Capitão Cook

Captainjamescookportrait

A Rua Capitão Cook é uma herança toponímica da Expo 98, subordinada  ao tema Os oceanos: um património para o futuro, fixando o nome deste capitão da Marinha Real Britânica  que foi  o primeiro a mapear a Terra Nova e cujas realizações no mapeamento do Pacífico, Nova Zelândia e Austrália mudaram as visões da geografia mundial.

A Expo 98 nomeou os arruamentos do evento com topónimos ligados aos oceanos, a navegadores e aos Descobrimentos Portugueses, aos aventureiros marítimos da literatura e banda desenhada mundial, a figuras de relevo para Portugal, a escritores portugueses ou títulos de obras suas e ainda juntou alguns ligados à botânica. Após a reconversão da zona em Parque das Nações foram oficializados 102 topónimos  pelo Edital municipal de 16/09/2009, e mais tarde, pelo Edital municipal de 06/05/2015, foram oficializados mais 60 topónimos do Parque das Nações Norte, onde se inclui esta Rua Capitão Cook, que liga o Passeio dos Heróis do Mar à Via do Oriente.

James Cook ( Inglaterra – Marton-in-Cleveland/07.11.1728 – 14.02.1779/Kealakekua) foi um capitão da Marinha Real Britânica que pela primeira vez fez um mapa da Terra Nova. Em 1770, Cook partiu da Nova Zelândia para descobrir a costa oriental da Nova Holanda (hoje Austrália), que ainda não tinha sido visto por nenhum europeu. Daí, navegaram para norte e ancoraram na baía Botânica. Cook concluiu três viagens para o Oceano Pacífico nas quais conseguiu o 1º contato europeu com a costa leste da Austrália e o Arquipélago do Havai, bem como a 1ª circum-navegação registada da Nova Zelândia. Também os estudos etnográficos de Cook sobre os povos das ilhas do Pacífico, da Nova Zelândia e da Austrália transmitiram aos europeus do século XVIII uma 1ª visão dessas áreas pouco exploradas da Terra.

James Cook começou a trabalhar em navios-carvoeiros pelas costas inglesas e aprendeu matemática, hidrografia e navegação praticamente sozinho. Alistou-se em 1755  na Marinha Real Britânica, participou da Guerra dos Sete Anos e foi rapidamente promovido. Em 1757 já era dono do seu próprio navio (o Pembroke) e em setembro de 1759, esteve ao lado do Capitão Wolfe durante a conquista de Quebeque (hoje Canadá). De 1760 a 1767 realizou o levantamento cartográfico do rio São Lourenço, do canal de Orleans, da foz do rio Hudson, da costa da Terra Nova e de Labrador. Os mapas que reuniu e seu relato de um eclipse solar mostraram sua competência, tornando-o forte candidato a comandar expedições científicas a mando da Coroa Britânica. Considerado o pai da Oceânia morreu na baía havaiana de Kealakekua em luta com os nativos durante a sua 3ª viagem exploratória na região do Pacífico.

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O Largo do Nautilius das «Vinte mil léguas submarinas»

Freguesia do Parque das Nações
(Foto: Sérgio Dias| NT do DPC)

O Largo do Nautilius, no Parque das Nações, liga a Rua Pedro e Inês ao Passeio de Ulisses e foi um dos 102 topónimos oficializados pelo Edital municipal de 16 de setembro de 2009, após a reconversão da zona da EXPO 98 em Parque das Nações e a sua integração no território do concelho de Lisboa.

Nautilius é o nome de um submarino movido a electricidade, ficcionado por Júlio Verne em 1869, como protagonista da sua obra Vinte mil léguas submarinas (no original, Vingt mille lieues sous les mers). O livro foi originalmente publicado em forma de uma série no periódico Magasin d’Éducation et de Récréation, de março de 1869 a junho de 1870. O enredo situa-se em 1866 quando o capitão Nemo que construiu o Nautilius convida a expedição do professor Pierre Aronnax, especialista em  criaturas marinhas, a fazer a bordo uma jornada pelo fundo dos oceanos na qual vão percorrer vinte mil léguas.

