A Rua da mulher de teatro Maria Matos

Maria Matos por Amarelhe

Maria Matos e Mendonça de Carvalho por Amarelhe

Maria Matos, grande senhora do teatro português, protagonista de comédias e autora de peças, passou a denominar a Rua F, à Quinta do Charquinho, 14 anos após o seu falecimento, em 1966.

E assim Maria Matos e Adelina Abranches ficaram na toponímia de Benfica, no Bairro do Charquinho, pelo Edital de 10 de novembro de 1966, a partir de uma sugestão inserida no jornal O Século, de 31/10/1962 .

No filme « Costa do Castelo» (194£)

Como Mafalda no filme « Costa do Castelo» (1943)

De seu nome completo Maria da Conceição de Matos Ferreira da Silva (Lisboa/29.09.1886-19.09.1952/Lisboa), desenvolveu uma notável carreira enquanto atriz, escritora dramática e professora.

Estudou  Piano, Canto e Arte Dramática no Real Conservatório de Lisboa, fazendo exame final com a peça Rosas de Todo Ano escrita para ela por Júlio Dantas e, concluiu o seu curso de teatro com o 1º Prémio da Arte de Representar, em 1907. Nesse mesmo ano estreou-se no palco do Teatro D. Maria II, na peça Judas e logo no ano seguinte tornou-se «societária» daquele palco com Eduardo Brazão, Ferreira da Silva e Adelina Abranches. Em 1912, mudou-se para a companhia de Lucinda Simões, no Teatro Ginásio e, para a comédia. Casou com o ator Francisco Mendonça de Carvalho em 1913, com quem fundou a empresa teatral Maria Matos – Mendonça de Carvalho, e com teve uma filha, Maria Helena Matos, que também viria a ser atriz e,  foi nessa companhia do casal que interpretou centenas de obras, especialmente do género farsa, e assim se tornou um verdadeiro ídolo das plateias onde estiveram sediados, primeiro no Teatro Ginásio e depois, no Avenida. Para além de digressões pelo país e Brasil, Maria Matos também subiu aos palcos alfacinhas do Teatro Apolo, Variedades, Politeama e Trindade.

Esta mulher do teatro também sentiu necessidade de ser ela a escrever as próprias peças a levar à cena como Escola de Mulheres (1937), Direitos de Coração (1937), A Tia Engrácia (1936), para além de ser autora de outra obra – Dizeres de Amor e Saudade (1935). Postumamente, foram ainda publicadas As Memórias da Actriz Maria Matos (1955).

Maria Matos, a partir de 1940 foi também professora do Conservatório Nacional de Lisboa nas cadeiras de Estética Teatral e de Arte de Dizer, até ao ano de 1945 em que se demitiu.

Maria Matos ficou também célebre no cinema, em filmes como O Costa do Castelo (1943), A Menina da Rádio e  Um Homem às Direitas (ambos em 1944) ou As Pupilas do Senhor Reitor (1935) , a Varanda dos Rouxinóis (1939) ou ainda, A Morgadinha dos Canaviais  e Heróis do Mar (ambos em 1949).

Foi ainda agraciada com um louvor publicado no Diário do Governo pelos serviços prestados ao Teatro (1915), o Hábito de Santiago da Espada (1934) e, em 22 de 0utubro de 1969, abriu em Lisboa o Teatro com o seu nome.

Freguesia de Benfica

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