Newton

Busto de Newton na Academia das Ciências de Lisboa
(Foto: António da Silva Fernandes Duarte © CML | DPC | Arquivo Municipal de Lisboa)

 

A Rua Newton, proposta na reunião de Câmara de 17 de agosto de 1916 como Rua Lord Byron, no Edital de 24 do mesmo mês, passou antes a homenagear Newton, ficando assim perpetuada no Bairro de Inglaterra uma personalidade inglesa incontornável na área das ciências e do pensamento científico.

Isaac Newton (Woolsthorpe/25.12.1642 ou 04.01.1643 – 20.03.1726 ou 31.03.1727/Kensington), descobriu a Lei da Gravidade, a fórmula do Binómio, a lei da viscosidade e a natureza corpuscular da luz. Foi um cientista reconhecido como físico, matemático, astrónomo, alquimista, filósofo e teólogo, considerado por muitos como o pai da ciência moderna pelas suas descobertas notáveis.

Ao estudar no Trinity College de Cambridge, onde concluiu a sua formação em 1665, contactou com obras de Euclides, Descartes, J. Kepler, G. Galilei, entre outros, autores que se viriam a revelar decisivos, tendo mesmo dado continuidade aos trabalhos iniciados por Galilei, nomeadamente através do método experimental e desenvolvendo a teoria heliocêntrica. A interrupção forçada do seu percurso académico devido à peste negra que assolou Inglaterra e levou ao encerramento da universidade entre 1665 e 1667, revelou-se profícua para Newton pois corresponde ao período mais produtivo em termos das suas descobertas: o teorema binominal, o cálculo, a lei da gravidade (que ficará para sempre associada à descrição da suposta maçã que lhe caiu sobre a cabeça, facto que despertou a sua curiosidade para a sua compreensão) e, ainda, a natureza das cores.

Por ser um homem reservado e sem grande empatia social, as suas descobertas e trabalhos foram divulgados e conhecidos pela comunidade científica através do seu professor Isaac Barrow, o que chamou a atenção da Royal Society que na época era a instituição mais importante neste domínio.

Foi em 1668 que Newton inventou o telescópio refletor e não refrator como os existentes até então, que ficou conhecido como o “telescópio newtoniano”. Três anos depois publica a sua primeira obra intitulada Métodos das Fluxões. Foi, porém, o livro seguinte, publicado em 1687 em 3 volumes, que foi reconhecido e considerado um dos mais importantes na área científica – Principia (Philosophiae Naturalis Principia Matematica) – onde descreveu a lei da gravitação universal e as suas três Leis (Lei da Inércia, Lei Fundamental da Dinâmica, Lei da Ação-Reação) que fundamentam a mecânica clássica. Os seus estudos em torno da luz e da ótica foram o tema de um outro livro, Optica (1704), que foi escrito numa linguagem mais acessível alcançando assim um maior número de leitores. Também as suas pesquisas no domínio da matemática, em 1707, foram alvo de publicação – Aritmética Universal.

Newton também foi Professor em Cambridge, a partir de 1667; um dos dois membros da Universidade no Parlamento, em janeiro de 1689; presidente da Royal Society a partir de 1703 e reeleito ano após ano até falecer; e, o primeiro cientista a receber a honra de ser armado cavaleiro (Sir) pela rainha Ana, em 1705. Precursor do culto da razão e do espírito crítico e sustentando o seu conhecimento na experimentação, características indissociáveis do Iluminismo, o impacto do trabalho realizado por Isaac Newton foi muito para além do seu próprio tempo, alcançando grande impacto na história da ciência.

© CML | DPC | NT | 2019

Galileu Galilei

Galileu Galilei, considerado o pai da ciência moderna, desde 2008 que tem o seu nome perpetuado em Lisboa, na que era a Rua Sul (Centro Comercial Colombo). Pelo mesmo Edital de 3 de julho de 2008 a edilidade lisboeta evocou nas proximidades mais dois cientistas, com a Rua Albert Einstein (na Rua Norte) e a Rua Aurélio Quintanilha (na Rua Poente).