Este topónimo é uma herança da Expo 98, subordinada ao tema “Os oceanos: um património para o futuro”, na qual os arruamentos do evento foram denominados  com topónimos ligados aos oceanos, aos Descobrimentos Portugueses, aos aventureiros marítimos da literatura e banda desenhada mundial, a figuras de relevo para Portugal, a escritores portugueses ou obras de sua autoria ligadas ao mar e ainda mais alguns ligados à botânica.

Freguesia do Parque das Nações
(Planta: Sérgio Dias| NT do DPC)

A Rua do Almirante genovês de D. Dinis

Freguesia de Santa Maria Maior
(Foto: Artur Matos)

Manuel Pessanha, o navegador genovês que D. Dinis contratou para dirigir a frota portuguesa no séc. XIV, é o homenageado na Rua do Almirante Pessanha, na Freguesia de Santa Maria Maior.

Esta artéria, que nos nossos dias liga a Calçada do Sacramento ao Largo do Carmo, era a Travessa do Sacramento, até o Edital do Governo Civil de Lisboa de 01/09/1859 passar a denominá-la Travessa do Sacramento do Carmo e já no séc. XX, a edilidade republicana, por Edital municipal de 4 de abril de 1925, tornou-a Rua do Almirante Pessanha, resgatando a memória de por ali ter existido o Bairro do Almirante.

Freguesia de Santa Maria Maior
(Foto: Artur Matos)

Emanuele Pessagno, italiano nascido em Génova no último quartel do século XIII,  era um navegador com quem D. Dinis celebrou um contrato de vassalagem em 1 de fevereiro de 1317, para dirigir as construções navais e a frota portuguesa em tempos de paz e de guerra, recebendo o título de Almirante-Mor, bem como um bairro inteiro em Lisboa – no lugar da Pedreira – que ficou conhecido como Bairro do Almirante, delimitado entre as Portas de Santa Catarina (hoje Rua Garrett ) e a Calçada da Glória, descendo até Valverde (hoje Praça D. Pedro IV) e contornando a Rua Larga de S. Roque (hoje Rua da Misericórdia)  e a Rua de São Pedro de Alcântara, que grosso modo corresponde ao que foi a freguesia do Sacramento. Tinha ainda direito à quinta parte das presas de guerra – que tomasse aos inimigos da fé ou aos inimigos do reino -, mais uma tença anual de 3 mil libras que em 1322 foi acrescida de mais mil libras. Em 14 de abril de 1319 foi ainda equiparado a Alcaide de Lisboa e em setembro recebeu a doação do reguengo de Algés  e da vila de Odemira.

Julga-se que durante o reinado de D. Afonso IV, Micer Manuel Pessanha comandou os navios portugueses que atingiram as Canárias, a Madeira e os Açores e terá elaborado os primeiros registos cartográficos destas ilhas que, posteriormente foram re-descobertas por João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira.

Os seus filhos sucederam-lhe nas funções e benesses, conforme estipulado no contrato entre o Almirante Pessanha e o rei português. Do seu primeiro casamento, com Genebra Pereira, filha de Gomes de Alpoim, teve o primogénito Carlos Pessanha que foi o 2.º Almirante-Mor do Reino de Portugal (1342), Bartolomeu Pessanha que foi o 3.º Almirante-Mor (1342 – 1356) e Leonor Gomes que depois de viúva foi Comendadeira da Ordem de Avis no Mosteiro de Santos. Do seu segundo casamento, com Leonor Afonso da Franca, filha de Lanzarote da Franca, teve Lançarote Pessanha que foi o 4.º Almirante-Mor do Reino (1356, 1357-1364, 1367-1373 e 1383-1384), Manuel Pessanha que foi o  6.º Almirante-Mor (1385) , Antão Pessanha que foi um escudeiro morto em Aljubarrota, Simoa da Franca, Carlos Pessanha que foi o 7º (1387) e ainda, Diogo Pessanha.

