Topónimos de teatro no Chiado – Freguesia de Santa Maria Maior
(Planta: Sérgio Dias)
Na próxima 2ª feira comemora-se o Dia Mundial do Teatro e porque não aproveitar o fim de semana para passear pelas ruas de Lisboa que estão ligadas a essa arte?…
Vamos primeiro para o Chiado, para o núcleo mais antigo, onde encontramos o Largo de São Carlos fixado após 1793, a Rua Garrett (Edital de 14/06/1880) e a Travessa dos Teatros (Edital de 18/12/1893) que regista a proximidade ao Teatro de São Carlos e ao Teatro São Luiz. E recentemente, desde a publicação do Edital de 10/11/2016, que encontramos a abrir-se para a Rua Garrett o Largo de um outro dramaturgo, Luiz Francisco Rebello. Ainda no séc. XIX, foi colocada na freguesia de Alcântara a Rua Gil Vicente (Edital de 08/07/1892), dedicada ao pai do teatro português.
No período republicano, fixaram-se três atores da mesma família através da Rua João Anastácio Rosa (Edital de 18/11/1913) nas freguesias de Campo de Ourique e da Estrela, da Rua Augusto Rosa (17/03/1924) em Santa Maria Maior, e da Rua Actor João Rosa (27/01/1926) no Areeiro. Pelo Edital de 30 de maio de 1914, foi a vez do conhecido ator Santos Pitorra com a sua Rua José Carlos dos Santos, em Alvalade. Dez anos depois, o Edital de 17 de outubro, colocou junto ao Teatro Nacional D. Maria II, a Praça Dom João da Câmara, conhecido dramaturgo que mereceu a legenda «Figura Gloriosa do Teatro Português/1852 – 1908». Finalmente, em 18 de junho de 1926, um Edital municipal atribuiu em Benfica a Travessa Miguel Verdial , um ator que teve participação empenhada no 31 de janeiro de 1891.
Bairro dos Atores – Freguesias de Arroios e Areeiro
(Planta: Sérgio Dias)
Em 12 de março de 1932, começou-se a construir em termos toponímicos o que se veio a chamar Bairro dos Atores, com a Rua Actor Vale, Rua Ângela Pinto, Rua Eduardo Brazão, Rua Ferreira da Silva, Rua Joaquim Costa, Rua José Ricardo, Rua Lucinda Simões, Rua Rosa Damasceno, e a Avenida Rey Colaço que nunca chegou a ser executada. A 31 de março, somaram-se no local mais 5 topónimos: a Rua Actor Isidoro, a Rua Actriz Virgínia, a Rua Lucinda do Carmo, a Rua Actor Epifânio e a Rua Rui Chianca que também não chegou a ser aberta. Mais tarde, já pelo Edital de 21 de dezembro de 1960, numa rua antes particular ficou a Rua Actor António Cardoso. Ainda na década de trinta, por Edital de 17 de abril de 1934, ficou nas Avenidas Novas a Rua Chaby Pinheiro, um ator nascido em Lisboa.
Bairro dos Atores- Freguesia do Areeiro
(Planta: Sérgio Dias)
Nos anos sessenta, voltam a ingressar na toponímia da cidade nomes de teatro. Em 4 de março de 1961, foi a vez de ser atribuída junto à Avenida de Roma a Rua João Villaret. Em 10 de novembro de 1966, o Bairro do Charquinho, em Benfica acolheu a Rua Actriz Adelina Abranches e Rua Actriz Maria Matos, a que se juntou mais tarde, pelo Edital de 04/02/1993, a Rua Elvira Velez. Ainda em Benfica, no Bairro de Santa Cruz, foram colocados pelo Edital de 10 de abril de 1969 quatro atores: a Rua Actor Alves da Cunha, a Rua Actor Estêvão Amarante, a Rua Actor Nascimento Fernandes e a Rua Actor Vasco Santana, aos quais se juntou a Rua Actor Robles Monteiro, através do Edital de 09/02/1970.
Atrizes no Bairro do Charquinho- Freguesia de Benfica
(Planta: Sérgio Dias)
Na década de 70, logo pelo Edital de 10/11/1970, ficou perpetuada Palmira Bastos na freguesia de Marvila. No ano seguinte, nasceram a Rua Actor Epifânio no Lumiar e a Rua Actor Augusto de Melo no Beato, ambos pelo Edital de 26 de março de 1971. Ainda no Lumiar, juntou-se a 22 de junho de 1971 a Rua Actor António Silva e a 25 de outubro desse mesmo ano foi a vez da Rua Teresa Gomes, em São Domingos de Benfica, freguesia que também vai alojar no ano seguinte (Edital de 05/06/1972), numa Rua, o cenógrafo Augusto Pina.
