No Dia Nacional dos Centros Históricos, o Largo do Chiado

Largo do Chiado placa

Largo do Chiado – Freguesias da Misericórdia e de Santa Maria Maior –  Placa Tipo II                                         (Foto: Artur Matos)

Já que hoje é o Dia Nacional dos Centros Históricos recordamos a história do Largo do Chiado, localizado no centro histórico lisboeta entre o Bairro Alto e a Baixa.

Este local foi o lugar da Porta (ou Portas) de Santa Catarina, construída na cerca de D. Fernando entre 1373 e 1375 e, cuja demolição se processou entre 1702 a 1707, sendo que a partir do século XVI o espaço começou a ser vulgarmente conhecido como Praça do Loreto e no séc. XVIII, como Largo das Duas Igrejas, por referência aos templos ali existentes: a Igreja italiana de Nossa Senhora do Loreto (de 1518 e restaurada em 1785) e a Igreja de Nossa Senhora da Encarnação (de 1708 e restaurada em 1784).

Depois, em 1925, a edilidade lisboeta atribuiu-lhe a denominação de Largo do Chiado, com a legenda «António Ribeiro Chiado – Poeta do Século XVI», pelos Editais de 28 de abril e 19 de maio, homenageando assim o autor do Auto das Regateiras que ali também tem estátua erguida.

O enigma é se o topónimo Chiado deriva do nome do poeta que lhe foi dado em 1925 ou se era o nome pelo qual o local já era conhecido. Segundo o olisipógrafo Norberto de Araújo «Certo é a designação “Chiado” ser muito antiga, embora mais nova dois séculos do que a de Santa Catarina. Depois do século XVI essas designações foram simultaneamente usadas, havendo contudo um período, pelo menos, de distinção: Porta (ou Portas) de Santa Catarina – era o actual Largo do Chiado; Rua das Portas ou Rua Direita de Santa Catarina – era o troço da actual Rua Garrett, até onde se rompe a Rua Ivens de hoje; Rua do Chiado se chamava apenas ao troço desde esta confluência até ao topo, isto é: ao Convento do Espírito Santo, depois Palácio Barcelinhos, e hoje Armazéns do Chiado.» E avança para concluir que «Querem uns que a designação proviesse do poeta António Ribeiro, o “Chiado”, que por aqui vadiaria, e outros opinam que, na inversa, foi o fazedor de autos que tomou o nome da Rua. A ser assim, como adveio ao troço fundo desta serventia o dístico oral de Chiado, visto que não foi o poetastro quem lha deu? Matos Sequeira, seguindo Alberto Pimentel, lembra que, aí por 1560, aqui defronte da porta dos actuais Armazéns do Chiado, deante da esquina da Rua do Carmo de hoje, existia uma adega ou estalagem de um Gaspar Dias, por alcunha “O Chiado”. Pouco mais de vinte anos depois o sítio era nomeado com aquele ressonante sinal oral, devido ao taverneiro quinhentista. E, a ser assim, o frade dos autos nada tem como o nome do sítio».

Largo do Chiado

Largo do Chiado – Freguesias da Misericórdia e de Santa Maria Maior                                       (Foto: Artur Matos)

 

No Dia Mundial do Teatro a rua da popular Ivone Silva

Placa Tipo II

Freguesia das Avenidas Novas – Placa Tipo II

Já que hoje se comemora o Dia Mundial do Teatro recordamos a popular Ivone Silva, atriz sobretudo do teatro de revista do Parque Mayer mas que a televisão também nos gravou na memória, nomeadamente na rábula da Agostinha e do Agostinho com Camilo de Oliveira e, que a Câmara alfacinha guardou nas placas toponímicas de uma artéria junto à Rua Laura Alves.

Apenas três dias após o falecimento de Ivone Silva, na sua reunião de 23/11/1987, a edilidade deliberou que o nome desta atriz denominasse uma rua de Lisboa, o que aconteceu em conformidade pelo Edital nº 22/1988, de 29/02/1988, colocando-o na Rua A e Impasse A à Travessa Marquês de Sá da Bandeira, arruamento que liga a Avenida 5 de Outubro à Rua Laura Alves, sendo que esta última rua também foi atribuída no dia 29 de fevereiro de 1988, mas pelo Edital nº 21/1988.

