8 de junho de 1925, passou à categoria de Avenida, como «as Ruas Antonio Serpa, Julio Diniz, Barbosa du Bucage, Elias Garcia, (…) e João Crisostomo.»

Visconde de Valmor num óelo de José Malhoa nos Paços do Concelho de Lisboa (Foto: Francisco Leite Pinto, anos 80 do séc. XX, Arquivo Municipal de Lisboa)

Visconde de Valmor num óleo de José Malhoa nos Paços do Concelho de Lisboa
(Foto: Francisco Leite Pinto, anos 80 do séc. XX, Arquivo Municipal de Lisboa)

Assim, a Rua Visconde de Valmor de 1902 que passou a Avenida Visconde Valmor em 1925, perpetua a memória de Fausto de Queirós Guedes (Peso da Régua/01.02.1837-24.12.1898/Paris), 2º  Visconde de Valmor (por herança de um tio paterno) e último, que foi um diplomata, par do reino e governador civil de Lisboa, membro do Partido Progressista, reconhecido conhecedor da arquitetura clássica e protetor dos artistas de tal forma que até instituiu um prémio anual para atribuir ao edifício de melhor nível artístico construído em Lisboa. Em testamento deixou à Academia das Belas-Artes a quantia de 100 contos de réis, valor muito considerável para a época, destinando metade  para a formação de um fundo, cujo rendimento anual seria o prémio a atribuir, em partes iguais, ao proprietário e ao arquiteto que tivessem construído o mais belo prédio de Lisboa, «com a condição, porém, que essa casa nova, ou restauração de edifício velho, tenha um estilo arquitectónico clássico, grego ou romano, romão gótico, ou da renascença ou algum tipo artístico português, enfim um estilo digno de uma cidade civilizada.»  Quatro anos depois, em sessão municipal de 23 de dezembro de 1902, foi criado o regulamento que legitimava a atribuição do Prémio Valmor, aprovado em 23 de janeiro de 1903, especificando que no 1º semestre de cada ano, um júri de três arquitetos, nomeados pela Câmara Municipal de Lisboa, pela Academia-Real de Belas Artes e pela Sociedade dos Arquitetos Portugueses, analisava os prédios construídos no ano anterior, escolhendo o melhor no âmbito das condições exigidas. O Visconde de Valmor foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa.

O Palacete Valmor ganhou o Prémio Valmor de 1906. Delineado por Ventura Terra em 1905,  por encomenda da Viscondessa de Valmor, D. Josefina Clarisse de Oliveira, foi construído por Joaquim Francisco Tojal (o construtor e dono da Vila Berta) no  nº 38 da Avenida da República (então Avenida Ressano Garcia), com esquina para o  nº 22  da Avenida Visconde Valmor (então Rua Visconde Valmor), destinado a ser um prédio de rendimento. Existia já um Palácio Valmor, no Campo dos Mártires da Pátria, edificado no séc. XVIII,  que se manteve como residência até ao início do séc. XX, altura em que acolheu a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e mais tarde, a partir de 1964, nele se fixou a Embaixada da República Federal Alemã e o Instituto Goethe.

Refira-se que o Mausoléu dos Viscondes de Valmor no Cemitério do Alto de São João, construído em 1900, comporta estátuas  alegóricas à gravura, à pintura, e à arquitectura.

Freguesias das Avenidas Novas e do Areeiro (Planta: Sérgio Dias)

Freguesias das Avenidas Novas e do Areeiro
(Planta: Sérgio Dias)