Galileu Galilei (Itália-Pisa/15.02.1564 — 08.01.1642/Florença-Itália) foi um catedrático de matemática, físico, astrónomo e filósofo italiano que deu início ao método científico como hoje o conhecemos, sem se basear já na metodologia aristotélica. As suas invenções e descobertas, desenvolvidas entre os séculos XVI e XVII, vieram alterar o conhecimento e a relação do homem com o mundo.

Galileu melhorou significativamente o telescópio refrator e com ele descobriu as manchas solares, as montanhas da Lua, as fases de Vénus, quatro dos satélites de Júpiter, os anéis de Saturno e as estrelas da Via Láctea, e como resultado destas observações publicou em 1610 Siderius Nuncius (Mensageiro das Estrelas). Estas descobertas contribuíram decisivamente para defender que era a Terra que girava à volta do Sol e não o contrário, sistema que já o astrónomo polaco Copérnico havia defendido. Em 1616, a Inquisição pronunciou-se contra a ideia do Sol ser o centro do Universo e considerou herética a teoria heliocêntrica, pelo que Galileu foi proibido falar do heliocentrismo como realidade física e foi convocado ao Tribunal do Santo Ofício, que concluiu que não existiam provas suficientes para concluir afirmar que a Terra se movia em volta do Sol e admoestou Galileu a abandonar a defesa da sua teoria heliocêntrica. Inconformado, Galileu Galilei publicou em 1632 o livro Dialogo di Galileo Galilei sopra i due Massimi Sistemi del Mondo Tolemaico e Copernicano (“Diálogo sobre os dois principais sistemas do mundo – o ptolemaico e o copernicano”), a defender o heliocentrismo, escrito originalmente em italiano e não em latim como era habitual à época tornando-o assim acessível a um universo mais vasto de leitores, para além dos seus pares, alguns dos quais viam com desconfiança as suas teorias. Esta obra foi incluída no Index (lista dos livros proibidos pela Igreja), pelo que foi julgado e condenado a prisão e a abjurar as suas ideias, tendo passado os seus últimos anos de vida em prisão domiciliária.

Galileu desenvolveu também os primeiros estudos sistemáticos do movimento uniformemente acelerado e do movimento do pêndulo, descobriu a lei dos corpos e, enunciou o princípio da inércia e o conceito de referencial inercial, ideias precursoras da mecânica de Newton, assim como inventou novos instrumentos como a balança hidrostática, um tipo de compasso geométrico que permitia medir ângulos e áreas, um termómetro que ficou conhecido pelo seu nome e, foi o precursor do relógio de pêndulo.

A atividade de Galileu Galileu permitiu avanços irreversíveis e foi ponto de partida para novos progressos científicos, sobretudo a partir do recurso ao método da experimentação sistemática cruzando teorias e práticas de vários domínios do saber.

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Fonseca Benevides, o homem do Ensino Industrial que fez a história do Teatro São Carlos

Freguesia da Ajuda
(Foto: Google Maps editada pelo NT do DPC)

Francisco da Fonseca Benevides, o homem do Ensino Industrial também tomou por paixão o papel de historiador  ao fazer a história do Teatro São Carlos e das Rainhas de Portugal, estando desde 1978 na memória toponímia da freguesia da Ajuda com a legenda «Físico e Historiador/1835 – 1911».

A Rua Fonseca Benevides vai da Rua do Casalinho da Ajuda à Rua do Sítio do Casalinho à Ajuda e ficou com o espaço da Rua C ao Casalinho da Ajuda desde a publicação do Edital municipal de 10 de agosto de 1978. Em 22 de maio de 1978, atendendo aos pedidos dos moradores locais, a Comissão Municipal de Toponímia foi de parecer que o nome de Fonseca de Benevides fosse atribuído em substituição da Rua Roy Campbell, por este último topónimo não ser funcional num bairro de características populares. Contudo, tal parecer nunca chegou a ser homologado e no mês de agosto desse ano foi atribuído um novo arruamento para o topónimo Rua Fonseca Benevides que é este onde ainda hoje permanece.

