O Coronel Mata Pereira que dirigiu a Manutenção Militar e cujo 127º aniversário de nascimento hoje se completa, dá o seu nome a um Largo do Bairro de Casas Económicas da Madre de Deus, desde a publicação do Edital de 14/06/1950, já que até aí as artérias deste Bairro eram identificadas por números.
Esta alteração dos topónimos do Bairro de Casas Económicas da Madre de Deus surgiu na sequência de um pedido do Ateneu do Bairro da Madre de Deus, conforme se pode ler na ata da reunião da Comissão Municipal de Toponímia de 19/05/1950: «Ofício, sem número, do Ateneu do Bairro da Madre de Deus, datado de 15 do mês corrente, dirigido ao Excelentíssimo Senhor Vice-Presidente da Câmara, indicando alguns nomes de pessoas que mais se destacaram na área do Beato a Xabregas, para denominarem os arruamentos do Bairro da Madre de Deus». Para além do Largo Coronel Mata Pereira foram atribuídos também o Largo Coronel Vasconcelos Dias, o Largo da Madre de Deus, a Rua Carlos José Caldeira, a Rua Dom Francisco D’Eça, a Rua Dom José de Bragança, a Rua Dom Luís Coutinho, a Rua José Bateira, a Rua José Leilote, a Rua Lino Helder, a Rua Luís Cadote, a Rua Manuel José da Silva, a Rua Marquês de Olhão, a Rua Rocha Santos, a Rua Simões Telhadas e a Rua Vicente Ribeiro.
Arthur Xavier da Matta Pereira (Sernache do Bonjardim – Cabeçudo/31.03.1887 – 27.07.1944) foi um militar que exerceu o cargo de Diretor da Manutenção Militar, sediada na freguesia do Beato. Em 1938 fora subdiretor e logo no ano seguinte passou a diretor das Oficinas Gerais de Fardamento e Calçado e, já como Major desempenhou o lugar de chefe dos serviços comerciais da Manutenção Militar.
Em 1903, alistara-se no Exército como voluntário e cursou Administração Militar na Escola do Exército. Prestou serviço militar em Angola, de 1910 a 1912, onde voltou em 1915 para combater as ofensivas na fronteira sul. Depois, integrou o Corpo Expedicionário Português na I Guerra e, em 1919, bateu-se contra as movimentações monárquicas de Paiva Couceiro em Trás-os-Montes. Matta Pereira foi oficial da Administração Militar e Adido e, para além de diversas condecorações militares foi também agraciado com o grau de oficial da Ordem de Avis (1920), de cavaleiro da Ordem de Cristo (1924) e de comendador da Ordem de Avis (1941). Era ainda sócio da Sociedade de Geografia de Lisboa e, da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, tendo sido proposto para esta última pelo olisipógrafo Luís Pastor de Macedo.