Publicação municipal da Rotunda República da Colômbia

A publicação municipal de toponímia referente à Rotunda República da Colômbia, hoje distribuída no decorrer da inauguração oficial deste arruamento, na Freguesia do Parque das nações, já está online.

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Inaguração da Rotunda República da Colômbia na próxima sexta-feira, dia 19 de julho

Na próxima sexta-feira, dia 19 de julho, a Câmara Municipal de Lisboa vai inaugurar às 12:00 horas, a Rotunda República da Colômbia, na Freguesia do Parque das Nações.

A Câmara Municipal de Lisboa associa-se assim à celebração do bicentenário da independência e proclamação da República da Colômbia, para testemunhar nesta consagração toponímica a amizade entre os dois povos, cujas relações diplomáticas se iniciaram em 9 de abril de 1857, e especialmente, com a cidade de Bogotá, onde desde 1988 existe o Bairro Lisboa.

Simón Bolívar conduziu uma rebelião que culminou com a primeira Declaração de Independência em  20 de julho de 1810, data celebrada como o Dia da Independência da Nação. Seguiu-se em 1811 a proclamação das Províncias Unidas de Nova Granada, a que Fernando VII de Espanha respondeu com o enviou de forças militares para retomar o controlo da região, tendo restaurado o Vice-Reinado e perseguido implacavelmente os movimentos patrióticos, conseguindo assim uma longa guerra contra as forças pela independência, que só terminou em 7 de agosto de 1819, data em que foi proclamada a República da Grã-Colômbia, tendo sido seu primeiro Presidente Simón Bolívar que ganhou o epíteto de El Libertador.

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A Avenida Brasília da Torre de Belém

nas Freguesias de Alcântara e de Santa Maria de Belém – nas futuras Freguesias de Alcântara e de Belém

Freguesias de Alcântara e de Belém                                                           (Foto: José Carlos Batista)

Cerca de três meses depois da inauguração em 21 de abril de 1960 da cidade de Brasília como capital do Brasil,  Lisboa perpetuou-a numa Avenida alfacinha próxima da linha do Tejo, através do Edital municipal de 20 de julho de 1960,  que era a via pública a sul do caminho-de-ferro, paralela à Avenida da Índia, entre a passagem de nível de Alcântara-Mar e a Avenida da Torre de Belém aberta em 1945.

Este topónimo nasceu de um pedido do Almirante Sarmento Rodrigues – Ministro do Ultramar de Salazar, de 1950 a 1955 – ao Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, que era então António Vitorino França Borges, para se fixar em Lisboa a nova capital brasileira que iria suceder ao Rio de Janeiro (1763 a 1960), que por sua vez já sucedera a Salvador (1549 a 1763).

Em 1956, Juscelino Kubitschek – o Presidente do Brasil de 1956 a 1961 – convidou o arquiteto brasileiro das formas curvas, Oscar Niyemer, para projetar os edifícios públicos da nova capital brasileira, que ficaram concluídos antes de 1960, enquanto o plano da cidade, em forma de borboleta, foi ganho pelo  arquiteto Lúcio Costa.

Brasília é Património Histórico e Cultural da Humanidade desde 1987 e em 2008 foi Capital Ibero-Americana da Cultura.

Freguesias de Alcântara e de Belém         
(Planta: Sérgio Dias| NT do DPC)

#EuropeForCulture

Inauguração da Rotunda República Argentina amanhã

Amanhã, dia 21 de novembro,  às 12:00 horas, a Câmara Municipal de Lisboa, representada pela Srª Vereadora Catarina Vaz Pinto, e a Embaixada da República da Argentina, procederão à inauguração da Rotunda República Argentina, na Freguesia do Parque das Nações, com o descerramento das respetivas placas toponímicas.

Nesta mesma ocasião em que a edilidade lisboeta se associa às comemorações dos 200 anos da Independência da Argentina, será também inaugurado no local um busto do General José de San Martín, militar argentino fundamental na independência da Argentina, Chile e Peru na primeira metade do séc. XIX, oferecido pela Embaixada argentina à cidade de Lisboa.

