Hoje na Freguesia de Santa Maria Maior e a ligar a Calçada do Ferragial à Rua Vítor Cordon, a Travessa do Ferragial nasceu por Edital do Governo Civil de Lisboa de 7 de novembro de 1874 como novo topónimo do Beco da Linheira, na altura na freguesia dos Mártires e de São Julião do Bairro Central, por solicitação da Câmara Municipal de Lisboa, a partir de uma proposta do vereador Francisco Margiochi aprovada na edilidade lisboeta em 17 de agosto de 1874.
O quinhentista sítio do Ferragial é uma denominação que evoca uma planta de pasto e permaneceu no casco velho da cidade em três topónimos: a Calçada, a Rua e a Travessa, todos com a administração hoje repartida pelas freguesias de Santa Maria Maior e Misericórdia.
Ferragial provém do latim farrago e serve para designar o campo onde se cultivam cereais que ceifados verdes e antes de espigar servem de pasto para animais. De acordo com o olisipógrafo Luís Pastor de Macedo, « Já no “Sumário” encontramos, em 1551, na freguesia dos Mártires as ruas de Cima e do Ferregial. O “Itinerario lisbonense” descrimina bem: Ferregial de Baixo, a primeira à direita, subindo pela rua do Alecrim e termina na Calçada do Ferregial; Ferregial de Cima, a última à direita, entrando na rua de S. Francisco da Cidade, da parte do Chiado e termina ao tesouro velho.» Ainda segundo Luís Pastor de Macedo, a Travessa do Ferragial também terá sido chamada Calçadinha do Arroz.
Por este mesmo Edital do Governo Civil de 7 de novembro de 1874, foram também alterados os seguintes topónimos: a Travessa das Moças passou a Travessa do Olival a Santos, a Rua da Praga passou a integrar a Rua do Cardal de São José, o Pátio ou Largo da Alfândega Velha mudou para Rua do Cais da Alfândega Velha, assim como uma nova travessa aberta na Rua da Junqueira ganhou a denominação de Travessa do Cais da Alfândega Velha.
© CML | DPC | NT | 2019