Ruas com Igreja

Adro da Igreja na Freguesia de Benfica (Foto: Paulo Guedes, sem data, Arquivo Municipal de Lisboa)

Adro da Igreja na Freguesia de Benfica
(Foto: Paulo Guedes, sem data, Arquivo Municipal de Lisboa)

A Igreja, como referência geográfica facilmente identificável, existe em 9 topónimos lisboetas nos dias de hoje.

Em Benfica encontramos o Adro da Igreja, junto à Igreja de Nossa Senhora do Amparo, mais conhecida por Igreja de Benfica, cuja construção se iniciou em agosto de 1750, com projecto de mestre João Frederico Ludovice, arquiteto do Convento de Mafra, ficando apenas concluída em dezembro de 1809. Depois, em 1846, foi demolida a «igreja velha» para ampliação do cemitério do adro e em 1880 fez-se o levantamento das ossadas deste cemitério para o novo cemitério de Benfica, então dito dos Arneiros, ocasião em que todo o terreno do adro velho foi terraplanado, de modo a fazer parte do adro da igreja nova.

Existem ainda duas Travessas do Adro, uma na freguesia de Arroios que dá acesso ao adro da Igreja de Nossa Senhora da Pena – edificada nos inícios do séc. XVIII pelos moradores do local e pela Irmandade do Santíssimo Sacramento –  e que já  surge cartografada no Atlas da Carta Topográfica de Lisboa, de 1858, de Filipe Folque.

A outra Travessa dá acesso ao adro da Igreja Paroquial de Santa Maria dos Olivais, sendo do século XIV o primitivo templo do qual não restam hoje vestígios. Segundo a tradição oral a Igreja nasceu em resultado do aparecimento de uma imagem de Nossa Senhora na cavidade de um tronco de oliveira. Esta Travessa do Adro já aparece identificada no Planta Topográfica de Lisboa, de 1907, de Júlio da Silva Pinto e Alberto de Sá Correia.

Ainda na freguesia de Benfica existe um Largo da Igreja, fronteiro à Igreja Paroquial do Bairro da Boavista. Por decreto do Cardeal Patriarca de Lisboa foi criada canonicamente a Paróquia de São José do Bairro da Boavista, em funcionamento desde o dia 5 de outubro de 2003 e após a paróquia ter solicitado a atribuição do topónimo a Câmara acolheu a sugestão consagrando no Bairro da Boavista o Largo da Igreja, pelo Edital nº 77/2004 de 18 de novembro de 2004.

O Bairro de Caselas, nos anos 50 do séc. XX (Foto: Salvador de Almeida Fernandes, Arquivo Municipal de Lisboa)

O Bairro de Caselas, nos anos 50 do séc. XX
(Foto: Salvador de Almeida Fernandes, Arquivo Municipal de Lisboa)

Na freguesia de Belém encontramos a Rua da Igreja, no Bairro de Caselas, que une a Avenida das Descobertas à Rua Padre Reis Lima ( Capelão de Caselas desde 24/02/1950 até falecer em 1977), e recolhe o seu nome da proximidade à Igreja da Sagrada Família, começada a construir em 1947. O topónimo foi atribuído por Edital de 15/03/1950, substituindo a anterior denominação de Rua 15.

Já em Campolide regista-se a Rua da Igreja, no Bairro da Liberdade, com Edital de 31 de janeiro de 2001 e já por nós anteriormente referida. Acresce o Largo da Igreja, no Bairro da Calçada dos Mestres, localizado entre as Ruas 5 e 7, nome que lhe foi atribuído por Edital de 15/03/1950 e sendo o único arruamento do Bairro ao qual não foi atribuída uma denominação numérica. E ainda, no Bairro da Liberdade, soma-se a Rua da Capela, topónimo oficializado pela edilidade lisboeta em 12/04/1995 mas que de acordo com  testemunhos orais remontaria à década de trinta do séc. XX, tal como as Ruas próximas do Cotovelo,  de São Jacob e da Samaritana. A origem desta Rua da Capela radica na Capela-Escola que nesta artéria foi inaugurada em 27 de dezembro de 1931 pelo Reverendíssimo Arcebispo de Mitilene. Depois, a Capela passou a ser utilizada como creche e mais tarde como salão para crianças e posto médico, existindo hoje apenas a fachada.

Finalmente, passamos para a única Igreja perpetuada em Avenida – a Igreja de São João de Brito – que gerou a Avenida da Igreja, na freguesia de Alvalade, pelo Edital municipal de 19/07/1948, junto com mais 18 topónimos no Sítio de Alvalade. Até aí esta Avenida era o arruamento que dividia os grupos 1 e 2 do Sítio de Alvalade e que fará dela também a linha divisória entre as já extintas freguesias do Campo Grande e de São João de Brito (quando esta última freguesia for criada em 7 de fevereiro de 1959). A Igreja de S. João de Brito foi inaugurada em 2 de outubro de 1955, traçada  em 1951 pelo Arqº Vasco Morais Palmeira, e construída graças a fundos da venda da Igreja da Conceição Velha, de onde veio também parte do espólio para a nova igreja.

AAvenida da Igreja, entre 1952 a 1959 (Foto: António Passaporte, Arquivo Municipal de Lisboa)

A Avenida da Igreja, entre 1952 a 1959
(Foto: António Passaporte, Arquivo Municipal de Lisboa)