A Rua de Dona Filipa de Vilhena da Restauração de 1640

Freguesias das Avenidas Novas e do Areeiro (Foto: Sérgio Dias)

Freguesias das Avenidas Novas e do Areeiro
(Foto: Sérgio Dias)

Virgílio Ferreira publicou em 1981 um conjunto de entrevistas sob o título Um escritor apresenta-se, 456 páginas numa edição da Imprensa Nacional Casa da Moeda, organismo que desde a década de 40 do séc. XX se encontra sediada na Rua de Dona Filipa de Vilhena nº 12.

Esta artéria que hoje liga a Avenida Duque d’ Ávila à Avenida Visconde de Valmor teve o seu topónimo atribuído pelo Edital municipal de 18/07/1933, dado à via pública do prolongamento da Rua de Dona Estefânia entre a Avenida Duque d’Ávila e o Largo Dr. Afonso Pena (desde 23/12/1948 voltou a ser Campo Pequeno), tendo a edilidade pelo mesmo edital homenageado várias personalidades como Dom Afonso III, o Conde de Monsaraz, o Visconde de Juromenha, Frei Fortunato de São Boaventura, Guerra Junqueiro, António José de Almeida e atribuídos topónimos aos arruamentos do Bairro Social do Arco do Cego.

Dona Filipa de Vilhena armando os seus filhos cavaleiros numa aguarela de Roque Gameiro

Filipa de Vilhena armando cavaleiros os seus dois filhos (1801), aguarela de Roque Gameiro

Dona Filipa de Vilhena (Lisboa/c. 1585 – 01.04.1651/Lisboa), foi uma fidalga do século XVII, Marquesa de Atouguia, filha de D. Jerónimo Coutinho, que se casou com o 5º Conde de Atouguia, Dom Luís de Ataíde, que faleceu antes de 1640. Aos seus filhos Jerónimo de Ataíde e Francisco Coutinho armou-os ela própria cavaleiros, no dia da Restauração Nacional de 1 de dezembro de 1640 e mandou-os combater pela independência de Portugal. A nova rainha, D. Luísa de Gusmão, chamou-a ao paço e deu-lhe o cargo de camareira-mor e de aia do príncipe D. Afonso, que viria a ser o futuro rei D. Afonso VI.

O episódio de Filipa de Vilhena com os seus filhos em 1 de dezembro de 1640, foi popularizada por um aguarela de Roque Gameiro e uma tela a óleo de Vieira Portuense, ambos em 1801, bem como pela peça D. Filipa de Vilhena de Almeida Garrett, que foi representada pela primeira vez em Lisboa, no Teatro do Salitre, a 30 de maio de 1840, mas publicada apenas em 1846.

Freguesias das Avenidas Novas e do Areeiro (Planta: Sérgio Dias)

Freguesias das Avenidas Novas e do Areeiro
(Planta: Sérgio Dias)

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