Francisco da Fonseca Benevides (Lisboa/28.01.1835 -19.05.1911), filho do Dr. Inácio António da Fonseca Benevides, concluiu o curso da Escola Politécnica de Lisboa e nesse mesmo ano de 1851 ingressou na Marinha como aspirante, onde ficou até 1856, tendo nessa altura completado também o curso da Escola Naval em 1853 e feito algumas viagens a bordo de navios de guerra.

Depois, foi o ensino industrial que prendeu a sua atenção.  Em 1854 passou a ser professor de Física do Instituto Industrial de Lisboa, bem como de Hidrografia, de que foi também diretor na década de 90 oitocentista. Na Escola Naval de Lisboa foi docente de Mecânica e Artilharia (1865). Também desempenhou funções de Inspetor das Escolas Industriais de Portugal em 1884. Colaborou até em vários projetos de reforma este ensino, sobretudo no de Emídio Navarro apresentado em 1891. E ainda fundou o Museu Tecnológico do Instituto Industrial de Lisboa. Neste contexto publicou Curso de artilharia da Escola Naval: descrição do material de guerra (1858), Curso elementar de Física, contendo algumas noções de mecânica, e aplicações cientificas e industriais (1863), Tratado elementar de electricidade e magnetismo, contendo numerosas aplicações às ciências, artes e industria Princípios de óptica, e suas aplicações aos instrumentos, aos faróis, à fotografia, aos efeitos teatrais, etc. (ambos em 1868).

Deste modo fez também parte das Comissões encarregadas de estudar as exposições Internacional do Porto (1856) e Universal de Paris (1867). Refira-se ainda que em agosto de 1869 sob os auspícios da Academia Real das Ciências, onde tinha sido admitido três anos antes, publicou Descrição dum novo aparelho para a demonstração das propriedades físicas dos vapores que foi denominado de Benevides e que também foi referido em revistas de Paris e de Madrid.

Mas a sua ligação à história de Lisboa, à olisipografia, opera-se em 1883 com a edição de O Real Teatro de S. Carlos de Lisboa, estudo histórico, a historia deste teatro desde a sua fundação, com muitos retratos, cromos e outras ilustrações, sendo que em 1902 saiu uma segunda parte com o movimento do teatro até este ano. Já em 1878 e 1879 dera a lume os dois volumes de Rainhas de Portugal. Recorde-se que em 1894 também publicou um romance histórico com o título No tempo dos franceses.

Fonseca Benevides foi agraciado com os graus de Cavaleiro da Ordem de Cristo (1862), Cavaleiro da Ordem de Santiago (1866) e Comendador da Ordem de Cristo (1867), bem como Cavaleiro de S. Maurício e de S. Lázaro de Itália.

Por documentação do Arquivo Municipal de Lisboa sabe-se que em 30 de setembro de 1908 comprou a Maria José Pombal e Silva e seu marido Henrique Ferreira, um jazigo no Cemitério dos Prazeres.

Francisco da Fonseca Benevides também se encontra na toponímia de Porto Salvo (Oeiras) e da Amadora.

Freguesia da Ajuda
(Planta: Sérgio Dias| NT do DPC)

Inaugura amanhã às 13: 00 horas, o Largo José Mariano Gago, no Parque das Nações

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Amanhã, Dia Nacional da Cultura Científica,  às 13:00 horas, o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, acompanhado pela Vereadora da Cultura e Presidente da Comissão Municipal de Toponímia, Catarina Vaz Pinto, procederá à inauguração do Largo José Mariano Gago, frente ao Pavilhão do Conhecimento – Centro Ciência Viva, que passará a ter este topónimo como morada, na freguesia do Parque das Nações.

