No Alto de Santa Catarina, a Rua do Lambaz passou a denominar-se Rua de Belver por Edital do Governo Civil de 16 de abril de 1867, sendo justificado no próprio Edital que tal sucedia por solicitação de «moradores da rua do Lambaz, freguesia de Santa Catharina, districto do Bairro da mesma denominação, o desejo que teem de que á mesma rua seja restituido o nome de Belver, que teve antigamente, e de que fôra desapossada por motivos que se ignoram».
A Rua do Lambaz está registada nas plantas e descrições da freguesia de Santa Catarina de acordo com a remodelação paroquial de 1770 como Rua do Lambas e Rua do Lambaz, assim como mais tarde surge na planta de 1856 de Filipe Folque, sendo a sua origem derivada de uma alcunha de um morador da zona segundo Júlio de Castilho, até o Governador Civil de Lisboa por este Edital de 1867 passar a identificá-la com o nome do sítio: Belver. O olisipógrafo Gomes de Brito afirma que «Antigamente chamada “Rua do Lambaz”, alcunha, veja Castilho, Tomo V, e substituída esta denominação pela actual, a instâncias do conselheiro José Silvestre Ribeiro, quando adquiriu a morada de casas em que residiu e faleceu, nº de polícia 12. Ao Monte de Santa Catarina, antes da fundação da igreja que o coroava, se chamou o monte de Belver, pitoresca denominação de todo o ponto conforme ao excelente panorama que dali se disfruta. José Silvestre Ribeiro aproveitou, pois, e mui naturalmente, a circunstancia, para ver deferida a sua pretensão.»
Norberto de Araújo , como olisipógrafo avançou que «O Alto de Santa Catarina, designação que foi simultânea com a de Belver, mas resistiu, deve a designação à circunstância de neste sítio – exactamente onde está êsse Palacete n.º 2, com pátio guarnecido de gradeamento – ter existido a Igreja paroquial de Santa Catarina do Monte Sinai» e acrescenta que «No Alto dêste cabeço havia, como atrás se disse, desde o século XV uma enorme Cruz de madeira, que servia de guia aos mareantes» que ficou na toponímia como Rua da Cruz de Pau (depois, Rua Marechal Saldanha). O local foi também denominado Pico da Boavista, Pico ou Monte de Belver ou Belveder.
No ano anterior ao novo topónimo dado pelo Governo Civil de Lisboa, entre 28 de março e 5 de abril de 1866, Luís de Almeida de Albuquerque (Serpa/02.06.1819 – 03.03.1906) apresentou à Câmara para autorização o traçado do prédio que acabou por edificar na rua do Lambaz, n.º 5 onde depois residiu. Por Edital municipal de 20 de julho de 1920, a Rua de Belver passou a designar-se Rua Dr. Luís de Almeida e Albuquerque. Norberto de Araújo relata ainda que Luís de Almeida e Albuquerque foi proprietário e diretor do Jornal do Comércio, que também sede nesta artéria.
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