A Rua do trompista e compositor Tomás Del Negro

Freguesia do Lumiar (Foto: Sérgio Dias)

Freguesia do Lumiar
(Foto: Sérgio Dias)

Tomás Del Negro, o solista de trompa e compositor que muito divulgou a música em Portugal na passagem do séc. XIX para o XX através de concertos públicos, jornais da especialidade e enquanto empresário teatral e musical, desde a publicação do Edital de 15/12/2003 que dá o seu nome a uma rua do Lumiar, a partir de uma sugestão da Comissão para a Comemoração do 150º Aniversário do Maestro Tomás Del Negro.

Esta artéria que era identificada como Rua 3.2 da Malha 15 do Alto do Lumiar  foi inaugurada oficialmente no dia 1 de outubro de 2004, Dia Mundial da Música, em conjunto com outros 7 topónimos, todos referentes à área musical: a Alameda da Música, a  Rua Adriana de Vecchi (Violoncelista/1896 – 1995), a Rua Arminda Correia (Cantora/1903 – 1988), a Rua Belo Marques (Músico/1898 – 1987), a Rua Luís Piçarra (Cantor/1917 – 1999),  a Rua Nóbrega e Sousa (Músico/1913 – 2001) e a Rua Shegundo Galarza (Músico/1924 – 2003).

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Joaquim Thomaz del Negro (Lisboa/05.06.1850 – 12.02.1933/Lisboa), oriundo de uma família italiana que cultivava a arte musical e estava estabelecida no alto comércio de Lisboa desde finais do séc. XVIII, nasceu na freguesia de Santos-O-Velho e foi batizado  na Igreja  de Nossa Senhora do Loreto. Distinguiu-se como uma das figuras mais conhecidas da música e do teatro da última metade do séc. XIX e primeiro quartel do séc. XX.

Notabilizou-se como solista de trompa do Teatro Real de São Carlos (até 1878 e depois de 1890), e em Madrid, na Capela e Teatro Real (de 1879 a 1889). Como compositor ficou conhecido por diversos géneros de música (sacra, de câmara, para piano, para trompa, para banda filarmónica), mas sobretudo, pela autoria de música para teatro e operetas. Divulgou a música sinfónica e de câmara, dando a conhecer pela primeira vez ao público de Lisboa obras de grandes compositores como Beethoven, Haydn, Mendelssohn, Wagner, Weber, Glimka e Saint-Saens.

Del Negro foi também dirigente da Associação Música 24 de Junho, fundada por Francisco Norberto dos Santos Pinto, assim como professor de trompa, durante 27 anos, no Conservatório Nacional de Música de Lisboa, para além de ter sido diretor musical e coproprietário de O Álbum-Jornal de Música para Piano (1869-1871), diretor musical de O Mundo Artístico – Gazeta Musical de Lisboa (1883) e colaborador e crítico musical de inúmeros jornais e revistas como Perfis artísticos (sob o pseudónimo de Ruy Blas), A semana Musical e a Semana. Foi também empresário e diretor musical dos Teatros D. Afonso,  Carlos Alberto, Real de S. João e Príncipe Real, todos no  Porto, bem como do Teatro da Trindade, em Lisboa.

Tomás Del Negro foi condecorado com as Ordens portuguesas de Cristo e de Santiago de Espada, assim como com a Ordem espanhola de Isabel-a-Católica e chegou a existir um concurso para trompistas com o seu nome.

Freguesia do Lumiar (Planta: Sérgio Dias)

Freguesia do Lumiar
(Planta: Sérgio Dias)