De seu nome completo Maria Ivone da Silva Nunes (Ferreira do Zêzere/24.04.1935 – 20.11.1987/Lisboa), estreou-se nos palcos em 1963, numa revista intitulada Vamos à Festa, no Teatro ABC e desenvolveu uma carreira centrada sobretudo, no Parque Mayer e, no teatro de revista. Porém, Ivone Silva também participou nos filmes O Destino Marca a Hora (1969) e A Maluquinha de Arroios (1970), bem como em alguns programas de televisão como A Feira (1978) ou Sabadabadu (1981), ficando célebres neste último as suas rábulas de Olívia Patroa/ Olívia Costureira e a da Agostinha e Agostinho em que contracenava com Camilo de Oliveira no estribilho de «isto é que vai uma crise!».

Ivone Silva, irmã da também atriz Linda Silva, foi distinguida em 1966 com o Prémio da Imprensa para a Melhor Atriz de Teatro Ligeiro  e ainda com o Prémio Estêvão Amarante.

na Freguesia de Nossa Senhora da Fátima – futura Freguesia das Avenidas Novas

Freguesia das Avenidas Novas

A Rua de Angola, do Bairro das Colónias ao Bairro das Novas Nações

Placa Tipo II

Placa Tipo II

A Rua de Angola nasceu na Rua E entre a Avenida Almirante Reis e o prolongamento da Rua Maria, no então denominado Bairro das Colónias, pelo Edital municipal de 19/06/1933.

É este edital que dá nomes a todos os arruamentos do Bairro das Colónias: a Praça das Colónias e as Ruas de Cabo Verde, da Ilha do Príncipe, da Ilha de São Tomé, de Macau, de Moçambique, de Timor, do Zaire e de Angola.

Este Bairro cujos arruamentos enumeram os nomes das antigas possessões portuguesas, à exceção da Guiné e da Índia, estava em projeto desde 1921 e, começou a ser construído em 1930 no sítio da Charca, tendo esta designação entrado em desuso a partir de 1967 para passar a ser usada mais popularmente antes a de Bairro das Colónias.

Refira-se no entanto que a Praça das Colónias que repetia a toponímia do Bairro teve a sua denominação alterada logo após um mês a sua atribuição, ou seja a Praça das Colónias dada pelo Edital de 19 de junho de 1933 passou a ser Praça do Ultramar por deliberação camarária de 6 de julho de 1933. Após o 25 de Abril de 1974, voltou a ter uma nova designação: Praça das Novas Nações, atribuída pelo Edital de 17 de fevereiro de 1975, tomando o Bairro o mesmo nome de Novas Nações.

na Freguesia dos Anjos – futura Freguesia de Arroios

na Freguesia dos Anjos – futura Freguesia de Arroios

A Rua Gil Vicente

Placa Tipo II

Placa Tipo II

A Rua Gil Vicente nasceu na Rua nº 9 do Casal do Rolão em finais do século XIX, com o processo de urbanização desta zona no triângulo formado pela Calçada de Santo Amaro, Calçada da Tapada e Rua Luís de Camões, na freguesia de Alcântara, tendo os topónimos sido atribuídos por deliberação camarária de 8 de julho de 1892 e todos com ligação a figuras da cultura e literatura portuguesas.

O projeto do Casal do Rolão começou a ser delineado pelos engenheiros da Câmara Municipal de Lisboa em 1887, com planta de terrenos expropriados, de pavimento e canalização, incluindo para além da Rua Jau e da Rua do Conselheiro Pedro Franco (hoje e desde 18/11/1910 é a Rua dos Lusíadas), ambas herdadas de uma decisão da Câmara Municipal de Belém de 1885, mais dez novos arruamentos dispostos geometricamente que Norberto de Araújo classificou com «xadrez de ruas desafogadas»: Rua nº 1 – Rua João de Barros, Rua nº 2 – Rua Filinto Elísio, Rua nº 3 – Rua João de Lemos, Rua nº 4 – Rua Soares de Passos, Rua nº 5 – Rua Nicolau Tolentino, Rua nº 6 – Rua Avelar Brotero, Rua nº 7 e Rua nº 8 – Rua do Bocage (hoje e desde 29/02/1988 é a Rua Amadeu de Sousa Cardoso), Rua nº 9 – Rua Gil Vicente e, Rua nº 10 – Rua Sá de Miranda. O Engº Ressano Garcia concluiu a planta final do Novo Bairro no antigo Casal do Rolão com data de 30 de Dezembro de 1891.

