Francisco Stromp, sportinguista de coração, tanto enquanto futebolista como enquanto dirigente do Clube, tem o seu nome inscrito na toponímia de Lisboa, no arruamento circundante do Estádio do Sporting Clube de Portugal, desde a publicação do Edital municipal de 26/03/1971.
Francisco Stromp (Lisboa/21.05.1891 – 01.07.1930/Lisboa) , nascido alfacinha no Largo do Intendente, foi um dos fundadores do Sporting Clube de Portugal em 1 de julho de 1906, após uma cisão no Campo Grande Football Clube que ele fundara com os seus irmãos António e José.
Não sendo um atleta ecléctico como o seu irmão António Stromp ainda assim foi campeão nacional de disco, bem como na estafeta dos 3x100m, e praticou ténis, críquete e râguebi. No futebol, integrou a equipa principal de 1908 a 1924 e foi mesmo capitão da selecção de Lisboa nos anos de 1916, 1917, 1920,1921 e 1922. Somou 107 jogos de 1ª. categoria, ocupando os lugares de médio-direito e de avançado-centro e conseguiu ser Campeão de Portugal em Futebol em 1922/1923. Com o seu irmão António também participou na Seleção Nacional que jogou no Brasil, em 1913. Desempenhou ainda as funções de treinador ou de «capitão-geral do futebol» como então se dizia, orientando a equipa e tomando as decisões necessárias dentro do campo, podendo por isso ser considerado o primeiro treinador campeão do Sporting Clube de Portugal, enquanto responsável pela vitória no Campeonato de Lisboa de 1914/15.
Como dirigente, Francisco Stromp esteve por dez vezes na direção do Sporting, como membro da Mesa da Assembleia Geral, Vogal e Vice-Presidente (1925/26).
A camisola sportinguista de duas metades verticais, verde e branca, uma das primeiras usadas pelo clube é conhecida como Stromp e ainda hoje é um dos equipamentos alternativos. O seu nome também inspirou o Grupo Stromp, criado em 1962, e que atribui o maior galardão do Clube, com o mesmo nome, e um busto seu, em bronze, na frente do Estádio de Alvalade evoca-o como «Fundador e sócio perpétuo» já que o nº 3 (que possuía à data do seu falecimento, com 38 anos) ficou de forma perpétua o seu número de sócio. Foi ainda galardoado em 1990 com a Medalha de Mérito Desportivo nacional.
Refira-se ainda que em simultâneo com a prática desportiva e associativa, Francisco Stromp era desde 1919 funcionário do Banco Nacional Ultramarino, como era apanágio dos desportistas na época para assegurarem a sua subsistência. E escolheu falecer no dia do 24º aniversário do Sporting Clube de Portugal.
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