Freguesia de Santa Maria Maior
(Planta: Sérgio Dias| NT do DPC)

A Rua do norueguês que primeiro chegou ao Polo Sul, Roald Amundsen

Freguesia do Parque das Nações
(Foto: Sérgio Dias | NT do DPC )

O norueguês Roald Amundsen, foi o primeiro a chegar ao Polo Sul, em 1911 e este explorador dos Polos está consagrado numa Rua do Parque das Nações, desde a realização da Expo 98, oficializada pela Câmara Municipal de Lisboa através do Edital de  06/05/2015.

A Rua Roald Amundsen é uma herança toponímica da Expo 98, subordinada  ao tema Os oceanos: um património para o futuro, tendo nomeado os arruamentos do evento com topónimos ligados aos oceanos, a navegadores e aos Descobrimentos Portugueses, aos aventureiros marítimos da literatura e banda desenhada mundial, a figuras de relevo para Portugal, a escritores portugueses ou títulos de obras suas e ainda juntou alguns ligados à botânica. Após a reconversão da zona em Parque das Nações foram oficializados 102 topónimos  pelo Edital municipal de 16/09/2009, e mais tarde, pelo Edital municipal de 06/05/2015, foram oficializados mais 60 topónimos do Parque das Nações Norte, onde se inclui esta Rua Roald Amundsen, que se inicia na Rua da Cotovia e vai até ao limite do concelho de Lisboa.

Roald Amundsen em 1906, numa fotografia de estúdio

Roald Engelbregt Gravning Amundsen ( Noruega – Borge/16.07.1872 – 18.06.1928/Ártico) distinguiu-se como explorador das regiões polares, tendo liderado a primeira expedição a atingir o Polo Sul, em 14 de dezembro de 1911, utilizando trenós puxados por cães.

Depois, esteve em digressão pelos Estados Unidos da América a realizar conferências, país a que regressou em 1914, para obter um certificado de voo, sendo o primeiro civil norueguês a consegui-lo. Em 1918, partiu para o Ártico no veleiro Maud embora não tenha conseguido alcançar o Polo Norte depois de dois anos à deriva. Sete anos depois, em 1925, organizou a primeira expedição aérea ao Ártico, chegando então à latitude de 87º 44′ N. No ano seguinte de 1926 conseguiu sobrevoar o Polo Norte no dirigível Norge, com o italiano Umberto Nobile e o norte-americano Lincoln Ellsworth, sendo os primeiros a fazê-lo e ficando Amundsen como a primeira pessoa a chegar a ambos os Polos.

Amundsen nasceu numa família de proprietários de navio e capitães. Aos 16 anos já estudava as regiões polares, tendo como referência a travessia da Groenlândia por Fridtjof Nansen e embora tivesse  frequentado o curso de Medicina optou por  seguir uma vida ligada ao mar e a exploração. Em 1897, com 25 anos, como primeiro oficial, fez parte da tripulação do Belgica  na Expedição Antártica Belga de Adrien de Gerlache. Em 1903, também embarcou no Gjøa, na expedição que iria atravessar a passagem Noroeste que liga os oceanos Atlântico ao Pacífico, na região norte do Canadá. Em junho de 1928, Roald Amundsen embarcou num hidroavião, em Tromso, perto do cabo Norte, para efectuar as buscas do dirigível Itália que levava o aviador Umberto Nobile e foi a última vez que se teve notícias deste explorador.