O topónimo perpetua o pai do teatro literário português, Gil Vicente (Guimarães?/cerca de 1465 – cerca de 1536/Lisboa) que se estreou em 1502 com o Auto do Vaqueiro, escrito em castelhano, para celebrar a rainha D. Maria I, mulher de D. Manuel I, pelo nascimento do filho que viria a ser D. João III. No total, Gil Vicente escreveu 44 peças, sendo 11 em castelhano, 16 em português e 17 em ambas as línguas, já que muitas das suas obras foram compostas para celebrações da corte. Desta vasta obra destaquem-se o Auto de Sibila Cassandra (1513) que assinala o início do Renascimento em Portugal, A Farsa de Inês Pereira (1523) considerada a primeira comédia regular portuguesa e a trilogia das barcas: Barca do Inferno (1516),  Barca do Purgatório (1518) e Barca da Glória (1519).

na Freguesia de Alcântara

na Freguesia de Alcântara

Costa Malheiro, a memória da informação meteorológica

Placa Tipo II

Placa Tipo II (Foto: Sérgio Dias)

Já que hoje se comemora o Dia Mundial da Meteorologia, recordamos a Rua Costa Malheiro que perpetua aquele que durante mais de 20 anos foi o rosto da informação meteorológica na televisão portuguesa.

A Junta de Freguesia de Santa Maria dos Olivais e a Casa do Pessoal do Instituto de Meteorologia solicitaram à edilidade alfacinha que o seu nome fosse incluído na toponímia de Lisboa, o que aconteceu pelo Edital de 26/12/2001, dando Costa Malheiro nome às Ruas 1, 2 e 3 à Avenida Doutor Alfredo Bensaúde, justamente na área da freguesia a que o meteorologista esteve toda a sua vida ligado.

António Pedro da Costa Malheiro (Lisboa/10.07.1933 -27.01.1998/Lisboa) nasceu na Freguesia de Santa Maria dos Olivais, onde em 1976 foi também autarca da Junta de Freguesia, para além de nesta mesma freguesia ter desenvolvido atividades a nível de organização de moradores e de promoção de ações desportivas para jovens.

Presidente do Instituto de Meteorologia, professor e perito da Organização Meteorológica Mundial, Costa Malheiro lançou o Curso de Meteorologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro, no Brasil, onde foi docente de 1967 a 1973. Foi ainda, Diretor dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos de Macau, de 1991 a 1996, tendo aí preparado um serviço modelar para a transição do território.

na Freguesia de Santa Maria dos Olivais – futura Freguesia dos Olivais

Freguesia dos Olivais (Foto: Sérgio Dias)

A Rua da Mãe d’Água no Dia Mundial da Água

na Freguesia de S. José -  futura Freguesia de Santo António

na Freguesia de S. José – futura Freguesia de Santo António

A Rua da Mãe d’Água, no antigo sítio da Alegria de Cima, que liga a Rua da Alegria à Rua D. Pedro V, é um topónimo relacionado com o Aqueduto das Águas Livres, infraestrutura autorizada por alvará régio de 12 de maio de 1731 e que, a par com o Convento de Mafra, constitui a maior obra do reinado de D. João V e, a mais palpável contribuição deste monarca para a reforma urbana de Lisboa.

De acordo com o projeto de Manuel da Maia, o Aqueduto das Águas Livres possui uma Mãe-de-Água nas Amoreiras, que foi o primeiro grande depósito de água de Lisboa e a que ficaram ligados todos os novos chafarizes, dada a sua posição estratégica que permitia abastecer simultaneamente as zonas nova e antiga da cidade, prevendo ainda a construção de mais duas «conservas», uma das quais junto de S. Roque destinada ao abastecimento direto do centro da cidade, para além de um ramal que de S. Pedro de Alcântara deveria atravessar para Stº André sobre a atual Avenida da Liberdade, reforçando assim o ancestral sistema de abastecimento de água da zona antiga da cidade.

E é de uma destas «conservas» que se origina o topónimo Rua da Mãe d’ Água, artéria que aparece já referida como tal no Atlas da Carta Topográfica de Lisboa, de 1856-58, de Filipe Folque.

