Esta Lisboa que Frederico Valério ama, no dia do seu centenário

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Freguesia de Belém                         (Foto: José Carlos Batista)

Passa hoje o centenário de Frederico Valério, maestro e compositor, nascido alfacinha a 11 de Junho de 1913 na Rua Capitão Renato Baptista, bem perto da Avenida Almirante Reis e, que desde o Edital de 30/07/1999, dá nome a uma artéria do Bairro de Caselas ( o arruamento compreendido entre a Escola Primária e os Lotes D4 – D3 – D2 – D1 – Lote C e Lote B).

Frederico Valério (Lisboa/11.06.1913-29.05.1982/Lisboa) ficou gravado na memória dos portugueses como o autor do Tiroliro e de muitos fados a que Amália Rodrigues deu voz, como Ai, Mouraria, Amália ou Madragoa, que o maestro costumava dizer que era a sua musa inspiradora.

Desde os 13 anos que estudou na Academia de Amadores de Música enquanto concluía o Curso Comercial na Escola Veiga Beirão mas depois matriculou-se no Conservatório Nacional de Lisboa e, aos 20 anos, estreou-se nas revistas e teatro musicados, corria então o ano de 1934. Foi sua a composição musical da opereta A Rosa Cantadeira que estreou em 1944 no Teatro Apolo. Em 1948, embarcou para os Estados Unidos da América onde conseguiu que a sua canção Don’t say Goodbye chegasse a nº1 no Hit Parade e entre 1952 e 1954, Frederico Valério ainda voltou aos Estados Unidos para musicar a opereta On with the Schaw, no Teatro Marke Hellinger, na Broadway. Em 1950, também musicou a reaparição de Beatriz Costa na revista Ela Aí Está e inaugurou o Teatro Monumental regendo a orquestra na opereta de Strauss As Três Valsas, para além de ter participado num Festival da Canção (1957) no Cinema Império, com a melodia Folha de Hera defendida pela sua sobrinha Maria José Valério. Na década seguinte, destacou-se ainda compôs Esta Lisboa que Eu Amo para Simone de Oliveira. Frederico Valério compôs ainda música para filmes portugueses como Capas Negras (1947), Aqui Portugal (1948), Fado, História de uma Cantadeira (1947), Madragoa (1950) e Eram 200 irmãos (1951).

A sua música espalhada pelo Mundo inteiro, com gravações na Bélgica, Brasil, Espanha, Estados Unidos, França e Inglaterra fez de Frederico Valério um dos compositores portugueses que conseguiu viver dos direitos de autor.

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Freguesia de Belém – Placa Tipo II                        (Foto: José Carlos Batista)