A Avenida 24 de Julho recorda as lutas travadas entre liberais e absolutistas e, concretamente, a data de 24 de Julho de 1833 em que o Duque de Terceira e as suas tropas, depois de atravessarem o Tejo entram em Lisboa e, proclamam a vitória dos liberais sobre os miguelistas. Esta expedição quebrara o cerco do Porto para desembarcar no Algarve, atravessou o Alentejo, venceu os miguelistas em Almada e rumou à capital.
Não é assim de estranhar que esta artéria nos dias de hoje comece justamente na Praça Duque de Terceira e, que por parecer da Comissão Municipal de Toponímia, na sua reunião de 14/12/1984, lhe tenha sido aditada a legenda «1833», para evitar equívocos sobre a origem do topónimo.
Mas a história desta Avenida tem mais para contar. Começou por ser Rua Vinte e Quatro de Julho, por via do Edital municipal de 13 de Setembro de 1878 e ia da parte do Aterro ocidental construída no prolongamento da Rua que começando na Praça de D. Luís terminava no caneiro de Alcântara. Em 1928, por Edital de 22 de Outubro, passou a ser Avenida. E no mês seguinte, o Edital de 13 de Novembro, aumentava-lhe o tamanho ao determinar que começava na esquina da Praça do Duque da Terceira (lado Norte) e na Estação do Caminho de Ferro (do lado Sul), sendo-lhe anexado o arruamento compreendido entre aquela Praça e o edifício da Associação Nacional de Tuberculosos. Porém, passados cerca de quatro anos, o Edital de 11 de Abril de 1932 transformou-a na Avenida de Nuno Álvares, para homenagear o Condestável, o que gerou tal polémica que, em Junho voltou a denominar-se Avenida Vinte e Quatro de Julho.
Curiosamente, no concelho de Almada, onde o Duque de Terceira derrotou as tropas miguelistas comandadas por Teles Jordão, no dia anterior ao de conseguir entrar em Lisboa, existe uma Avenida 23 de Julho.
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