A Rua Elvira Velez no Dia Internacional da Mulher

Freguesia de Benfica
(Foto: Sérgio Dias| NT do DPC)

Elvira Velez, atriz de palco, do teatro radiofónico, do cinema e da televisão , foi consagrada numa artéria de Benfica, inaugurada significativamente no Dia Internacional da Mulher, como hoje, mas no ano de 1993.

A Rua Elvira Velez  passou a ser o topónimo do Impasse I à Rua da Quinta do Charquinho por deliberação camarária de 03/02/1993 e consequente Edital municipal de  04/02/1993, com a legenda «Actriz/1892 – 1981», passados quase doze anos após o falecimento da atriz, a partir de uma sugestão de vários admiradores seus enviada por carta à edilidade alfacinha. A cerimónia de inauguração da artéria foi agendada para o Dia Internacional da Mulher de 1993, tendo sucedido nesse dia o mesmo com a Rua que consagrou a também atriz Helena Félix. O descerramento da placa toponímia foi feito pelo Vereador do Pelouro, Engº Rego Mendes, com o genro da homenageada, Igrejas Caeiro, tendo Appio Sottomayor usado da palavra em representação da Comissão Municipal de Toponímia.

Elvira Velez assina autógrafos, em 1960, no Jardim da Estrela
(Foto: Armando Serôdio, Arquivo Municipal de Lisboa)

Elvira Sales Velez Pereira (Lisboa/19.11.1892 – 08.04.1981/Caxias), nasceu na então freguesia de Santa Isabel e dos 6 aos 18 anos foi viver com a família para Torres Novas, já que o seu pai era aí o empresário do Teatro da vila e, mesmo contrariando a vontade dele, começou por isso mesmo a desejar ser atriz. Depois de mudar para Tomar conseguiu aí  entrar num grupo de teatro de amadores e de novo em Lisboa, após várias tentativas de chegar à carreira teatral, conseguiu finalmente estrear-se  aos 21 anos, em 1913, no Teatro Moderno da Rua Álvaro Coutinho, na opereta Os Grotescos, com o consagrado ator cómico Augusto Costa (Costinha).

Elvira Velez passou a interpretar  comédia, tragédia, farsa, revista e opereta, tendo representado em quase todos os teatros do País e tendo começado na Companhia do Teatro Moderno, passou para a de Chaby Pinheiro no Teatro Apolo, também pelo elenco do Teatro de S. Luís, pela Companhia Palmira Bastos (1921), a de Vasco Santana e Alves da Cunha, a do ABC do Parque Mayer e a do seu genro  Igrejas Caeiro no Teatro Maria Matos.

Também na rádio Elvira Velez se destacou, sobretudo como a sogra do folhetim radiofónico Lélé e Zéquinha (1952), da autoria de Aníbal Nazaré e Nélson de Barros, contracenando com Irene Velez e  Vasco Santana que desempenhavam os protagonistas, programa produzido por Igrejas Caeiro, na Emissora Nacional, embora a atriz também tenha colaborado no Rádio Clube Português.

No cinema, fez parte do elenco dos filmes Aldeia da Roupa Branca de Chianca de Garcia e Sorte Grande de Erico Braga (1938);  Um Homem às Direitas (1944) de Jorge Brum do Canto; Três Dias Sem Deus (1946) de Bárbara Virgínia; O Comissário de Polícia de Constantino Esteves e Duas Causas de Henrique Campos (1953); Agora é que São Elas (1954) uma revista filmada por Fernando Garcia; O Primo Basílio (1959) de António Lopes Ribeiro e ainda mais dois filmes todos em 1960: As Pupilas do Senhor Reitor de Perdigão Queiroga e Encontro com a Vida de Artur Duarte.

Na televisão, era presença frequente nas peças das Noites de Teatro da RTP, nas décadas de 60 e 70 do séc. XX, tendo também participado na série Lisboa em Camisa, realizada por Herlander Peyroteo em 15 episódios.

Na sua vida, Elvira Velez casou com o também ator Henrique Pereira, união da qual nasceu Irene Velez que viria a seguir a mesma carreira teatral, tendo a morada de família sido no nº 82 da Rua Passos Manuel.

Elvira Velez foi distinguida com o prémio Lucília Simões (1970) pela sua interpretação  no papel da Titi de A Relíquia, a partir do original de Eça de Queiroz, que esteve vários meses em exibição no Teatro Maria Matos e foi o fecho da sua carreira. Foi ainda agraciada com a Ordem de Santiago de Espada, assim como pela Caritas e pela Cruz Vermelha.

Freguesia de Benfica
(Planta: Sérgio Dias| NT do DPC)

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