Francisco da Fonseca Benevides, o homem do Ensino Industrial também tomou por paixão o papel de historiador ao fazer a história do Teatro São Carlos e das Rainhas de Portugal, estando desde 1978 na memória toponímia da freguesia da Ajuda com a legenda «Físico e Historiador/1835 – 1911».
A Rua Fonseca Benevides vai da Rua do Casalinho da Ajuda à Rua do Sítio do Casalinho à Ajuda e ficou com o espaço da Rua C ao Casalinho da Ajuda desde a publicação do Edital municipal de 10 de agosto de 1978. Em 22 de maio de 1978, atendendo aos pedidos dos moradores locais, a Comissão Municipal de Toponímia foi de parecer que o nome de Fonseca de Benevides fosse atribuído em substituição da Rua Roy Campbell, por este último topónimo não ser funcional num bairro de características populares. Contudo, tal parecer nunca chegou a ser homologado e no mês de agosto desse ano foi atribuído um novo arruamento para o topónimo Rua Fonseca Benevides que é este onde ainda hoje permanece.
Francisco da Fonseca Benevides (Lisboa/28.01.1835 -19.05.1911), filho do Dr. Inácio António da Fonseca Benevides, concluiu o curso da Escola Politécnica de Lisboa e nesse mesmo ano de 1851 ingressou na Marinha como aspirante, onde ficou até 1856, tendo nessa altura completado também o curso da Escola Naval em 1853 e feito algumas viagens a bordo de navios de guerra.
Depois, foi o ensino industrial que prendeu a sua atenção. Em 1854 passou a ser professor de Física do Instituto Industrial de Lisboa, bem como de Hidrografia, de que foi também diretor na década de 90 oitocentista. Na Escola Naval de Lisboa foi docente de Mecânica e Artilharia (1865). Também desempenhou funções de Inspetor das Escolas Industriais de Portugal em 1884. Colaborou até em vários projetos de reforma este ensino, sobretudo no de Emídio Navarro apresentado em 1891. E ainda fundou o Museu Tecnológico do Instituto Industrial de Lisboa. Neste contexto publicou Curso de artilharia da Escola Naval: descrição do material de guerra (1858), Curso elementar de Física, contendo algumas noções de mecânica, e aplicações cientificas e industriais (1863), Tratado elementar de electricidade e magnetismo, contendo numerosas aplicações às ciências, artes e industria e Princípios de óptica, e suas aplicações aos instrumentos, aos faróis, à fotografia, aos efeitos teatrais, etc. (ambos em 1868).
Deste modo fez também parte das Comissões encarregadas de estudar as exposições Internacional do Porto (1856) e Universal de Paris (1867). Refira-se ainda que em agosto de 1869 sob os auspícios da Academia Real das Ciências, onde tinha sido admitido três anos antes, publicou Descrição dum novo aparelho para a demonstração das propriedades físicas dos vapores que foi denominado de Benevides e que também foi referido em revistas de Paris e de Madrid.
Mas a sua ligação à história de Lisboa, à olisipografia, opera-se em 1883 com a edição de O Real Teatro de S. Carlos de Lisboa, estudo histórico, a historia deste teatro desde a sua fundação, com muitos retratos, cromos e outras ilustrações, sendo que em 1902 saiu uma segunda parte com o movimento do teatro até este ano. Já em 1878 e 1879 dera a lume os dois volumes de Rainhas de Portugal. Recorde-se que em 1894 também publicou um romance histórico com o título No tempo dos franceses.
Fonseca Benevides foi agraciado com os graus de Cavaleiro da Ordem de Cristo (1862), Cavaleiro da Ordem de Santiago (1866) e Comendador da Ordem de Cristo (1867), bem como Cavaleiro de S. Maurício e de S. Lázaro de Itália.
Por documentação do Arquivo Municipal de Lisboa sabe-se que em 30 de setembro de 1908 comprou a Maria José Pombal e Silva e seu marido Henrique Ferreira, um jazigo no Cemitério dos Prazeres.
Francisco da Fonseca Benevides também se encontra na toponímia de Porto Salvo (Oeiras) e da Amadora.