Ribeirinho, o Rufino Filho do Pátio das Cantigas e realizador desse mesmo filme, assim como conhecido protagonista de filmes como O Pai Tirano, A Menina da Rádio ou O Grande Elias dá nome a uma rua extraída de um troço do Regueirão dos Anjos desde 1986.
Dada a escassez de novas artérias na cidade de Lisboa dos anos 80, a Rua Francisco Ribeiro (Ribeirinho) foi o topónimo dado ao troço superior do Regueirão dos Anjos, situado no prolongamento da Rua António Pedro, pelo Edital 24 de abril de 1986.
De seu nome completo Francisco Carlos Lopes Ribeiro (Lisboa/21.09.1911 – 07.02.1984/Lisboa) foi um popular ator, encenador e cineasta que na memória dos portugueses se fixou como Ribeirinho, alcunha ganha por ser o irmão mais novo do cineasta António Lopes Ribeiro, tendo também dado o rosto e o corpo nos filmes deste: o Barata Boateiro em A Revolução de Maio (1937), o Chico do Austin do Feitiço do Império (1939), o Chico caixeiro de O Pai Tirano (1941), o Jerónimo de A Vizinha do Lado (1945) e o Ernesto Ledesma de O Primo Basílio (1959). Foi ainda protagonista, argumentista e realizador do mais popular filme português: O Pátio das Cantigas, estreado em 16 de janeiro de 1942, no Cinema Éden, que começou a rodar nos estúdios da Tobis em 29 de setembro de 1941. Integrou ainda os elencos de filmes de outros cineastas como A Menina da Rádio (1944) e O Grande Elias (1950) de Arthur Duarte, O Costa de África (1954) de João Mendes em que foi também argumentista, Aqui Há Fantasmas (1964) de Pedro Martins ou O Diabo Desceu à Vila (1978) de Teixeira da Fonseca.
Com o seu irmão fundou a companhia Os Comediantes de Lisboa (1944 – 1950) e também dirigiu o Teatro do Povo, em 1935, a convite de António Ferro, bem como o Teatro da Mocidade Portuguesa, o Teatro Universitário e o Teatro Nacional Popular (1957 – 1960), onde pela primeira vez em Portugal, em 1959, se levou à cena uma peça de Samuel Beckett: o À Espera de Godot. Em 1965, abriu o Teatro Villaret de Raul Solnado, com O Impostor Geral, a partir de O inspetor-geral de Gogol. Em 1977, integrou a Comissão Instaladora do Teatro Nacional de D. Maria II, cabendo-lhe a sua direção no período de 1978 a 1981, tendo aqui feito as suas últimas encenações como As Alegres Comadres de Windsor de Shakespeare ou A Bisbilhoteira de Eduardo Schwalbach. Colaborou ainda na televisão, nas peças Noite de Reis ou O Urso, bem como dirigindo com o seu irmão o documentário As Rodas de Lisboa (1951), comemorativo dos 50 anos da Carris de Lisboa.
Ribeirinho começara no teatro aos 6 anos, no verão de 1917, na revista Tiros sem bala, apresentada em Lisboa no Grémio dos Despretensiosos, e aos 18 anos, em 3 de outubro de 1929, estreou-se profissionalmente na Companhia de Chaby Pinheiro, em A Maluquinha de Arroios, de André Brun. Foi ainda repórter da revista Cinegrafia (1929 e 1930), sediada na Rua Capelo, nº 5 – 3º; casado com a atriz Maria Lalande de quem teve uma filha (Maria Manuel Lalande Lopes Ribeiro) assim como depois com a atriz Lourdes Lima; e galardoado com os prémios Eduardo Brazão, Chaby Pinheiro e o grau de oficial da Ordem Militar de Santiago da Espada.
Como Francisco Ribeirinho e/ou Ribeirinho o seu nome é também topónimo nos concelhos de Almada (na Costa de Caparica: Praceta, Rua e Travessa), Amadora (na Venda Nova), Cascais ( em Alcabideche e em São Domingos de Rana), Odivelas, Seixal (em Fernão Ferro), Oeiras (em Linda-a-Velha), Sintra (em Mem Martins, Rio de Mouro e na vila de Sintra) e Vila Franca de Xira (em A-dos-Bispos e em Vila Franca de Xira).