O Aqueduto das Águas Livres

Construído entre 1731 e 1799 por determinação do Rei D. João V, a sua construção foi possível graças à cobrança de um imposto denominado Real de Água, lançado sobre bens essenciais como o azeite, o vinho e a carne.

Considerado como uma obra notável de engenharia hidráulica, o seu percurso corresponde ao percurso do antigo aqueduto romano. Usando um vasto sistema de captação e transporte de água, por via gravítica, recorreu das nascentes de água das Águas Livres integradas na bacia hidrográfica da serra de Sintra, na zona de Belas, a noroeste de Lisboa.

No seu conjunto constitui-se por um troço principal de 14 km de extensão – com início na Mãe de Água Velha, em Belas, e final no reservatório da Mãe de Água das Amoreiras, em Lisboa -, deste partem troços secundários destinados a transportar a água de cerca de 60 nascentes, e ainda constam cinco galerias para abastecimento de cerca de 30 chafarizes da capital. No total, o sistema do Aqueduto das Águas Livres, dentro e fora de Lisboa, atingia cerca de 58 km de extensão em meados do século XIX, tendo as suas águas deixado de ser aproveitadas para consumo humano a partir da década de 60, do século XX.

A extraordinária arcaria sobre o vale de Alcântara, numa extensão de 941 m, é composta por 35 arcos, incluindo, entre estes, o maior arco em ogiva de pedra, no mundo, com 65,29 m de altura e 28,86 m de largura. O caminho público existente na parte superior da arcaria esteve fechado desde 1853, em parte devido aos crimes praticados por Diogo Alves, um criminoso que assaltava os transeuntes no aqueduto e depois lançava as vítimas do alto dos arcos, simulando um suicídio. Diogo Alves foi julgado e condenado à morte.

Classificado como Monumento Nacional desde 1910.

O Museu da Água promove e dinamiza visitas livres e guiadas à arcaria do vale de Alcântara.

Texto: © Sofia Tempero|CML | DPC | 2018
Fotos: © José Vicente |CML | DPC | 2018

#EuropeForCulture