A Estrela na Travessa do Salitre

A Travessa do Salitre em 1961 (Foto: Arnaldo Madureira, Arquivo Municipal de Lisboa)

A Travessa do Salitre, morada do Parque Mayer, em 1961
(Foto: Arnaldo Madureira, Arquivo Municipal de Lisboa)

«A Estrela», um conto de Vergílio Ferreira, inspirou um musical infantil levado a palco pela companhia II Acto, com João Frizza, Marco Mercier e FF, que em 2012 foi exibido no Teatro Maria Vitória, no Parque Mayer, com entrada pela  Travessa do Salitre.

A Travessa do Salitre nasceu pelo edital municipal de 28/05/1897 como nova denominação da antiga Travessa das Vacas que havia sido alargada em 1895. O olisipógrafo Norberto de Araújo resumiu a história  toponímica desta artéria assim: «Vamos passar da Alegria para o Salitre através da Travessa deste nome, e que foi logo a seguir ao Terramoto a Travessa das Vacas [assim surge referida nas plantas e descrições paroquiais após a remodelação paroquial de 1770] , e que no principio desse século [ XVIII] se chamava Travessa da Cotovia e antes, no século XVI, Travessa do Monturo.» O topónimo deriva, tal como a Rua do Salitre, das nitreiras da Horta dos frades Cartuxos ou Brunos, que existiram no fim da Calçada do Salitre.

Neste arruamento existiu o Teatro do Salitre, de 27 de novembro de 1782 até 1857, reabrindo em 1858 como Teatro Variedades mas acabando por ser demolido em 1879. Teve também esta artéria uma praça de touros, construída entre 1777 e 1780, e que na segunda década de oitocentos revertia uma parte das suas receitas para a Casa Pia de Lisboa e que apenas terminou quando em 3 de julho de 1831 se inaugurou a Praça de Touros do Campo de Santana e assim passou a circo de cavalinhos e de diversos espectáculos, sendo abandonada de 1865 a 1875 e demolida em 1880.

Freguesia de Santo António (Planta: Sérgio Dias)

Freguesia de Santo António
(Planta: Sérgio Dias)