A mãe do teatro independente num Largo da Quinta dos Barros

Placa Tipo IV

Placa Tipo IV

Luzia Maria Martins, encenadora por muitos considerada  a mãe do teatro independente português, desde o ano seguinte ao seu falecimento (Edital de 26/06/2001) dá o seu nome a um Largo que  provisoriamente  era referido como Rua C à Rua Virgílio Correia da Quinta dos Barros.

Luzia Maria Martins (Lisboa/27.05.1927 – 13.09.2000/Lisboa),  filha do cenógrafo Reinaldo Martins, foi uma grande figura do teatro português, destacando-se como encenadora, dramaturga e actriz. O  seu primeiro palco foi o  Politeama que pisou aos 6 anos e, aos 26 anos abalou para Londres, porque Portugal «era uma chatice» e, nessa cidade estudou teatro ao mesmo tempo que trabalhava para a BBC, como locutora e produtora das Secções Portuguesa e Brasileira, voltando de lá 11 anos depois com a também actriz Helena Félix, com quem e mais Valentina Trigo de Sousa, fundou no  Teatro Vasco Santana na Feira Popular de Lisboa, a companhia Teatro Estúdio de Lisboa (TEL), a primeira de teatro independente de Lisboa, através do qual deu a conhecer novos autores contemporâneos, particularmente anglo-saxónicos que ela própria traduziu, conjunto de que salientamos Arnold Wesker, David Storey, Edward Bond, Giraudoux, John Osborne, Marguerite Duras, Maxwell Anderson, Peter Shaffer, Rafael Alberti,  Roger Vitrac, Strindberg, Tchekov, Terence Rattigan, Thornton Wilder, Vaclav Havel e ainda, os portugueses Sttau Monteiro, Fernando Luso Soares e Prista Monteiro. Luzia Maria Martins usou também várias obras da sua autoria, a primeira das quais, o drama narrativo «Bocage, Alma Sem Medo», estreado com êxito em 1967 e logo proibido pela Comissão de Censura. Seus foram também o espectáculo baseado em Shakespeare – «Anatomia duma história de Amor» (1969), a adaptação do «Cândido» de Voltaire (1973), a crónica «Lisboa 1972-74» (1974) onde apareceu pela primeira vez a canção Uma Gaivota Voava, Voava cantada por Ermelinda Duarte, «Trapos e Rendas» (1975), «Tema e Variações» (1978) sobre a vida de Raul Brandão, «Quando a Banda Tocar» (1979) e «O Homem que julgava ser Camões» (1980). Com a extinção do TEL em 1991, Luzia Maria Martins ainda regressou ao palco do D. Maria II, em Abril de 1998, para interpretar o monólogo «Frida e a Casa Azul» , dedicado à pintora Frida Kahlo.

Freguesia de São Domingos de Benfica

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