Tó Trips e Tomás del Negro no MURO’19

Tó Trips
(Foto: © Mónica de Sousa, 2018)

Tó Trips e Tomás del Negro, o autor do álbum Guitarra Makaka e o divulgador de música em concertos públicos na Lisboa da passagem do séc. XIX para o XX, encontram-se este ano no espaço do Festival de Arte Urbana de Lisboa que neste MURO’19 junta à vertente da arte urbana a sonoridade de música inspirada pela toponímia do local.

Tó Trips do imaginário alternativo musical nacional é convidado do MURO’19 que decorrerá de 23 a 26 de maio. Já como cidadão António Manuel Antunes foi estudante do Liceu Dom Pedro V e da Escola de Artes António Arroio e nesse percurso gerou os Amen Sacristi – que estiveram em dois concursos de música moderna no Rock Rendez Vous -, os Santa Maria Gasolina em Teu Ventre! e os Lulu Blind com Jorge Ferraz. Oficialmente desde 2003, partilha com Pedro Gonçalves os Dead Combo, banda nascida a partir de um convite de Henrique Amaro da Antena 3 para gravarem um tema de homenagem a Carlos Paredes. A discografia a solo de Tó Trips soma Guitarra 66 (2010) e Guitarra Makaka: Danças A Um Deus Desconhecido (2015).

 

Tomás Del Negro, foi um solista de trompa e compositor que se distinguiu na passagem do séc. XIX para o XX através de concertos públicos que promoveu em Lisboa para divulgar música. Desde a publicação do Edital  municipal de 15 de dezembro de 2003 é um topónimo do Lumiar.  Sugerido pela  Comissão para a Comemoração do 150º Aniversário do Maestro Tomás Del Negro este topónimo teve inauguração oficial no Dia Mundial da Música de 2004, em conjunto com outros 7 topónimos da mesma área temática: a Alameda da Música , a Rua Adriana de Vecchi, a Rua Arminda Correia, a Rua Belo Marques, a Rua Nóbrega e Sousa e a Rua Shegundo Galarza.

Joaquim Thomaz del Negro (Lisboa/05.06.1850 – 12.02.1933/Lisboa), oriundo de uma família italiana que cultivava a arte musical e estava estabelecida no alto comércio de Lisboa desde finais do séc. XVIII, nasceu na então freguesia de Santos-O-Velho e foi batizado  na Igreja  de Nossa Senhora do Loreto, vulgarmente conhecida como Igreja dos Italianos. Del Negro foi solista de trompa do Teatro Real de São Carlos (até 1878 e depois de 1890) e na Capela e Teatro Real de Madrid (de 1879 a 1889), compositor de música sacra, de câmara, para piano, para trompa, para banda filarmónica, empresário teatral e musical e ainda, o promotor de concertos públicos de música sinfónica e de câmara, em que deu a conhecer pela primeira vez ao público de Lisboa obras de grandes compositores como Beethoven, Haydn, Mendelssohn, Wagner, Weber, Glimka e Saint-Saens, divulgação essa que reforçou com artigos de divulgação musical em jornais da especialidade.

Del Negro foi também dirigente da Associação Música 24 de Junho, fundada por Santos Pinto, professor de trompa no Conservatório Nacional de Música de Lisboa durante 27 anos, diretor musical e coproprietário de O Álbum-Jornal de Música para Piano (1869-1871), diretor musical de O Mundo Artístico – Gazeta Musical de Lisboa (1883) e colaborador e crítico musical de inúmeros jornais e revistas como a Perfis artísticos, sob o pseudónimo de Ruy Blas. Acrescente-se a sua função de empresário e diretor musical dos Teatros D. Afonso,  Carlos Alberto, Real de S. João e Príncipe Real, todos no  Porto, bem como do Teatro da Trindade, em Lisboa.

© CML | DPC | NT e GAU | 2019