Rua da Mãe D'Água placa

Placa Tipo II

No Dia Mundial da Poesia, a Rua António Botto

Placa Tipo II

Placa Tipo II

No Dia Mundial da Poesia recordamos um dos muitos poetas perpetuados nas placas toponímicas de Lisboa: António Botto, fixado 42 anos após o seu falecimento, por Edital de 29/08/1991, na Rua C da Urbanização do Alto do Chapeleiro, quando foram dados nomes aos arruamentos desta urbanização.

António Tomás Botto (Abrantes/1897 – 1959/Rio de Janeiro) foi um funcionário público que se distinguiu como poeta, sobretudo a partir das suas Canções de 1921, de onde extraímos o seu poema:

Venham ver a maravilha

Do seu corpo juvenil!

O sol encharca-o de luz,

E o mar, de rojos, tem rasgos

De luxúria provocante.

Avanço. Procuro olhá-lo

Mais de perto… A luz é tanta

Que tudo em volta cintila

Num clarão largo e difuso…

Anda nu – saltando e rindo,

sobre a areia da praia

Parece um astro fulgindo.

Procuro olhá-lo; – e os seus olhos,

Amedrontados, recusam,

Fixar os meus… – Entristeço…

Mas nesse lugar fugidio –

Pude ver a eternidade

Do beijo que eu não mereço…

Desde 1908 que António Botto veio viver para Lisboa com a família, para o bairro de Alfama e começou por trabalhar em algumas livrarias avançando depois para o mundo da literatura, com as coletâneas poéticas Trovas (1917), Cantigas de Saudade (1918), Cantares (1919), Canções do Sul (1920) embora seja Canções, de 1921, a sua obra mais polémica pelo carácter abertamente homossexual aquela que também o tornou mais conhecido, com várias edições revistas e acrescentadas pelo autor entre 1921 e 1932. Fernando Pessoa gostou desta obra poética, publicou a sua 2ª edição na sua efémera editora Olisipo e traduziu-a para inglês em 1930.

Entretanto, Botto conseguiu trabalho como funcionário público, começando por ser colocado em Angola em 1924, para regressar no ano seguinte para exercer funções no Governo Civil de Lisboa de onde transitará em 1937 para o Arquivo Geral de Registo Criminal e Policial, do qual será demitido, conforme o Diário do Governo de 09/11/1942, de acordo com um conceito de «falta de idoneidade moral». Mas entre 1923 e 1959, Botto publicou mais 13 livros de poesia como Motivos de Beleza (1923), Dandismo (1928), Ciúme (1934), Fátima – Poema do Mundo (1955) e Ainda Não se Escreveu (1959). Além da poesia, António Botto produziu também ficção, em obras como António (1933), Isto Sucedeu Assim (1940), Ele Que Diga se Eu Minto (1945), literatura infantil em Os Contos de António Botto (1942) e, a peça de teatro Alfama (1933), a que acresce ter colaborado com Fernando Pessoa numa Antologia de Poemas Portugueses Modernos.

Emigrou para o Brasil em Agosto de 1947, com a sua esposa de sempre Carminda Silva, depois de realizar vários recitais de poesia em Lisboa e no Porto para angariar o dinheiro necessário para a viagem e aí sobreviveu escrevendo artigos e colunas em jornais portugueses e brasileiros, participando em programas de rádio e organizando récitas de poesia até que, a 4 de março de 1959, foi atropelado por um automóvel do governo quando atravessava a Avenida Copacabana (no Rio de Janeiro) em consequência do qual acaba por falecer alguns dias mais tarde, sendo os seus restos mortais trasladados para o cemitério do Alto de São João em 1966.

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Pioneiro da publicidade portuguesa na Toponímia de Lisboa

Placa Tipo II

Placa Tipo II

Manuel Martins da Hora, o fundador da primeira agência de publicidade portuguesa na qual criou o Concurso Bebé Nestlé, dá nome a uma rua alfacinha, que antes era conhecida como a Rua A da Quinta de São João Baptista, desde a publicação do Edital de 24/09/1996, correspondendo assim a edilidade lisboeta a um pedido da agência de publicidade McCann, herdeira da Agência Manuel Martins da Hora.

Manuel Martins da Hora (Lisboa/20.03.1896-17.07.1981/Lisboa), o pioneiro em Portugal desta área, entrou para a Toponímia alfacinha há quase 17 anos e criou a sua empresa há 86 anos, a Manuel Martins da Hora Ltd.ª, em 1927, começando por trabalhar para um importante cliente da época: a General Motors. Instalou a sede na Rua da Prata e granjeou as campanhas publicitárias das lâminas Gillete,  das pastilhas Rennie e da  Kodak.