Freguesia do Parque das Nações
(Planta: Sérgio Dias | NT do DPC )

 

A Rua João do Nascimento Costa e o Santa Liberdade em 1961

Freguesia do Beato (Foto: Sérgio Dias)

Freguesia do Beato
(Foto: Sérgio Dias)

O assalto ao paquete Santa Maria em 22 de janeiro de 1961, crismado então como Santa Liberdade, talvez o feito mais sensacional contra a ditadura de Salazar, noticiado em todo o mundo, recebeu como resposta na toponímia de Lisboa a fixação pouco menos de um mês depois, pelo Edital de 15 de fevereiro, da Rua João do Nascimento Costa  na freguesia do Beato, em homenagem ao piloto do paquete que ofereceu resistência e morreu.

João do Nascimento Costa ficou no arruamento constituído pela Rua 2 da Zona da Picheleira mais o troço da Rua 3 da mesma Zona, no prolongamento daquela Rua 2. O descerramento da placa toponímica da Rua João do Nascimento Costa, contou com a presença do presidente da edilidade de então, António Vitorino França Borges e a Revista Municipal nº 90, do 3º trimestre desse ano, incluiu uma imagem do evento. Em 19 de junho do mesmo ano, numa artéria próxima foi dada a Rua Engº Maciel Chaves, vítima de indianos em 1956, que também mereceu destaque no mesmo número da Revista Municipal.
O assalto ao paquete Santa Maria em 22 de janeiro de 1961, como forma de protesto contra a falta de liberdade cívica e política em Portugal, foi preparado por Henrique Galvão e Humberto Delgado e levado a cabo pelo primeiro, com elementos da DRIL (Direcção Revolucionária Ibérica de Libertação), que lhe mudaram o nome para Santa Liberdade, tendo muitas televisões e jornais de todo o mundo divulgado o acontecimento e mostrado a contestação ao governo de Oliveira Salazar. O paquete foi ocupado em Curaçau por 12 portugueses e 11 espanhóis. João José Nascimento Costa era terceiro piloto do Santa Maria e ao oferecer resistência aos assaltantes, foi morto a tiro. No entanto, frustrada a ideia inicial de chegar a Luanda, dominar Angola e aí instalar um governo provisório que acabasse por derrubar as ditaduras na península ibérica, rumaram ao Brasil onde em 2 de fevereiro entregaram o navio às autoridades locais em Recife e pediram asilo político, tanto mais que os aliados da NATO não reagiram como Salazar pretendia ao que ele designava como «pirataria». A 7 de fevereiro eclodiu a guerra colonial em Angola.
Freguesia do Beato (Planta: Sérgio Dias)

Freguesia do Beato
(Planta: Sérgio Dias)

A Rua do Caribe e o Passeio do Cantábrico no Parque das Nações

Rua do Caribe - Freguesia do Parque das Nações (Foto: Sérgio Dias)

Rua do Caribe – Freguesia do Parque das Nações
(Foto: Sérgio Dias)

O Caribe da América Central e o mar Cantábrico da costa norte de Espanha são topónimos da Freguesia do Parque das Nações.

A Rua do Caribe une a Alameda dos Oceanos ao Passeio do Báltico enquanto o Passeio do Cantábrico vai da Avenida do Índico à Avenida da Boa Esperança mas ambos foram oficializados pela Câmara Municipal de Lisboa através do Edital de 16/09/2009, assim como mais 100 topónimos.  No âmbito da requalificação urbana resultante da Expo 98 «Os Oceanos: um património para o futuro», o espaço veio a tornar-se  território administrativo do concelho de Lisboa já com prédios construídos pelo que causaria transtornos e custos aos residentes a mudança dos topónimos pelo que a edilidade lisboeta oficializou-os.

Esta herança toponímica que Lisboa acolheu integra referências aos oceanos, aos Descobrimentos Portugueses, aos aventureiros marítimos de diversas nacionalidades, quer na literatura quer na banda desenhada, assim como figuras de relevo para Portugal, escritores portugueses ou obras suas de alguma forma ligadas ao mar e ainda, alguns biotopónimos.