A Rotunda República Argentina resultou da aprovação da proposta da Vereadora Catarina Vaz Pinto em reunião de câmara de 7 de dezembro de 2016, fixando assim o Edital municipal nº 15/2017, de 20 de janeiro de 2017,  na Rotunda à Avenida Ulisses o topónimo Rotunda República Argentina.

edital_15-2017-rotunda-republica-argentina

Da Praça das Colónias à do Ultramar e à das Novas Nações

Freguesia de Arroios (Foto: Ana Luísa Alvim)

Freguesia de Arroios
(Foto: Ana Luísa Alvim)

Em 1933, nasceu em junho no Bairro das Colónias a Praça das Colónias que em julho passou a ser Praça do Ultramar e que em 1975 com o processo de descolonização a decorrer se tornou a Praça das Novas Nações.

Uma das propostas do Movimento das Forças Armadas era o fim da Guerra Colonial , promessa que após a vitória em 25 de Abril de 1974 se cumpriu através da descolonização, em conformidade com o Programa dos Três «D» – Democratizar, Descolonizar e Desenvolver – e dessa nova mentalidade nasceu também em Lisboa a Praça das Novas Nações sobre a antiga Praça do Ultramar, na confluência da Rua da Ilha do Príncipe, Rua de Timor, Rua de Moçambique e Rua de Angola.

Recorde-se que a 8 de junho de 1974 uma Assembleia do MFA, na Manutenção Militar, decidiu o cessar-fogo imediato no Ultramar, que aliás foi uma reivindicação muita ouvida nas ruas após o 25 de Abril, e assim se definiu a urgência de avançar para a descolonização considerando até o atraso que já existia em relação a outras ex-colónias europeias cujo processo de descolonização se concluíra nos anos 60. No ano seguinte, por Edital municipal de 17 de fevereiro de 1975, a toponímia de Lisboa espelhou a nova realidade através do nascimento da Praça das Novas Nações, como forma de homenagear as 5 novas nações no continente africano –  Guiné (independência declarada unilateralmente em 24 de setembro de 1973 e reconhecida em 10 de setembro de 1974), Moçambique (25 de junho de 1975), Cabo Verde (5 de julho de 1975), São Tomé e Príncipe (12 de julho de 1975) e Angola (11 de novembro de 1975),  – e substituir a denominação Praça do Ultramar, cuja nomenclatura remetia para o Estado Novo e o domínio colonial.

A artéria havia nascido como Praça das Colónias, por edital municipal de 19/06/1933, e um mês depois passou a Praça do Ultramar. Pelo mesmo edital e no mesmo bairro – Bairro das Colónias – foram atribuídos também os seguintes topónimos, de acordo com a ordem do Edital: Rua de Angola, Rua de Moçambique, Rua da Guiné, Rua do Zaire, Rua da Ilha do Príncipe, Rua de Cabo Verde,  Rua da Ilha de São Tomé, Rua de Macau e Rua de Timor.

Freguesia de Arroios (Planta: Sérgio Dias)

Freguesia de Arroios
(Planta: Sérgio Dias)

 

 

 

 

 

Seis cidades e vilas da Guiné, Cabo Verde, Índia e Timor na toponímia de Olivais Sul

Freguesia dos Olivais - Placa Tipo IV (Foto: Sérgio Dias)

Freguesia dos Olivais – Placa Tipo IV
(Foto: Sérgio Dias)

Após a eclosão da guerra colonial, no decorrer das décadas de 60 e 70 do século XX, a edilidade lisboeta crismou os novos arruamentos dos Olivais com os nomes de militares mortos em combate (na Zona Norte) e também com os nomes de cidades e vilas que então pertenciam ao Império Português (na Zona Sul) e foi neste contexto que o edital municipal de 11 de julho de 1970 perpetuou na toponímia olivalense as guineenses cidades de Bafatá, Bissau e Bolama, bem como a cabo-verdiana Cidade da Praia, a indiana Cidade de Margão e a timorense Cidade de Dili, todas na célula D de Olivais Sul.

A Rua Cidade de Bafatá ficou no espaço das Ruas 1, 2, 3 e 4 da Célula D de Olivais Sul, a começar na Rua Cidade da Praia. Bafatá é uma cidade no centro da Guiné-Bissau, capital da Região de Bafatá e que ficou muito conhecida  por ser a terra natal de Amílcar Cabral. Em Portugal existe também uma Rua Bafatá na Cruz de Pau (Seixal).

