Eugénio dos Santos, um dos principais arquitetos-engenheiros envolvidos nas obras de reconstrução da Baixa Pombalina de Lisboa após o terramoto de 1755, já foi topónimo de duas artérias diferentes: na que hoje conhecemos como Rua das Portas de Santo Antão e na que hoje ostenta o seu nome nas proximidades do Parque Eduardo VII.
Em retrospetiva, sabemos que foi pelo edital do Governo Civil de Lisboa de 01/09/1859 que a Rua das Portas de Santo Antão e a Rua da Anunciada passaram a constituir um único arruamento sob a denominação de Rua de Santo Antão. Após a implantação da República, a partir de uma proposta do vereador Miguel Ventura Terra de 9 de março de 1911, a artéria tornou-se a Rua Eugénio dos Santos, por edital municipal de 07/08/1911, com a legenda «Architecto», assim homenageando o seu papel fundamental na reconstrução da Baixa lisboeta, e assim permaneceu por quase 55 anos até que o Edital camarário de 28/05/1956 reverteu a denominação para a que ainda hoje encontramos de Rua das Portas de Santo Antão, ao mesmo tempo que colocava o nome de Eugénio dos Santos na 1ª transversal do Parque Eduardo VII que liga a Avenida António Augusto de Aguiar à Avenida Sidónio Pais e que assim continua hoje.
Eugénio dos Santos e Carvalho (Aljubarrota/?.03.1711 – 05.08.1760/Rua da Rosa – Lisboa), oficial de Infantaria com exercício de Engenheiro, foi admitido na Aula de Fortificações e Arquitectura Militar em 1735, e logo a partir do ano seguinte já trabalhava nas fortificações do Alentejo, nomeadamente em Estremoz e Évora. A partir de 1750 passou a inspector das obras reais e assim foi arquiteto dos Paços da Ribeira e de outro Paços, como o do Senado de Lisboa. Após o terramoto de 1755, Eugénio dos Santos foi um dos principais obreiros da reedificação da cidade de Lisboa, em estreita colaboração com Manuel da Maia e Carlos Mardel, sendo por isso considerado um precursor do urbanismo e da arquitetura moderna. Executou duas plantas possíveis para a reconstrução da Baixa lisboeta e a partir da escolhida, Eugénio dos Santos foi também o responsável pelo traçado dos edifícios, bem como pelo plano da Praça do Comércio e da sua estátua equestre.
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