Passeio do Cantábrico - Freguesia do Parque das Nações (Foto: Sérgio Dias)

Passeio do Cantábrico – Freguesia do Parque das Nações
(Foto: Sérgio Dias)

O Caribe ou Caraíbas denomina uma vasta área geográfica e cultural na América Central, abrangendo tanto o mar do Caribe como as suas ilhas e estados insulares. Também foram denominadas Antilhas ou Índias ocidentais mas toda a região tem uma cultura própria que funde características africanas, ameríndias e europeias de várias origens.

O mar Cantábrico situa-se no Atlântico, banhando a costa norte de Espanha e sudoeste de França, banhando a Costa Verde, onde ficam localizadas cidades como Gijon e Santander e onde se registam a existência de portos desde o período romano. Apesar das suas características geográficas de ventos fortes, provocando vagas alterosas, tem sido um elemento de ligação entre os países do norte da Europa e a Península Ibérica. O seu nome tem origem nos romanos, que o designaram como Sinus Kantabrorun, que significa «oceano dos Cantábros».

Rua do Caribe e Passeio do Cantábrico - Freguesia do Parque das Nações (Planta: Sérgio Dias)

Rua do Caribe e Passeio do Cantábrico – Freguesia do Parque das Nações
(Planta: Sérgio Dias)

As Ruas das Especiarias do Parque das Nações

Freguesia do Parque das Nações (Fotos: Sérgio Dias)

Freguesia do Parque das Nações
(Fotos: Sérgio Dias)

Os portugueses partiram para os Oceanos em busca de especiarias nos séculos XV e XVI, num tempo em que estas eram fundamentais para a conservação dos alimentos e essa ligação está retratada na toponímia do Parque das Nações com 5  arruamentos: a Rua da Pimenta e as Travessas do Açafrão, da Canela,do Gengibre e da Malagueta.

Estes topónimos são uma herança da Expo 98, em Lisboa, subordinada ao tema Os oceanos: um património para o futuro, em que os arruamentos do evento foram nomeados com topónimos ligados aos Oceanos, aos Descobrimentos Portugueses, aos aventureiros marítimos da literatura e da banda desenhada mundial, a figuras de relevo para Portugal, a obras de escritores portugueses e ainda alguns ligados à botânica. Com o regresso dos terrenos à posse da Câmara foram oficializados 102 topónimos pelo Edital de 16/09/2009 e mais 60 pelo Edital de 06/05/2015.

A Rua da Pimenta, que une a Rua do Bojador ao Cais das Naus, fixa na toponímia uma das principais especiarias que a descoberta do caminho marítimo para a Índia permitiu aos portugueses comercializar, tal como a canela e o gengibre. Até aí os comerciantes de Veneza e Génova detinham o monopólio das especiarias através de uma rota terrestre e cobravam por elas preços exorbitantes. Não é assim de estranhar que todas estas Travessas referentes a especiarias façam a ligação do Passeio das Tágides à Rua da Pimenta. Resta acrescentar que o monopólio do comércio da canela esteve nas mãos dos portugueses no século XVI e passou para os holandeses, quando estes expulsaram os portugueses do Ceilão em 1656, e depois, passou para as mãos dos ingleses, a partir de 1796, quando esses ocuparam a ilha.

Na gastronomia alfacinha usa-se a canela nos Pastéis de Belém, no Arroz Doce e nas Farófias; a pimenta nos Caracóis, nos Peixinhos da Horta, nas Pataniscas de Bacalhau, na Fava Rica, no Bife à Marrare, no Bitoque, nas Iscas com Elas; e a malagueta nos Pipis.