Estarão também presentes na cerimónia Eduardo Ferro Rodrigues, Presidente da Assembleia da República; António Costa, Primeiro-Ministro; Manuel Heitor, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior; Maria Fernanda Rollo, Secretária de Estado da Ciência; e Rosalia Vargas, Presidente da Ciência Viva.

Na ocasião será plantado neste Largo um plátano oriental (Platanus orientalis), árvore que acompanha o conhecimento, seguida de uma intervenção de Paulo Farinha Marques, Diretor do Jardim Botânico do Porto, bem como da leitura de Poema  das Folhas Secas de Plátano, de António Gedeão, cuja data de nascimento serviu para a a criação do Dia Nacional da Cultura Científica.

José Mariano Gago (Lisboa/16.05.1948-17.o4.2015/Lisboa), foi o grande divulgador e promotor dos estudos científicos e tecnológicos em Portugal, participando ativamente na sua implementação. Possuidor de uma natural capacidade de liderança guiou a sua geração e procurou abrir o caminho às futuras gerações de cientistas. Empenhou-se em colocar a investigação científica e tecnológica na agenda política portuguesa e inserir a argumentação científica nos debates sociais e na decisão política democrática.

Foi físico no campo da aceleração e colisão de partículas e das altas energias na Organização Europeia de Pesquisa Nuclear (CERN – Suíça), presidente da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica (JNICT) e professor catedrático em Física no Instituto Superior Técnico. Pensou e escreveu o Manifesto para a Ciência em Portugal, que procurou implementar quando convidado a integrar os XIII e o XIV Governos Constitucionais, de António Guterres, entre 1995 e 2002. Foi titular do 1º ministério vocacionado integralmente para as áreas científicas e tecnológicas, o Ministério da Ciência e da Tecnologia. Nele trabalhou para cimentar o desenvolvimento e a prática de uma cultura do conhecimento e investigação científica, criando os centros Ciência Viva, com o objetivo de levar a experimentação à escola e o conhecimento da ciência à rua. Voltou à vida política entre 2005 e 2011, agora na qualidade de Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, para integrar os XVII e XVIII Governos Constitucionais, de José Sócrates. Aí trabalhou principalmente na área do Ensino Superior, sendo responsável pela implementação do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior que estabeleceu várias mudanças no modelo vigente da sua organização e gestão, com o objetivo final de concretizar uma maior independência do Estado.
Freguesia do Parque das Nações (Planta: Sérgio Dias)

Freguesia do Parque das Nações
(Planta: Sérgio Dias)

A Rua de Sir Newton que esteve para ser de Lord Byron

Freguesia de Arroios (Foto: Sérgio Dias)

Freguesia de Arroios
(Foto: Sérgio Dias)

A Rua Newton, começou por ser proposta na reunião de Câmara de 17 de agosto de 1916 como Rua Lord Byron mas no Edital de 24 do mesmo mês passou antes a homenagear Newton, sendo os restantes arruamentos do bairro denominados Rua Cidade de Cardiff, Rua Cidade de Liverpool, Rua Cidade de Manchester e Rua Poeta Milton, ficando assim perpetuadas no Bairro de Inglaterra uma personalidade inglesa das área das ciências e outra da área das letras, para além de três cidades do Reino Unido.

A Rua Newton, que vai da Rua Cidade de Liverpool à Rua de Moçambique, era a Rua Aurora do antigo Bairro Brás Simões, comerciante e proprietário das terras que urbanizou e que crismou as artérias com nomes de familiares seus, como era costume na época antes de entregar os seus arruamentos particulares à Câmara em 13 de outubro de 1913, o que permitiu à edilidade pelo Edital de 24 de agosto de 1916 passar também a Rua Maria Gouveia a Rua Cidade de Cardiff , a Rua José de Sousa a Rua Cidade de Liverpool, a Rua Isabel Leal a Rua Cidade de Manchester e a Rua Margarida a Rua Poeta Milton.

