A Rua do único massagista na toponímia de Lisboa

Freguesia do Lumiar (Foto: Sérgio Dias)

Freguesia do Lumiar
(Foto: Sérgio Dias)

Na sequência de uma Moção de Pesar da Câmara Municipal de Lisboa pelo falecimento do massagista desportivo Manuel Marques, o 1º e único desta área na toponímia lisboeta, passou este também a ser topónimo de um arruamento próximo do Estádio do Sporting, clube de sempre do homenageado, no que antes era a Rua I do Loteamento da Quinta das Pedreiras à Alameda das Linhas de Torres, através da publicação do Edital municipal de 6 de setembro de 1990.

1 Manuel Marques

Manuel Marques (Arganil- Nogueira/19.09.1910 – 12.05.1990/Lisboa)  conhecido no meio desportivo como massagista das mãos de ouro ou o homem das mãos mágicas, trabalhou durante 54 anos para o Sporting Clube de Portugal, entre 1936 e 1990,  o seu clube do coração, do qual era o sócio nº 231.

Manuel Marques veio com os seus pais viver para Lisboa aos 12 anos, tendo estudado na Escola Minerva e no Liceu Gil Vicente, após o que não concretizou o seu sonho de ser médico, mas concluiu aos 18 anos o curso de enfermagem dos Hospitais Civis de Lisboa, com elevadas classificações que lhe deram acesso a um lugar nos Hospitais Civis, que depois trocou pelos serviços médicos da CP, na estação do Rossio, para conseguir tempo para concluir o curso de massagista por correspondência do inglês Smae Institute e, aos 26 anos ingressar no departamento médico do Sporting Clube de Portugal.

O massagista leonino serviu também em algumas Seleções nacionais, como as de Atletismo, Boxe, Ciclismo, Esgrima, Futebol (a partir de 1942),  Hóquei em Patins e Voleibol,  para além de ser muito requisitado por jogadores de diversos clubes e ainda por cidadãos que dele conheciam a fama.

Manuel Marques foi alvo de diversas homenagens pelo seu clube. Em 1953, quando o Sporting conquistou o seu 2º tricampeonato atribui-lhe a camisola 12 em sinal de o considerarem o 12º jogador. Dez anos depois foi o primeiro a ser distinguido com o Prémio Stromp na categoria Dedicação, distinção que repetiu na categoria Especial em 1984, e após o seu falecimento a sala onde funciona o Posto Médico do clube leonino recebeu o seu nome. Foi ainda agraciado com a medalha de Ouro de Dedicação do Sporting (1965), o Leão de Ouro (em 1979 e em 2002) e a medalha nacional de Mérito Desportivo (1986).

Freguesia do Lumiar (Planta: Sérgio Dias)

Freguesia do Lumiar
(Planta: Sérgio Dias)

A Rua das Enfermeiras da Grande Guerra

Placa Tipo II

Placa Tipo II

Por hoje ser o Dia Mundial do Enfermeiro pegamos na Rua das Enfermeiras da Grande Guerra, topónimo que imprimiu na memória de Lisboa o nome das enfermeiras que prestaram assistência durante a Primeira Grande Guerra, de 1914 a 1918, em condições que as tornaram heroínas desses tempos.

Este arruamento paralelo à Rua Heliodoro Salgado resultou de uma deliberação de câmara de 18/08/1922 e Edital de 17/10/1924, num troço da Rua nº 4 do Bairro Marinho Lamosa, compreendido entre as Ruas nºs 2 e 3.

A Câmara Municipal de Lisboa procurou nesta época homenagear todos os que se empenharam no esforço de guerra. Cronologicamente, foi primeiro perpetuada Edith Cavell, uma enfermeira da Cruz Vermelha que conforme narra o edital municipal foi uma «Victima da tirania germanica fuzilada em Bruxellas em 13 de Outubro de 1915», e a Rua Edith Cavell tornou-se oficial em Lisboa 17 dias após a sua execução. Nove anos depois, pelo edital de 17 de outubro de 1924, homenagearam-se todas as enfermeiras que prestaram serviço durante a Guerra.

na Freguesia da Penha de França

na Freguesia da Penha de França