Freguesia do Parque das Nações (Planta: Sérgio Dias)

Freguesia do Parque das Nações
(Planta: Sérgio Dias)

 

A Rua Capitão Cook , do 1º mapa da Terra Nova

Freguesia do Parque das Nações (Foto. Sérgio Dias)

Freguesia do Parque das Nações
(Foto. Sérgio Dias)

A Rua Capitão Cook é uma herança toponímica da Expo 98, subordinada  ao tema Os oceanos: um património para o futuro, fixando o nome deste capitão da Marinha Real Britânica  que foi  o primeiro a mapear a Terra Nova e cujas realizações no mapeamento do Pacífico, Nova Zelândia e Austrália mudaram as visões da geografia mundial.

A Expo 98 nomeou os arruamentos do evento com topónimos ligados aos oceanos, a navegadores e aos Descobrimentos Portugueses, aos aventureiros marítimos da literatura e banda desenhada mundial, a figuras de relevo para Portugal, a escritores portugueses ou títulos de obras suas e ainda juntou alguns ligados à botânica. Após a reconversão da zona em Parque das Nações foram oficializados 102 topónimos  pelo Edital municipal de 16/09/2009, e mais tarde, pelo Edital municipal de 06/05/2015, foram oficializados mais 60 topónimos do Parque das Nações Norte, onde se inclui esta Rua Capitão Cook, que liga o Passeio dos Heróis do Mar à Via do Oriente.

Captainjamescookportrait

James Cook ( Inglaterra – Marton-in-Cleveland/07.11.1728 – 14.02.1779/Kealakekua) foi um capitão da Marinha Real Britânica que pela primeira vez fez um mapa da Terra Nova. Em 1770, Cook partiu da Nova Zelândia para descobrir a costa oriental da Nova Holanda (hoje Austrália), que ainda não tinha sido visto por nenhum europeu. Daí, navegaram para norte e ancoraram na baía Botânica. Cook concluiu três viagens para o Oceano Pacífico nas quais conseguiu o 1º contato europeu com a costa leste da Austrália e o Arquipélago do Havai, bem como a 1ª circum-navegação registada da Nova Zelândia. Também os estudos etnográficos de Cook sobre os povos das ilhas do Pacífico, da Nova Zelândia e da Austrália transmitiram aos europeus do século XVIII uma 1ª visão dessas áreas pouco exploradas da Terra.

James Cook começou a trabalhar em navios-carvoeiros pelas costas inglesas e aprendeu matemática, hidrografia e navegação praticamente sozinho. Alistou-se em 1755  na Marinha Real Britânica, participou da Guerra dos Sete Anos e foi rapidamente promovido. Em 1757 já era dono do seu próprio navio (o Pembroke) e em setembro de 1759, esteve ao lado do Capitão Wolfe durante a conquista de Quebeque (hoje Canadá). De 1760 a 1767 realizou o levantamento cartográfico do rio São Lourenço, do canal de Orleans, da foz do rio Hudson, da costa da Terra Nova e de Labrador. Os mapas que reuniu e seu relato de um eclipse solar mostraram sua competência, tornando-o forte candidato a comandar expedições científicas a mando da Coroa Britânica. Considerado o pai da Oceânia morreu na baía havaiana de Kealakekua em luta com os nativos durante a sua 3ª viagem exploratória na região do Pacífico.

Freguesia do Parque das Nações (Planta: Sérgio Dias)

Freguesia do Parque das Nações
(Planta: Sérgio Dias)

A Rua do Arsenal da Marinha

Freguesias da Misericórdia e de Santa Maria Maior (Foto : Sérgio Dias)

Freguesias da Misericórdia e de Santa Maria Maior
(Foto : Sérgio Dias)

A Rua do Arsenal acolheu no seu número 96 a Nova Livraria Internacional  de Carrilho Videira, que publicava a Revista de Estudos Livres (1883-1886), mensário em que Ramalho Ortigão colaborou.