Na década de 30 do século XX, Manuel Martins da Hora redigia ele próprio os textos publicitários, fazia a composição de anúncios e ainda tratava da compra de espaço publicitário em diversos meios. Contudo também teve como colaboradores Fernando Pessoa, para a criação de slogans e, Fernando Pessa para a locução de trabalhos para rádio, sendo por exemplo, de Fernando Pessoa o anúncio «Uma cinta Pompadour, veste bem e ajuda sempre a vestir bem».

Com a II Guerra Mundial a publicidade passou por um período de inatividade e Manuel Martins da Hora trabalhou para a Embaixada Britânica e dos Estados Unidos da América, em Lisboa, a traduzir os noticiários sobre o desenrolar dos acontecimentos da guerra nos diversos  lados do mundo e que recebia via rádio. Após o fim do conflito Manuel Martins da Hora dedicou-se, novamente em exclusivo, à publicidade, registando a sua agência de publicidade em 1947.

Ao longo dos anos a agência de Manuel Martins da Hora teve como clientes marcas como a Colgate Palmolive, a Alka Seltzer, a Pan America ou os sabonetes Lux, com Jane Russel ou Amália a publicitarem que os usavam, a que somaram também a Dymo, a Royal, a Boca Doce, a Elizabeth Arden, as lâminas Schick, a Chiclets ou a Tampax. Trabalharam ainda para Bayer, com campanhas para a Aspirina ou a Adalina, para a Ovamaltine, a margarina Vaqueiro e o lançamento das Selecções do Reader’s Digest.

na Freguesia da Ameixoeira - futura Freguesia de Santa Clara

na Freguesia da Ameixoeira – futura Freguesia de Santa Clara

Autoparque, a nova realidade urbana

Autoparque Sabugosa entrada

na Freguesia de Alvalade

A evolução urbanística de Lisboa operada na última década do século XX, com a crescente ocupação de logradouros e pracetas para estacionamento automóvel e, uma solicitação da EMEL (Empresa Pública Municipal de Estacionamento de Lisboa) para a atribuição de topónimos aos logradouros dos parques de estacionamento, levou a Comissão Municipal de Toponímia, na sua reunião de 19.03.1999, a emitir o parecer de se criar uma nova designação toponímica, o Autoparque, para os espaços públicos que servem preferencialmente o parqueamento automóvel.

Nesta sequência, a Comissão também ponderou o estudo da Dr.ª Salete Salvado para fixar no topónimo de cada Autoparque a referência à toponímia da principal entrada do parque de estacionamento e, foi assim possível  pelo Edital de 03/01/2001 atribuir sete Autoparques na cidade de Lisboa, a saber, o Autoparque Areeiro, o Autoparque Campolide, o Autoparque Madrid, o Autoparque Roma, o Autoparque Paris (Nascente), o Autoparque Paris (Poente) e o Autoparque Sabugosa.

Este Autoparque Sabugosa que denomina o espaço compreendido entre as Avenidas de Roma, Estados Unidos da América e a Rua Conde de Sabugosa, é um topónimo que indica a sua maior proximidade à Rua Conde de Sabugosa.

Autoparque Sabugosa

na Freguesia de Alvalade

Boqueirão da Praia da Galé

Placa Tipo II

Placa Tipo II

Boqueirão é nome que designa uma Rua que dá para um rio ou canal, tal como este arruamento da zona ribeirinha de Alfama que começa na Rua do Jardim do Tabaco e finda na Avenida do Infante D. Henriques dá para o rio, mostrando por isso também que é um topónimo antigo, talvez seiscentista, nascido por referência à praia que então ali se faria no Tejo.

Essa mesma Praia da Galé também originou a «rua  da Praya, desde a Fundição até o Largo do Chafariz de Dentro» que surge nas descrições paroquiais de Santo Estêvão de Alfama anteriores ao Terramoto de 1755 e, no Atlas da Carta Topográfica de Lisboa de Filipe Folque, de 1858, este Boqueirão da Praia da Galé já aparece referido enquanto tal .

na Freguesia de Santo Estevão  - futura Freguesia de Santa Maria Maior

na Freguesia de Santo Estevão – futura Freguesia de Santa Maria Maior