Altos e Cabeços de Lisboa

Freguesia de Arroios
(Foto: Mário Marzagão)

Já aqui abordámos os Altos das 7 colinas de Lisboa mas de toponomenclaturas de lugares mais elevados faltam os seus Cabeços, guardando a cidade ainda dois.

Do latim capitìum, que significa capuz, um cabeço é um  cume arredondado de um monte, um outeiro isolado ou um penedo.

Na freguesia de Arroios resiste um topónimo que guarda memória de um cabeço que como sítio se finou no séc. XIX: o Largo do Cabeço de Bola, na confluência da Rua da Escola do Exército e da Rua das Barracas. Foi o Edital camarário de 10 de junho de 1884 que integrou o antigo sítio do Cabeço de Bola na Rua da Escola do Exército. Curiosamente, apesar do local estar mais elevado que algumas artérias circundantes parece que o topónimo não deriva dessa circunstância. Segundo Luís Pastor de Macedo, era antes Cabeça de Bola, referindo-se à alcunha de Belchior de Oliveira que encontramos em 1644 como padrinho dum baptismo realizado na Igreja dos Anjos ou então Jerónimo de Oliveira, que tinha a mesma alcunha e em 1662 vivia na mesma freguesia dos Anjos, sendo certo que em 1724 já os registos paroquiais referem paroquianos como morador à Cabeça de Bola. Em 1858, Filipe Folque no seu Atlas da Carta Topográfica de Lisboa, com o nome de Cabeço da Bola, assinala nesta zona a existência do Largo, mas também de uma Azinhaga ( que ainda existia em 1875, surgindo em 1878 um beco na planta de Francisco e César Goullard)  e de um quartel.

O Cabeço das Rolas que nasce na Rua Corsário das Ilhas, perpetua o facto de no passado este lugar ser frequentado por rolas durante o seu trajeto migratório e foi uma toponomenclatura oficializada pelo Edital de 16/09/2009, pelo qual o concelho de Lisboa aceitou 102 topónimos da Expo 98 após a sua reconversão em Parque das Nações.

Cabeço das Rolas – Freguesia do Parque das Nações