Em 1978, foi a vez do Bairro das Pedralvas, em Benfica, acolher a Rua Augusto Costa (Costinha), a Rua Aura Abranches, a Rua Lucília Simões e a Rua Maria Lalande, através do Edital de 31 de janeiro. Neste núcleo acrescentou-se a Rua Amélia Rey Colaço , pelo Edital de 21/08/1990. Ainda através do Edital de 31 de janeiro de 1978 mas em Carnide, foi a vez de inscrever numa rua a declamadora e escritora Manuela Porto. Na Penha de França, pelo edital de 14 de maio de 1979, acomodou-se a Rua Emília Eduarda, uma atriz que foi também a primeira mulher portuguesa a escrever uma peça de revista.
Nos anos 80, Benfica recebeu a Rua Paulo Renato (Edital de 11/11/1983), Arroios a Rua Francisco Ribeiro (Ribeirinho) pelo Edital de 24 de abril de 1986 e as Avenidas Novas recolheram a Rua Ivone Silva e a Rua Laura Alves (ambas pelo Edital de 29/02/1988 ).
Na década de noventa, Helena Félix tomou lugar numa artéria de Alvalade através do Edital de 18/05/1992. Três anos depois, Carnide acolheu o fundador do Teatro de Carnide no Jardim Bento Martins (Edital de 17 de fevereiro de 1995), dois dramaturgos na Rua Prista Monteiro e Rua Virgílio Martinho (Edital de 30 de setembro de 1997) e ainda, dois atores – Rua Álvaro Benamor e Rua José Gamboa – pelo Edital de 20 de Setembro de 1999. Em 16 de janeiro de 1995 foi colocada a Rua Irene Isidro no Bairro do Caramão da Ajuda. Já a freguesia de Benfica ganhou a Rua Barroso Lopes, pelo Edital de 20 de março de 1995, a mesma data em que um outro Edital faz nascer o Bairro dos Autores Teatrais no Bairro do Alfenim, em Marvila, com o Largo Álvaro de Andrade, a Rua Bento Mântua, a Rua Ernesto Rodrigues, a Rua Lino Ferreira, a Rua Sousa Bastos, a Rua Vitoriano Braga e a Rua Xavier de Magalhães. Já desde o Edital de 31 de agosto de 1993 que na Freguesia de Marvila estava a Rua Félix Bermudes, escritor teatral, sobretudo de comédias. Ainda nos anos 90, no Bairro do Oriente – hoje parte integrante da freguesia do Parque das Nações-, com uma inauguração oficial no dia 7 de maio de 1999, fixaram-se atores com a Rua Carlos Daniel e a Rua Mário Viegas, um desenhador e cenógrafo com a Rua Fernando Bento, e dois nomes que musicaram revistas com a Rua Jaime Mendes e a Rua Carlos Paião, bem como a Rua Palhaço Luciano, representante da mais teatral arte circense.
Já no nosso século, a considerada mãe do teatro independente, Luzia Maria Martins, deu o seu nome a um Largo de São Domingos de Benfica, pelo Edital de 26 de junho de 2001. No final desse ano, pelo Edital de 26 de dezembro foi a vez de Carnide acolher a atriz Mariana Vilar numa Rua. E em 2003, através do Edital de 20 de novembro, o arruamento entre a Rua Ramalho Ortigão e Avenida Calouste Gulbenkian, em frente ao novo Teatro Aberto, passou a ser a Rua Armando Cortez.
Nomes de teatro na Ameixoeira – Freguesia de Santa Clara
(Planta: Sérgio Dias)
O último núcleo de topónimos de teatro a ser formado localiza-se na Ameixoeira, na Freguesia de Santa Clara. O Edital de 1 de fevereiro de 1993, colocou aqui a primeira atriz com a Rua Brunilde Júdice e a Rua Constança Capdeville , uma compositora precursora de obras para teatro musical em Portugal. Em 2004, juntaram-se no Vale da Ameixoeira, a Rua Fernanda Alves e a Rua Fernando Gusmão, através do Edital de 19 de abril, a que o Edital de 14 de julho veio adicionar a Rua Arnaldo Assis Pacheco, a Rua António Vilar, a Rua José Viana, a Rua Raul de Carvalho e a Rua Varela Silva. Finalmente, pelo Edital de 16 de setembro de 2009 foram ainda acrescentadas a Rua Artur Ramos e a Avenida Glicínia Quartin.
Nomes de teatro no Vale da Ameixoeira – Freguesia de Santa Clara
(Planta: Sérgio Dias)