A Rua Cidade de Bissau foi fixada na Rua D  da Célula D de Olivais Sul, a ligar a Avenida Marechal Gomes da Costa à Rua Cidade de Lourenço Marques. Bissau foi fundada em 1692 como vila, com fortificação militar e entreposto de tráfico de escravos dada a sua localização na costa atlântica e tornou-se a capital do país em 1836, bem como em 1915 e a partir de 9 de dezembro de 1941, sendo também a capital da Guiné-Bissau a partir de setembro de 1974. Existem Ruas de Bissau em Bragança, Guimarães, Valpaços, Ermesinde (Valongo), Vila Nova de Gaia, Marinha Grande, Prior Velho (Loures), Amadora, Cruz de Pau (Seixal), Quinta do Conde (Sesimbra), Santo André (Barreiro), uma Praceta de Bissau na Amora (Seixal) e Travessas de Bissau em Alcabideche e no Montijo.

Rua Cidade de Bolama colocada na Rua D2 com o Impasse DG e abrangendo os lotes 377 a 379, 382 a 387 e os lotes 389 a 393 da Célula D de Olivais Sul, tem início e fim na Rua Cidade de Bissau.  Bolama situa-se na ilha homónima e desde 1879 era a vila capital da antiga Guiné portuguesa, tendo sido  elevada à categoria de cidade em 1913, conservando-se como capital até 9 de dezembro de 1941. Existem no nosso país uma Avenida Cidade de Bolama na Aroeira, uma Rua Cidade de Bolama em Faro  e Ruas Bolama no Porto, Prior Velho e na Amora (Seixal).

A Rua Cidade da Praia ficou na Rua D1 com o Impasse DE e abrangendo os Lotes 342 a 345 e 355 a 373 da Célula D de Olivais Sul, ligando a Avenida Cidade de Lourenço Marques à Rua Vila de Catió.  Cidade desde 1858, a Praia começou a ser construída na segunda metade do séc. XVIII, junto da Praia de Santa Maria. É a capital de Cabo Verde desde 1770, por ordem do Marquês de Pombal, e também por ser a maior cidade do país. O topónimo repete-se em Bragança, Guimarães, Porto, Caldas da Rainha, Marinha Grande, Buarcos (Figueira da Foz), Prior Velho (Loures), Amadora, Alcabideche (Cascais), São Domingos de Rana (Cascais), Santo André (Barreiro), Montijo, Palmela, Amora (Seixal), Quinta do Conde (Sesimbra) e Faro.

A Rua Cidade de Margão foi fixada nas Ruas 5, 6, 7 e 8 da Célula D de Olivais Sul, com início na Rua Cidade da Praia. É a  segunda maior cidade do estado de Goa.

A Praça Cidade de Dili fixada no Impasse DB e incluindo os impasses DB’, DB”, DB”’ da Célula D de Olivais Sul, também começa na Rua Cidade da Praia. Em 10 de outubro de 1769 substituiu Lifau como capital de Timor português em meados do séc. XVII e até 11 de agosto de 1769, tendo sido elevada a cidade em janeiro de 1864.  É hoje a  capital de Timor Lorosae.  Este topónimo encontra-se também em Vila Real, Chaves, Bragança, Valpaços, Gondomar, Matosinhos, Valongo, Coimbra, Santarém, Prior Velho, Loures, Ericeira, Amadora, Alcabideche, Santo André (Barreiro), Montijo, Évora e Beja.

Freguesia dos Olivais (Planta: Sérgio Dias)

Freguesia dos Olivais
(Planta: Sérgio Dias)

A Rua Cidade de Negage para facilitar o trabalho dos CTT

Freguesia dos Olivais (Foto: Sérgio Dias)

Freguesia dos Olivais
(Foto: Sérgio Dias)

A Rua Cidade de Negage nasceu nos Olivais Sul por Edital municipal de 9 de fevereiro de 1971, para facilitar a distribuição de correio por parte dos CTT, a pedido destes.