@ NewtonIsaac Newton (Woolsthorpe/25.12.1642 ou 04.01.1643 – 20.03.1726 ou 31.03.1727/Kensington), por muitos considerado o pai da ciência moderna, descobriu a Lei da Gravidade, a fórmula do Binómio, a lei da viscosidade e a natureza corpuscular da luz. Foi um cientista reconhecido como físico, matemático, astrónomo, alquimista, filósofo e teólogo. A sua Principia (Philosophiae Naturalis Principia Matematica), publicada em 1687, onde descreveu a lei da gravitação universal e as suas três Leis – Lei da Inércia, Lei Fundamental da Dinâmica, Lei da Ação-Reação – que fundamentam a mecânica clássica, é reconhecida como das mais influentes na história da ciência.

Newton também foi Professor em Cambrigde, a partir de 1667; um dos dois membros da Universidade no Parlamento, em janeiro de 1689; presidente da Royal Society a partir de 1703 e reeleito ano após ano até falecer; e o primeiro cientista a receber a honra de ser armado cavaleiro (Sir) pela rainha Ana, em 1705.

Freguesia de Arroios (Planta: Sérgio Dias)

Freguesia de Arroios
(Planta: Sérgio Dias)

 

A Rua do cientista pai de E=mc²

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O cientista reconhecido como pai da Teoria da Relatividade e da fórmula E=mc², Albert Einstein, desde 2008 que dá o seu nome a uma artéria junto ao Centro Comercial Colombo.

Foi pelo Edital de 03/07/2008 que Albert Einstein ficou na Rua Norte, enquanto Galileu Galilei se fixou na Rua Sul e, Aurélio Quintanilha na Rua Poente. Os dois primeiros topónimos surgiram por proposta de Manuel Fiolhais e, a do cientista português foi uma sugestão conjunta de António Valdemar e Appio Sottomayor.

Albert Einstein (Alemanha/14.03.1879 – 18.04.1955/EUA) foi um físico radicado desde 1933 nos Estados Unidos da América, autor da Teoria da Relatividade Geral em 1905 – que é um dos pilares da física moderna- e que em 1921 foi galardoado com o Prémio Nobel da Física, pela explicação do chamado efeito fotoelétrico. Note-se que aos 16 anos (1896) já Einstein renunciara à naturalidade alemã para evitar o serviço militar e, conseguiu a naturalização suíça no ano de 1901 que manteve em paralelo com a norte-americana a partir de 1940.

Einstein trabalhou também problemas de mecânica estatística e teoria quântica e vinculou-se ao Instituto de Estudos Avançados de Princeton até à sua morte. Em vésperas da II Guerra Mundial, recomendou a Roosevelt a pesquisa de uma arma atómica porque a Alemanha o estaria a fazer e, mais tarde, com Bertrand Russel, lançou um manifesto para mostrar o perigo das armas nucleares cujo desenvolvimento possibilitado pelo seu trabalho teórico ele não previra.

Refira-se ainda que Einstein é considerado um  génio e que, em 1999, foi eleito por 100 físicos como o mais memorável físico de todos os tempos e a revista Time elegeu-o «Pessoa do Século XX», para além de ter sido dado o seu nome a uma unidade usada na fotoquímica – o einstein -, bem como a um elemento químico com o número atómico 99, o einsténio.

Freguesia de Carnide (Foto: Sérgio Dias)

Freguesia de Carnide
(Foto: Sérgio Dias)

Freguesia de Carnide (Planta: Sérgio Dias)

Freguesia de Carnide
(Planta: Sérgio Dias)

A Alameda do revelador dos Raios X

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No âmbito das comemorações do centenário da descoberta dos Raios X a Câmara Municipal de Lisboa associou-se à homenagem a Roentgen e, deu o nome deste cientista à Alameda Central à Quinta dos Inglesinhos,  através do Edital Municipal de 6 de abril de 1995.