Este topónimo fixou na memória de Lisboa a presença no local do Arsenal da Marinha. Os estaleiros das Tercenas navais  mandados construir por D. Manuel I foram destruídos pelo Terramoto de 1755 mas logo foi determinada a sua reconstrução, sob o risco de Eugénio dos Santos, que se iniciou em 1759 e assim, ficaram conhecidos durante muito tempo como Ribeira das Naus. O Arsenal da Ribeira das Naus, depois Real da Marinha e a partir de 1910 apenas Arsenal da Marinha manteve-se em actividade até 1939, data em que a sua doca seca foi atulhada por motivo da abertura da Avenida da Ribeira das Naus embora já desde 1936 tivesse começado a transferência do Arsenal para as instalações navais do Alfeite.

Nas suas Peregrinações em Lisboa Norberto de Araújo refere que «Ora em 1755 aqui, onde se ergue o edifício da Câmara Municipal, existia o pátio esplendoroso da Capela Real (…). Da porta do Arsenal, para poente (Rua do Arsenal fora, então Rua do Arco dos Cobertos) ficava a Casa da Ópera, construída dois anos antes do Terramoto; defronte do Pátio citado da Capela, do lado sul, isto é, na Rua hoje do Arsenal, entre a face do edifício onde estão repartições dos Correios, e a face lateral da Câmara, rasgava-se um não grande Largo do Relógio ou das Tendas da Capela.»

O arruamento começou com uma configuração diferente a ser a Rua dos Arcos Cobertos, e após o Terramoto, ficou como a Rua Direita do Arsenal e assim surge ainda em  1856 no Atlas da Carta Topográfica de Lisboa de Filipe Folque, para mais tarde perdurar até hoje como Rua do Arsenal, como já em 1907 é referida nas plantas de Júlio Silva Pinto e Alberto Sá Correia.

Freguesias da Misericórdia e de Santa Maria Maior - Placa Tipo II (Foto. Artur Matos)

Freguesias da Misericórdia e de Santa Maria Maior – Placa Tipo II
(Foto. Artur Matos)

A Rua Comandante Costeau do Calypso

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O Comandante Costeau,  cujas aventuras no seu Calypso ainda perduram nas memórias televisivas de muitos de nós, dá o seu nome a uma rua do Parque das Nações, herança lisboeta da Expo 98 subordinada  ao tema Os oceanos: um património para o futuro.

A Expo 98 nomeou os os arruamentos do evento com topónimos ligados aos oceanos, aos Descobrimentos Portugueses, aos aventureiros marítimos da literatura e banda desenhada mundial, a figuras de relevo para Portugal, a escritores portugueses ou títulos de obras suas e ainda juntou alguns ligados à botânica. Após a reconversão da zona em Parque das Nações foram estes 102 topónimos oficializados pelo Edital municipal de 16/09/2009, sendo a Rua Comandante Costeau definida do Passeio dos Heróis do Mar à Alameda dos Oceanos. Mais recentemente, por Edital municipal de 06/05/2015, foram também oficializados mais 60 topónimos do Parque das Nações Norte.

Jacques-Yves Costeau (França – Saint André de Cubzac/ 11.06.1910 – 25.06.1997/Paris-França), foi um oficial da marinha francesa que ficou mundialmente conhecido como oceanógrafo, pelas suas viagens de pesquisa a bordo do seu Calypso. Com Émile Gagnan inventou o aqualung (equipamento de mergulho que substituiu os pesados escafandros), assim como foi piloto de testes da criação de aparelhos de ultrassom para levantamentos geológicos do relevo submarino e de equipamentos fotocinematográficos para trabalhos em grandes profundidades.

O Comandante Costeau realizou ainda 4 longas-metragens e 70 documentários para televisão, tendo mesmo conquistado um Óscar em 1956 com o documentário O mundo silencioso, filmado no Mediterrâneo e no Mar Vermelho.

Freguesia do Parque das Nações (Foto: Sérgio Dias)

Freguesia do Parque das Nações
(Foto: Sérgio Dias)

Freguesia do Parque das Nações

Freguesia do Parque das Nações