Jardim do Marquês de Marialva ou do Campo Pequeno

Lápide do Jardim Marquês de Marialva, nos anos 50 do séc. XX (Foto: Fernando Martinez Pozal, Arquivo Municipal de Lisboa)

Em pleno Campo Pequeno encontramos o Jardim do Marquês de Marialva que ali nasceu no início do século XX.

Aquando da construção da Avenida Ressano Garcia (depois, Avenida da República), entre 1897 e 1903, foi organizado este Jardim, em quatro espaços equilibrados, a rodear a praça de touros que ali fora inaugurada em 1892. Com muitas árvores frondosas tornou-se frequentado nos dias de verão, assim como espaço de reunião dos aficionados para discutir as touradas, antes e depois das corridas. Mais tarde, por volta dos anos quarenta, foi acrescido de um parque infantil.

O Marquês de Marialva neste Jardim celebrado é o 4º, de seu nome completo Pedro José de Alcântara de Menezes Noronha Coutinho (09.11.1713-22.02.1799), filho de Diogo de Noronha e Joaquina Maria de Menezes ( 3ª marquesa de Marialva), conhecido como estribeiro-mor da Coudelaria Real de Alter do Chão, assim nomeado por D. José I, e nessa condição criador do sistema de equitação que ficou conhecido como arte de Marialva, em atenção ao seu nome nobiliárquico.

Na segunda metade do século XVIII foi considerado o melhor cavaleiro de Portugal do seu tempo, tendo tido um papel decisivo no aperfeiçoamento da Picaria Real e da arte equestre portuguesa, sendo conhecido pela chamada arte de Marialva de que foi  sucessora a Escola Portuguesa de Arte Equestre. Foi mesmo retratado demonstrando exercícios da alta escola no tratado de cavalaria do séc. XVIII, a  Luz da Liberal e Nobre Arte da Cavallaria (1790), da autoria de Manuel Carlos de Andrade (1755-1817).

D. João V fundara em 1748   a Coudelaria de Alter, para o Alter-Real ( sub-raça do cavalo Lusitano), um apuramento ordenado pelo próprio rei. Na segunda metade do séc. XVIII, D. José I ampliou a iniciativa de seu pai, estruturou a Coudelaria e deu-lhe o primeiro regime coudélico, para assim iniciar o período áureo da Coudelaria e do Alter-Real, sob orientação de D. Pedro de Alcântara e Menezes.

Este 4º Marquês de Marialva foi marido de Eugénia de Assis Mascarenhas, com quem teve seis filhos.

Freguesia das Avenidas Novas
(Planta: Sérgio Dias| NT do DPC)