O alemão Wilhelm Conrad Röntgen (Lennep/27.03.1845 – 10.02.1923/Munique) foi um físico que em 1895, no decorrer das suas experiências com raios catódicos, descobriu os Raios X, também designados como Raios Roentgen, o que lhe granjeou fama mundial e o Prémio Nobel da Física no ano de 1901, bem como um Museu com o seu nome na sua terra natal.

A descoberta ocorreu em novembro de 1895 e Roentgen usou a designação matemática para algo desconhecido denominando-os raios-X. Cinquenta dias depois publicou o artigo original da descoberta «Ueber Eine Neue Art von Strahlen» (Sobre uma Nova Espécie de Raios), em 28 de dezembro. Seis dias antes conseguira a 1ª chapa radiográfica, a mão da sua mulher e, hoje é considerado o pai da Radiologia de Diagnóstico médico.

Roentgen doou o dinheiro do Prémio Nobel à sua universidade, certo de que a ciência devia estar ao serviço da humanidade e não do lucro e, à semelhança da escola científica alemã da época, rejeitou registrar qualquer patente relacionada com a sua descoberta.

Formado pela Escola Politécnica de Zurique, em 1866, também leccionou física e matemática em Hohenheim (1875), Estrasburgo (1876), Geissen (1879) e Würzburg (1880), universidade de que foi também reitor a partir de 1886 e, a partir de 1900 ainda foi o físico chefe da Universidade de Munique.

Edital nº 00/00 de

Edital nº 43/95 de 6 de abril de 1995

Freguesia de Carnide

Freguesia de Carnide

A Avenida da nobelizada Marie Curie

Marie Curie em 1927

Marie Curie em 1927

Marie Curie, duas vezes galardoada com o Prémio Nobel (um da Física e outro da Química) e, a primeira mulher a receber essa distinção da Academia Sueca, deu nome a uma Avenida de Lisboa como Madame Curie, no ano de 1932.

Pelo Edital de 12 de março de 1932, na Avenida B do projeto aprovado em sessão de câmara de 15 de maio de 1930, nasceu a Avenida Madame Curie, isto é, no mesmo ano em que a homenageada fundou o Instituto do Rádio de Paris.

Marie Sklodowska Curie (Polónia-Varsóvia/07.11.1867- 04.07.1934/Seaux-França) foi uma cientista polaca, naturalizada francesa pelo seu casamento com Pierre Curie, em 1895. Havia ido para Paris em 1891, para conseguir estudar na universidade e, com o seu marido e Henri Becquerel descobriu os elementos radioativos do rádio e do polónio (nome que ela deu em homenagem ao seu país de origem), e  que valeu aos três o Prémio Nobel da Física, em 1903 e, a tornou a 1ª mulher a receber um Nobel. E passados 7 anos, em 1911, Marie Curie recebeu também o Prémio Nobel da Química, pela obtenção do rádio em estado puro.

Marie Curie que se doutorou  na Sorbonne em 1903, e foi assim  a 1ª mulher a receber tal título nesta universidade parisiense, foi também a primeira  a leccionar nela, ao suceder ao seu marido na cadeira de Física Geral, após a morte deste em 1906. Refira-se que o Cúrio, o elemento 96 da tabela periódica, foi  assim batizado em honra do casal Curie. Marie Curie ainda fundou e dirigiu o Instituto do Rádio de Paris e, o seu livro Radioactivité, escrito ao longo de vários anos e publicado a título póstumo, foi considerado basilar nos estudos relacionados com a Radioatividade clássica. Marie Curie foi ainda a 1ª mulher a ter os  seus restos mortais no Panteão de Paris, no ano de 1995.

A sua filha Irène, com o seu marido Frédéric Joliot, receberam também o Prémio Nobel da Química, pela obtenção de novos elementos radioativos, em 1935.

