O Beco do Fala-Só passou a ser a Travessa do Fala Só por Edital do Governo Civil de Lisboa de 29 de novembro de 1877, por sugestão de diversos proprietários de prédios desse arruamento, considerando «que ultimamente ali foram realisados melhoramentos de que resultou ficar uma espaçosa via de comunicação».
O olisipógrafo Luís Pastor de Macedo considera que o topónimo «deve o seu nome, decerto, a algum morador que teria aquela alcunha» e aventa que antes de ter sido o Beco do Fala Só possa ter sido a «rua para cima da Glória». E tudo parece indicar que seja um topónimo oitocentista, uma vez que não surge no Sumário de 1551 de Cristóvão Rodrigues de Oliveira, nem na Memória Paroquial de São José de 1758, nem nas plantas da remodelação paroquial de 1770 onde a Rua das Taipas nasce na Calçada da Glória. Contudo, como regista o investigador olisiponense Gustavo de Matos Sequeira, o Beco surge em meados do séc. XIX. Em 1857, na cartografia de Filipe Folque encontramos o Beco do Fala-Só a unir a Calçada da Glória à Travessa de Santo António (da Glória), em paralelo e abaixo da então denominada Rua de São Sebastião das Taipas ( que desde o Edital municipal de 17/10/1924 é a Rua das Taipas), bem como em diversos documentos municipais a partir de 1883, nomeadamente, um requerimento dos moradores de 31 de janeiro de 1883, a solicitar o isolamento do terreno em plano inclinado que na travessa fazia recanto, por servir de latrina pública e outras ações consideradas menos decentes.
Pastor de Macedo ainda menciona que nesta artéria morou e faleceu a atriz Virgínia Farrusca – referida por Sousa Bastos na sua Carteira do Artista – , viúva do ator Eduardo Augusto Farrusca.
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