A Rua Cidade do Negage, com início e fim na Rua Cidade de Carmona, era um troço desta designado por Impasse CK ou por Impasse C I L, com os prédios com números de Lotes 183 a 194. Assim, os C.T.T. – Correios e Telecomunicações de Portugal, com o intuito de ver o seu trabalho facilitado e sobretudo, evitar equívocos na distribuição de correio, solicitaram à Câmara pelo ofício nº 9898 de 3 de dezembro de 1970 que o troço passasse a ter designação própria, pretensão a que a Comissão Municipal de Toponímia deu parecer favorável, sugerindo para o efeito Rua Cidade de Negage, uma recente cidade, por ser uma cidade de Angola tal como as artérias circundantes.
A cidade de Negage é um dos 16 municípios da província do Uíge, no extremo norte de Angola mas localizado no quadrante sul da província do Uíge, a cerca de 37 Km da Vila General Carmona e depois de 1956, Cidade de Carmona (hoje Uíge), onde na década de 70 do séc. XX foi construída a Igreja de S. José Operário. Negage ou Ngage foi o nome duma sanzala que existia na zona, e a povoação foi fundada em 1925 como parte do Posto do Dimuca do Concelho de Ambaca. Tornou-se sede do Posto de Ngage ainda pertencendo ao Concelho de Ambaca mas em 1955 passou para o Concelho do Bembe do Distrito do Uíge. No ano seguinte criou-se o Concelho do Negage com sede em Negage, que em 1958 foi elevada à categoria de Vila e, 12 anos depois, em 26 de Junho de 1970 passou à categoria de Cidade.
Freguesia dos Olivais (Planta: Sérgio Dias)

Freguesia dos Olivais
(Planta: Sérgio Dias)

Doze cidades de Angola na toponímia de Olivais Sul desde 1969

Freguesia dos Olivais - Placa Tipo IV (Foto: Sérgio Dias)

Freguesia dos Olivais – Placa Tipo IV
(Foto: Sérgio Dias)

Pelo Edital de 10 de abril de 1969 a edilidade alfacinha colocou doze cidades de Angola na toponímia da Célula C de Olivais Sul, uma em Avenida, três em Praças e as restantes dez  em ruas.

As escolhidas ficaram assim nas placas toponímicas: Avenida Cidade de Luanda, Praça Cidade do Luso, Praça Cidade de Salazar, Praça Cidade de São Salvador, Rua Cidade de Benguela, Rua Cidade de Cabinda, Rua Cidade de Gabela, Rua Cidade de Lobito, Rua Cidade de Malanje, Rua Cidade de Nova Lisboa, Rua Cidade de Novo Redondo e Rua Cidade de Porto Alexandre.

Aliás, as atribuições toponímicas na cidade de Lisboa no decorrer da década de sessenta caracterizam-se justamente por referências à Guerra Colonial e à reafirmação do Império Colonial Português, com fixação do nome dos militares mortos em combate nos arruamentos de Olivais Norte  e das vilas e cidades das então colónias portuguesas nas artérias de Olivais Sul. Em 1967 foram 15 cidades e vilas de Moçambique na Célula B, a que se somaram em 1969 estas 12 denominações de Angola na Célula C, tendo sido acrescentadas em 1970 nomes da Guiné na Célula D e em 1971, foram mais 12 designações de vilas moçambicanas nos arruamentos da Célula E. Repare-se que tal procedimento na toponímia da cidade remonta ao início da década, já que na Ata da reunião da Comissão Municipal de Toponímia de 29 de novembro de 1963 se pode ler : «Despacho de Sua Excelência o Presidente, solicitando o parecer da Comissão acerca da oportunidade de se homenagear Angola através da denominação dos nomes das suas cidades, na toponímia de Lisboa; quais os novos arruamentos a que esses nomes poderiam ser atribuídos e, bem assim, se nessa homenagem se poderiam compreender as cidades de outras províncias ultramarinas. A Comissão, tendo em vista que a zona dos Olivais-Norte tem sido reservada para homenagear os nomes de militares mortos ao serviço da Pátria, é de parecer que a zona dos Olivais-Sul é o melhor local para a atribuição dos nomes de cidades ultramarinas.»

Pelo país, encontramos em Camarate, a Rua Cidade de Luanda, a Rua Cidade de São Salvador, a Rua Cidade de Benguela, a Rua Cidade de Lobito, a Rua Cidade de Cabinda e a Rua Cidade de Nova Lisboa, bem como a Rua Cidade de Luanda em Valpaços, Guimarães, Porto, Santo Tirso, Amadora, Odivelas, Famões, Pontinha, Alcabideche, Quinta do Conde e Corroios – somando também esta última a Rua Cidade de Benguela  e a Rua Cidade de Lobito -, ou a Rua Cidade de Porto Alexandre na Póvoa de Varzim e nas Caldas da Rainha, e ainda a Rua Cidade de Benguela em Manteigas, na Pontinha, Parede, Quinta do Conde (Sesimbra), Corroios, Barreiro e Setúbal.

Freguesia dos Olivais - Placa Tipo IV (Foto: Sérgio Dias)

Freguesia dos Olivais – Placa Tipo IV
(Foto: Sérgio Dias)