(Foto: Artur Inácio Bastos, 1961, Arquivo Municipal de Lisboa)

(Foto: Artur Inácio Bastos, 1961, Arquivo Municipal de Lisboa)

Freguesia de São Domingos de Benfica

Freguesia de São Domingos de Benfica

A rua do pioneiro da Física Atómica e Nuclear no seu 110º aniversário

manuel valadares

No dia do 110º aniversário do Prof. Manuel Valadares, um dos pioneiros portugueses na área da Física Atómica e Nuclear, recordamos que desde o Edital de 01/02/1991 é o seu nome que dá topónimo à Rua A da Urbanização da Quinta da Amoreira à Azinhaga da Cidade como Rua Professor Manuel Valadares, na Freguesia de Santa Clara

Este topónimo resultou de uma proposta do Arquitecto José Luiz da Costa Quintino, representante da Universidade de Lisboa na Comissão Municipal de Toponímia de Lisboa, apresentada na reunião de 9 Novembro de 1990.

Manuel José Nogueira Valadares (Lisboa/26.02.1904 -31.10.1982/Paris) foi professor universitário, licenciado em Física pela Faculdade de Ciências de Lisboa, onde ficou como docente a partir de 1927, tendo também sido assistente do Instituto Português de Oncologia de 1929 a 1932. Em 1929-1930, com uma bolsa da Junta de Educação Nacional,  foi para o Instituto do Rádio de Genebra, onde trabalhou sob a direcção de E. Wassemer e, de seguida, de 1930 a 1933, realizou o seu doutoramento em Paris, sob a orientação de Marie Curie, com a tese intitulada «Contribution à la spectrographie par diffraction cristalline du rayonnement gamma». Nesta época também frequentou o Instituto Mainini, que desenvolvia investigação sobre obras de arte do Museu do Louvre e,  mais tarde aproveitará esses conhecimentos para fundar  um laboratório para investigação de obras de arte, no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa,tendo também publicado alguns trabalhos sobre este domínio. 

Regressado a Portugal, Manuel Valadares orientou as suas investigações para os domínios da Física Nuclear e da Espectrometria dos Raios X.  No biénio de 1940–1941 esteve em Itália, onde desenvolveu pesquisas no Istituto di Volta, e no Laboratório di Física dell’Istituto di Sanita Pubblica e, na volta desempenhou um papel importante no início da investigação atómica e nuclear no Laboratório de Física da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, bem como regeu a cadeira de Física F. Q. N. (Física, Química e Naturais) destinada a estudantes de medicina. 

Em Junho de 1947, juntamente com um grande número de destacados professores universitários e investigadores, foi demitido pelo governo de Salazar e, em Novembro desse mesmo ano foi para Paris, a convite de Irène Joliot-Curie, onde ocupou diversos cargos académicos. Trabalhou no  C.N.R.S. e foi também director do Centre de Spéctrométrie Nucléaire et de Spéctrométrie de Masse, em Orsav, até 1968. Destacam-se os seus trabalhos com Rosenblum, sobre espectrometria nuclear, que mereceram em 1966 o prémio La Caze, da Académie des Sciences de Paris. Colaborou ainda na orientação de teses de doutoramento de vários investigadores, em espectrometria de Raios X e em Física Nuclear. 

Manuel Valadares contribuiu também para a fundação da revista Gazeta de Física e , da Portugaliae Physica, juntamente com Cyrillo Soares, Aurélio Marques da Silva e Telles Antunes.

Em 1930 obteve o Prémio Artur Malheiros da Academia de Ciências de Lisboa pelo seu trabalho «Análise, por espectrografia de Raios X, de transmutações naturais e provocadas»;  em 1978, foi eleito membro honorário da Sociedade Portuguesa de Física, e no ano seguinte, foi condecorado com Grau de Oficial da Ordem de Santiago da Espada; e, em 1981, foi-lhe atribuído o Grau de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Lisboa.